Paulo Coelho sempre foi polêmico e ainda o é. Desde a sua passagem pelo movimento underground com as revistas independentes que editava (as extintas “A Pomba” e “1001”) e até mesmo nos dias atuais, tido como um dos escritores mais lidos no mundo, senão o mais aclamado por mais que não aceitem.
Grande parte dos escritores independentes trabalha seu marketing próprio, no entanto, soa curioso às críticas recorrentes (e antigas) acerca do seu trabalho. Muitos acreditam que a publicidade e sua ligação a grandes empresas é que o transformaram em fenômeno de vendas. Mas nem sempre foi assim. Paulo já escreveu e dirigiu pequenos espetáculos de teatro no início de sua carreira, até ser considerado produto de subliteratura pela crítica brasileira e escritor renomado além de reconhecido em todo o mundo.
Porém o autor, que ora é chamado de romancista, por vezes de escritor esotérico, sempre frisou que escreve para seus leitores. E o que seu país não pode deixar de reconhecer é que Paulo Coelho é originário do Brasil e cada vez mais lido e cultuado fora dele.
Talvez por entender sobre os aspectos da alma humana, tão cheia de contradições, mediou muito bem os fenômenos místicos muitas vezes chamados sobrenaturais e o colocou de forma simples em suas histórias atraindo os que não possuíam o hábito frequente da leitura. É um bruxo moderno e utiliza a palavra a seu favor. Sempre foi assim em suas descobertas existenciais desde sua parceria com o cantor e compositor Raul Seixas, a quem deu o crédito de grande comunicador, ensinando-lhe a comunicar-se de forma mais direta e concisa.
Há alguns livros essenciais pra quem deseja conhecer, sem preconceitos e condicionamentos literários, esse fenômeno de massa.
“O Diário de um mago” é autobiográfico e trabalha com a narrativa fantástica para descrever os fatos. Já em “O Alquimista”, Paulo Coelho utiliza-se de um tema universal e tão caro à humanidade que é a realização do próprio sonho, no qual um jovem pastor espanhol passa por diversos percalços durante sua trajetória e o grande desafio é não desistir para alcançar sua meta. “Brida” é um livro onde aqueles que entendem o mínimo das práticas mágicas, ou mesmo os sensitivos, podem encontrar diversos rituais e segredos de antigas tradições sagradas explícitos na História. Fala sobre uma jovem irlandesa que se inicia nos mistérios da magia. “As Valkírias” , a meu ver, de todos o romances, é o que foi escrito da forma mais simples, porém, o conteúdo é de longe o mais complexo. E apesar de ser outra passagem autobiográfica transformada em história, possui ligações com a questão matriarcal tão cara ao feminismo atual.
Ainda que alguns “especialistas” vejam pontos negativos no trabalho deste escritor, é desonestidade não dar o crédito a ele de haver despertado o hábito pela leitura em milhões de brasileiros.
Por Susana Savedra
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