O último ano de Sex Education, uma das series mais amadas da Netflix, está entre nós, mas, será que conseguiu encerrar bem?
A série “Sex Education” acabou de estrear sua quarta e última temporada, depois de 3 temporadas sendo aclamada tanto pela crítica quanto pelo seu fiel público. A narrativa chega ao fim e, para surpresa de todos, vem desagradando grande parte do público. No agregador Rotten Tomatoes, a série abriu com 86% de aprovação da crítica e apenas 40% de aprovação do público em geral, sendo dita como a temporada mais fraca de toda a série por alguns internautas.
Sendo assim, assisti à temporada e tive reações mistas enquanto. Se por um lado, os personagens novos conseguiam trazer um frescor em alguns momentos, os antigos que não retornaram para a temporada fizeram falta.
Na trama da temporada, acompanhamos nossos personagens na nova escola de Cavendish, onde o novo ambiente cheio de desafios coloca suas relações à prova enquanto entramos em discussões sobre saúde sexual, mental e aceitação.
O Roteiro
Com um roteiro que foca nos temas de autoaceitação, diversidade e depressão, a série, em alguns momentos, parece apenas arranhar a superfície de seus temas, nunca dando espaço suficiente para que seus personagens possam passar por um crescimento pessoal realmente imponente ou necessário e que, às vezes, parece corrido demais, salvo alguns arcos narrativos que foram o que me prenderam até o final, como o arco da Jean (Gillian Anderson) e sua depressão pós-parto e o de Eric (Ncuti Gatwa) com sua religiosidade.
Ruby, Adam, Aimee e Isaac retornam aqui também, mas não fica claro com qual motivação, fora Aimee, que vem com interesse amoroso para Isaac e para encerrar o seu arco traumático iniciado na segunda temporada com a cena do ônibus. Os outros só estão ali por estar, pois seus arcos, até o individual do Adam com o pai, não são bem encerrados e nem desenvolvidos. São, na verdade, jogados e deixados de lado para no final serem rapidamente desenvolvidos (modo de dizer). Coitada da Ruby nesta temporada, tem seu desenvolvimento fraco e esquecido no churrasco, uma personagem com um grande potencial desperdiçado.
O casal principal, Otis (Asa Butterfield) e Maeve (Emma Mackey), tiveram um grande espaço nesta temporada. Se em alguns momentos eu gostei, em outros eu só queria que acabasse logo. O roteiro fez Otis passar por situações e ter algumas atitudes no mínimo questionáveis com o crescimento do personagem nas temporadas anteriores, enquanto a personagem da Maeve até teve alguns bons momentos e eu diria que foi uma das únicas personagens que teve um bom encerramento narrativo.
A Parte Técnica
A fotografia da série continua estonteante, com muitas cores e neon, além de lindas paisagens sendo enquadradas com nossos personagens e seus figurinos lindos e estilosos. Destaque para o cabelo e maquiagem que, quando entramos na nova escola, conhecemos inúmeros personagens de gêneros e estilos diversos que se refletem em sua caracterização única. Tecnicamente, a série se mantém em qualidade de forma geral.
Atuação
As qualidades de atuação se mantêm por todo o elenco, e os novos membros também não deixam a desejar. Destaque para Gillian Anderson, que durante o seu arco consegue transmitir muito bem o sentimento necessário para até te comover em alguns momentos. Ela sabe aproveitar bem o roteiro, que às vezes não a ajuda muito, mas seu carisma consegue contornar com sucesso esses problemas e te engaja a continuar. Ncuti Gatwa, o nosso amado Eric, também tem destaque em sua atuação durante a temporada. Como sempre, ele rouba a cena na maior parte de suas aparições, mas o destaque mesmo está nas suas cenas durante seu arco religioso.
Conclusão
A série acaba de uma forma ok. Por mais que haja problemas, ainda temos a sensação de nostalgia para aqueles que esperaram a estreia dessa temporada e que acompanham a série desde o seu início. Poderia ter sido melhor, mas consegue bons momentos para os fãs e um encerramento ok, ainda que falte algo.
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