Crítica: Sobre Estômagos e Borboletas

7 de novembro de 2016
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É comum que durante nossa infância, criemos histórias e façamos parte delas. A criatividade acompanha cada passo, cada experimentação e faz parte de um mundo que vai se abrindo conforme vamos amadurecendo. E o amor, o primeiro amor, entra nessas histórias e vai formando todo um universo de descobertas em Sobre Estômagos e Borboletas.

Luísa é uma menina de 12 anos com uma grande imaginação que vive sendo parte de algumas aventuras mágicas e encantadoras que ela mesma cria. Sua melhor amiga é sua irmã mais nova, com quem tem uma relação muito carinhosa.

Já com seu melhor amigo, Fernando, divide brincadeiras, preocupações escolares, assuntos absurdos e descobertas no meio de toda grande confusão que é estar em uma idade em que nem se é uma criança, nem um adolescente nem tampouco um adulto.

O filme trata de um tema que todos nós passamos. Mais cedo ou mais tarde, mesmo quando não entendemos, há poesia, há borboletas e há reviravoltas passando por cada um. Tem-se uma maneira muito leve de se ver esses sentimentos no filme.

O roteiro trata Luísa, Fernando e Kelly, a irmãzinha de Luísa, não como crianças, mas como criadoras, como cada um sendo sujeito importante e indispensável para a construção do filme. E são pessoas, não traz aquele sentimento de algo bobinho que é muito comum em filmes com temática infantil. É sonhador e criativo, as vezes meio fantasioso demais, mas não fútil.

Maria Julia Alves tem em suas mãos uma grande responsabilidade. É através dela que o filme vai se desenrolando e ela soube compor uma personagem ao mesmo tempo sonhadora e crível, como muitas meninas de 12 anos são. A sintonia com Ana Clara Monteiro funciona muito bem. Ana Clara está muito fofa em cena e sua Kelly é curiosa e esperta, sem deixar de ser criança. Xande Valois experimenta atuar como um menino atrapalhado e cheio de anedotas, algo mais próximo a si. Ás vezes é meio exagerado, mas faz um bom trabalho.

A fotografia no geral funciona bem. Há, em alguns momentos particulares, enquadramentos e posicionamentos de câmera que não funcionam ou que poderiam estar melhor instalados, mas nada que estrague ou corrompa a produção. O filme, que foi gravado de modo independente aqui no Brasil, peca em alguns pontos por fazer escolhas pouco criativas em alguns momentos (o que foge do que quer mostrar), mas tem todo um zelo, uma dedicação e profissionalismo em sua produção.

Angela Rechia e sua equipe conseguem entregar um filme delicado e bem trabalhado, onde fizeram escolhas pela qualidade do roteiro, das atuações, da montagem ao invés de preocupar-se apenas com a aparência que ele teria. Mas bem vale o conteúdo do que a capa de um livro, não é verdade? Esse “mantra” é aplicável ao filme também.

Sobre Estômagos e Borboletas será inscrito em alguns festivais de cinema no Brasil. O trailer ainda não foi liberado.

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