“Avatar” foi uma revolução visual que popularizou o 3D, em uma história com enredo clichê
Os cinemas se renderam a James Cameron em 2009. Sucesso absoluto de bilheteria e com a crítica positiva, “Avatar“ foi um fenômeno. Um retrato disso, até hoje é o filme de maior bilheteria da história.
A trama trouxe para o público um universo novo totalmente novo com os Na’vi e o planeta Pandora. O longa tratou de colonialismo, da questão ambiental e também trouxe sob a ótica da religião do Na’Vi a relação que une cultura, religião e natureza para povos nativos. Todos aspectos não são explícitos, eles ficam subentendidos dentro do filme.
O colonialismo de outro planeta
Como um retrato do fase mais pujante do colonialismo, onde territórios foram explorados e nativos escravizados e/ou exterminados, principalmente nas Américas, “Avatar” usa as mesma bases da história humana para contar a trama que se passa em Pandora. Mas, para isso, o longa segue alguns clichês: o infiltrado que se apaixona pela mocinha e muda de lado; o forasteiro que se adapta e se transforma em um líde; um vilão tão ganâncios que o leva a burrice; as casualidades que dão força para o lado mais frágil; e não há qualquer reviravolta para trazer frescor ou surpresa para a jornada do herói.
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Na trama, Jake, ex-militar e paraplégico é enviado para Pandora em substituição ao irmão gêmeo que era cientista. No planeta, devido a atmosfera tóxica os humanos usam avatares criados em uma combinação de DNA com a espécie Na’Vi. Assim Jake precisa utilizar o avatar de seu irmão uma vez que possuem dna idêntico. Mas, na sua primeira incursão em Pandora, ele se perde e acaba sendo salvo por Neytiri, uma nativa, filha do chefe da tribo local. Então, após se socializar com os nativos, Jake recebe a missão de espiona-los. Mas, ao se apaixonar o ex-militar se ver dividido e precisa proteger os Na’Vi da ganância humana.
Contemple a beleza da obra, não durma!
Em uma estória que se desenha de forma arrastada, a direção prioriza a contemplação. Assim, passa por longos períodos em que pouco avança com seus protagonistas. Mas, o que poderia ser o ponto fraco é o ponto alto do filme. Cameron fez “Avatar” não apenas para ser um instrumento de mensagens complexas, mas sim um espetáculo visual. A contemplação longa permite isso o tempo todo. Enquanto as mensagens ficam mais subliminares a estrutura da trama.
Desse modo a parte que realmente impacta é o visual. O longa traz novas tecnologia que independentemente do 3D já impressionariam. As atuações são levadas para a tela através da captura de imagens em um sistema que traz realismo e profundidade. Ao mesmo tempo existe a recriação de um planeta novo, com criaturas diferenciadas em combinações de cores que saltam aos olhos. Uma flora exuberante, um universo inteiro para ser explorado. Isso enriquece a experiência de quem assiste, principalmente pelo cuidado e a riqueza de detalhes.
A fotografia tem papel fundamental no longa. O 3D, que foi a tecnologia que levou o público para os cinemas, nada seria se a fotografia não soubesse usar os enquadramentos certos para levar a tela cenas que surpreendem e encantam. Junte isso com o perfil detalhista da arte e se entregue a cenas de deslumbre total. O destaque vai para as cenas aéreas e para as cenas que usam a iluminação a favor.
Ser um filme longo mesmo que a trama seja simples, não faz de “Avatar” um filme ruim, é apenas mais cansativo
A duração do filme não reflete a quantidade de enredo. Além disso, esse não é um longa que passa rápido. O ritmo é lento e para quem realmente que embarcar na narrativa e viajar no universo de Pandora. Assim, “Avatar” é um longa de ação incisiva somente no terceiro ato. Intencionalmente ele foi feito para ser um espetáculo visual e é aí que está a inovação, naquilo que se ver e como se ver. Consequentemente no que se sente a partir disso. O 3D é apenas um aparato que entrega profundidade a um trabalho muito bem feito de captura de movimentos e efeitos visuais. O enredo básico fica em segundo plano.
Entretanto, nessa história básica, Cameron conseguiu criar um Universo rico para ser explorado. Isso, porque aqui temos apenas uma pequena parte do que é Pandora sendo explorada. Assim surge o gancho para o muito mais ser mostrado nesse planeta. Então o que está por vir nas sequências em breve devem ir para esse lado inexplorado da história e provavelmente deve buscar uma trama mais rica.
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