Estrelado por Matheus Costa, Nanda Costa e Heslaine Vieira, o filme “Derrapada” chega ao circuito nacional em 22 de junho
O filme brasileiro “Derrapada” é dirigido por Pedro Amorim e estrelado por Matheus Costa, Nanda Costa e Heslaine Vieira. Baseado no romance “Slam“, escrito por Nick Hornby (autor de “Alta Fidelidade”), o roteiro de “Derrapada” foi desenvolvido por Izabella Faya e Ana Pacheco, com a colaboração do diretor.
A história, originalmente ambientada em Londres, foi adaptada para um cenário completamente carioca, acompanhando a jornada de Samuca (Matheus Costa), um jovem de 17 anos apaixonado por skate.
Samuca está ciente de que sua família costuma tomar decisões equivocadas e seu maior medo é repetir o ciclo, tornando-se pai cedo, assim como sua mãe fez. Embora tenha uma relação de parceria com a mãe (Nanda Costa), ele compreende que, para seguir seus sonhos, precisa ser diferente.
No entanto, ele acaba se apaixonando e fazendo exatamente a mesma coisa. Ao receber a notícia da gravidez de sua namorada, Alicia (Heslaine Vieira), Samuca vê seu futuro passar diante de seus olhos e não consegue encarar a realidade no primeiro momento.
Adaptação de qualidade
O filme transmite bem a energia característica do Rio de Janeiro, com cenas ambientadas nos bairros de Madureira e Maracanã, mostrando as estações de trem da SuperVia e algumas pistas de skate. Além disso, o estilo de vida carioca está presente nas gírias, no estilo das roupas e no sotaque do protagonista.
Falando em protagonista, é impossível não mencionar a atuação do talentosíssimo Matheus Costa, que entrega uma performance surpreendente como Samuca. Ele transita entre o jovem apaixonado, o filho companheiro, o adolescente perdido e o pai babão. Pode ser uma admiração pessoal, mas esse é, provavelmente, o melhor trabalho de sua carreira até o momento.
No entanto, não podemos falar de “Derrapada” sem mencionar Nanda Costa, que está acostumada a carregar nas costas as produções em que participa e está mostrando que nunca erra. Sua atuação é sólida e emocionante, tornando suas cenas as mais interessantes do filme.
Outro destaque vai para Luiz Miranda, que entregou uma atuação sólida no papel do sogro sério e conservador. Mesmo com pouco tempo de tela, sua experiência ajudou a sustentar com maestria esse núcleo do filme.
A participação especial do skatista (e ídolo do protagonista) Bob Burquist foi também um dos pontos altos do longa. A admiração de Samuca pela coragem e habilidade do atleta é evidente ao longo da trama e foi uma boa surpresa.
Um aspecto extremamente positivo do filme é a forma como a história é contada: Samuca é o narrador, falando diretamente com o público e quebrando a quarta parede em alguns momentos. Isso estabelece uma proximidade com o espectador e dá dinamismo ao longa-metragem.
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Outro recurso interessante é a inclusão de algumas cenas “animadas” ao longo do filme, que adicionam um toque artístico e combinam bem com a personalidade do protagonista. Além disso, o filtro esverdeado utilizado remete aos clássicos filmes brasileiros dos anos 2000.
O filme traz um olhar jovem que não cai tanto no clichê de “adolescente escrito por adultos”, algo facilmente perceptível e que em todas as vezes soa falso. Mas consegue se sustentar em uma visão verdadeira dos desafios e alegrias da idade.
No cenário atual, “Derrapada” se destaca como um coming of age brasileiro com uma qualidade técnica e narrativa rara, abrindo portas para futuros filmes que possam se inspirar e retratar verdadeiramente o olhar dos jovens sobre suas próprias histórias de vida.
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