Bruce Lee de artista marcial a ídolo pop

Em 27 de novembro de 1940 nascia Lee Jun-fan, que ficou mais conhecido como Bruce Lee, durante uma turnê da Opera Chinesa em que seus pais integravam, Bruce Lee nasceu em São Francisco, porém cresceu e foi criado em Hong Kong antiga colônia britânica, que hoje pertence a China.

Foi na ilha de Hong Kong que Lee começou sua vida nas artes marciais, sendo treinado em diversas modalidades como: kung-fu, tai chi-chuan e wing chun, e ainda criança iniciou sua carreira nos cinemas, como ator mirim em filmes chineses, nos quais sempre fazia papéis de meninos problemáticos.

No final de sua adolescência, Bruce Lee se envolvia em diversas brigas nas ruas, até que seu pai temendo por sua segurança decidiu mandá-lo para os Estados Unidos, onde ele estaria livre de possíveis represálias de seus rivais.

Quando chegou nos Estados Unidos, trabalhou como lavador de pratos, estudou filosofia na Universidade de Washington e se casou com sua esposa Linda Emery, abriu uma escola de kung-fu na Califórnia e começou a participar de eventos e apresentações de artes marciais. Foi em um desses eventos que ele foi visto pelo produtor William L. Dozier, que ficou impressionado por suas habilidades e conseguiu para ele um teste para o elenco da série “Besouro Verde”, na qual ele mais tarde iria interpretar Kato, o ajudante do protagonista que dava o nome título da série.

O programa não foi um sucesso, durou apenas uma temporada, porém fez com que Lee ganhasse visibilidade. Ele tentou produzir uma série chamada “Kung-Fu“, onde ele seria o protagonista e interpretaria um monge Shao Lin no velho oeste americano. O projeto saiu do papel, mas foi David Carradine (um ocidental branco) que acabou interpretando o personagem principal.

Desiludido com Hollywood, Bruce Lee voltou para Hong Kong, onde acabou descobrindo que “Besouro Verde” tinha se tornado um sucesso de audiência em sua terra natal. E foi ali que o produtor Raymond Chow o convidou para estrelar alguns filmes de um pequeno estúdio local e em 1971 estreava o seu primeiro filme como protagonista “O Dragão Chinês” – que acabou sendo sucesso de crítica e público em toda a Ásia. Após esse filme, o astro protagonizou outros produzidos por Chow como “A Fúria do Dragão” e “O Voo do Dragão.”

Esse enorme sucesso no oriente não passou despercebido na América, então o estúdio da Warner Bros. o chamou para estrelar um filme chamado “Operação Dragão“, que foi lançado em 1973. O filme foi um sucesso mundial, mas Lee não chegou a assistir a obra pronta, já que três semanas antes da estreia ele veio a falecer em decorrência de um edema cerebral agudo, causado pela alergia de componentes químicos de um analgésico que teria tomado.

Com o passar dos anos, seus filmes e até o seriado “Besouro Verde“, foram ganhando cada vez mais relevância e se tornando fenômenos da cultura pop, hoje em dia sua obra cinematográfica até ganha o status de “cult” para alguns críticos e ainda consegue ter apelo com públicos mais jovens.

Bruce Lee se esforçou para deixar um legado que não estava preso apenas a seus filmes, ele escreveu livros de artes marciais e até criou um estilo próprio de luta chamado “Jeet Kune Do”, treinou várias celebridades de sua época e fazia apresentações na televisão, onde exibia suas habilidades extraordinárias. Seus movimentos eram tão rápidos que tinham que ser filmados a 32 frames por segundo ao invés de 24 frames, para assim conseguir ser enxergado o que havia sido filmado.

Foi lutador, ator, professor, se tornou ídolo e para alguns até mito, Bruce Lee marcou a cultura pop do século XX e levou o cinema de artes marciais para outro patamar. Inspirou atletas, atores, diretores e até foi base para filmes e séries inspirados em sua história e mesmo depois de mais de 40 anos de sua morte, consegue ser uma figura de extrema relevância que continua a conquistar um grande número de fãs.

Por Fernando Targino