“Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é um filme que, assim como um predador astuto, arma o bote com uma trama envolvente, deixa a desejar na picada final.
A competência da direção é evidente ao guiar a narrativa com precisão, mantendo um equilíbrio entre a intensidade dos Jogos Vorazes e a construção do caráter de Coriolanus Snow.
A escolha de Francis Lawrence para dirigir o filme mostra-se acertada, uma vez que ele já havia comandado com sucesso outros filmes da franquia. Sua habilidade em criar uma atmosfera tensa e, ao mesmo tempo, explorar os matizes emocionais dos personagens, faz de “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” uma experiência rica.
A experiência cinematográfica de “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é marcada pela esplêndida fotografia que mergulha o público nas entranhas sombrias de uma Panem em reconstrução, uma fotografia eficaz e uma boa iluminação em conjunto aos efeitos visuais.
A paleta de cores escolhida é um balé visual, oscilando entre os tons frios e acinzentados de um país que acaba de sair de um período de guerras em contraste com cores principalmente vermelho em nossas ameaças aqui, já o destaque fica para o figurino de Lucy Grey que passa maior parte do filme com um vestido simples, mas colorido e exuberante para quem está prestes a morrer em uma arena.
Cada traje reflete não apenas a posição social, mas também as aspirações e personalidades dos personagens. A direção de arte transcende ao criar uma atmosfera distópica única, misturando elementos futuristas e retrô, dando vida ao mundo opressivo de Panem de uma forma visualmente envolvente.
A trilha sonora é super envolvente, assim como a canção “Can’t Catch Me Now” de Olivia Rodrigo, música tema do filme. A melodia hipnotizante e a poderosa voz de Rodrigo transcendem, capturando a essência emocional do filme. As performances musicais de Rachel Zegler, com a música que marcou a franquia “The hanging tree” em sintonia com a trilha magistralmente composta por James Newton Howard, elevam a narrativa a patamares emocionais excepcionais. Howard, com sua maestria, cria atmosferas que ressoam profundamente, enriquecendo cada cena. “Can’t Catch Me Now” e a trilha sonora como um todo são elementos marcantes, imortalizando a experiência auditiva do filme.
As atuações do elenco são um ponto alto, com destaque inegável para o casal central interpretado magistralmente por Rachel Zegler e Tom Blyth. Zegler personifica a ousadia e a vulnerabilidade de Lucy Gray Baird, enquanto Blyth dá vida a um jovem Coriolanus Snow, cujas camadas complexas são desvendadas de maneira convincente. A química entre os dois atores é palpável, proporcionando momentos emocionais que ressoam além da tela.
Entretanto, mesmo com todos esses elementos positivos, o filme desliza em sua conclusão. O desfecho é, infelizmente, decepcionante e anticlimático, deixando a plateia ávida por uma resolução mais impactante. A ausência de um desfecho satisfatório pode deixar os espectadores com um gosto amargo, especialmente considerando o investimento emocional ao longo da narrativa.
“Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é uma boa jornada visual e emocional, repleta de elementos que destacam os pontos fortes da franquia. A fotografia deslumbrante, a direção de arte criativa e as ótimas atuações, tornam o filme uma boa adição à franquia. No entanto, a decepção provocada pelo final apressado é um lembrete de como uma conclusão sólida é crucial para garantir a satisfação completa do público.
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