Será que o futuro do cinema está se encaminhando para tudo ser nostalgia?
A partir dos anos 80, sempre houve um grande investimento em continuações como nas franquias: Indiana Jones, De Volta Para o Futuro, Rambo e Rocky (ambos de Sylvester Stallone), Starwars, Jornada nas Estrelas, O Exterminador do Futuro, Robocop, Loucademia de Polícia, Um Tira da Pesada, e seguiram nas próximas décadas com Matrix, Jurassic Park, Jumanji, Piratas do Caribe…
Isso sem contar as franquias de terror como Sexta Feira 13, A Hora do Pesadelo (do temível Freddy Krueger), Halloweem, Invocação do Mal e outros menos cotados que parece não ter fim.
Há uns dois anos atrás na Pandemia, Top Gun: Maverick, continuação de um filme de 1986, foi uma das sensações, passando do bilhão em arrecadação e se transformando na maior bilheteria da carreira de Tom Cruise.
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O problema é que com a raríssima exceção de Oppenheimer do cineasta Christopher Nolan, vencedor de sete Oscar no ano passado, diretor célebre em lançar obras inéditas campeãs de bilheteria e alguns filmes de terror/horror com algumas premissas criativas, todos os maiores campeões de bilheterias tem sido de sequências, franquias ou produtos já conhecidos há décadas como Super Mario Bros e Barbie.
Alguns desses filmes são realmente muito bons e esses sucessos de bilheteria retroalimentam a indústria, permitindo que em teoria, obras mais autorais sejam eventualmente produzidas pelos estúdios, mas isso está cada vez mais raro e já não há tanto investimento de marketing em filmes médios e até para algumas superproduções como Dungeons and Dragons: Honra Entre Rebeldes, pois a maioria vai para os prováveis blockbusters, o que acaba sufocando as produções “médias”.
Claro que o streaming também contribuiu para a diminuição do público nos cinemas, pois alguns desses grandes lançamentos que pertencem aos grandes estúdios, se você conseguir segurar o hype, em cerca de 2 meses, já estará disponível em alguma das suas assinaturas.
Com isso, seguem notícias sobre mais remakes, reboots ou aposta em propriedades intelectuais, os chamados produtos, que nos próximos meses irão invadir as telas dos cinemas.
Exemplos mais recentes são as animações Divertidamente 2, que já conta com U$ 1,5 bilhão em arrecadação e Meu Malvado Favorito 4 (!), seguindo a mesma fórmula de sucesso comercial das suas sequências.
E Deadpool & Wolverine (agora distribuído pela Marvel Studios), é o atual blockbuster baseado em quadrinhos, ou seja, nada de novo, nem na abordagem.
Bordelands, live action baseada em uma série de videogame, estreou, fracassou e o mesmo ocorreu com O Corvo, mais uma adaptação cinematográfica dos quadrinhos em que no primeiro filme o personagem título foi interpretado pelo saudoso Brandon Lee (que faleceu nas filmagens), filho do lendário Bruce Lee.
Considerando que nem sempre o resultado é compensado nas bilheterias desses filmes cada vez mais caros, pelo bem do negócio, seria interessante aumentar o equilíbrio entre produtos novas e suas “reciclagens” para dispor um cardápio um pouco mais variável aos espectadores, sobre pena destes preferirem ficar em casa, aguardando o lançamento desses filmes só daqui a alguns meses, no streaming que mais lhe agrada.
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