O dia 8 de março, é conhecido mundialmente como o Dia das Mulheres. Esse ano, a data foi marcada por protestos ao redor do mundo. Todos apontando as dificuldades de ser mulher e lutando para alcançar a garantia de direitos iguais e de liberdade. Está cada vez mais claro que quanto mais barulho for feito, maior o alcance. É só observar os sites, os jornais, a televisão. Todos comentando sobre isso. Ouvindo as mais diversas vozes. Então, já sabem, é preciso fazer barulho!
Brasil
Movimentos feministas e sociais na região central de São Paulo. A manifestação começou na praça Oswaldo Cruz, e tinha como temas o acesso ao aborto seguro, o fim da violência contra a mulher, a liberdade e direitos iguais. Algumas intervenções artísticas pela cidade também marcaram a data. No Rio, o protesto não parou nem mesmo com a chuva forte. A polícia do local aproveitou a data para espalhar a Operação Alvorada Feminina, na qual 39 suspeitos foram presos por violência contra a mulher.
Em Porto Alegre, várias manifestantes deitaram no chão para lembrar os 13 assassinatos em média que ocorrem por dia no país. Em Belo Horizonte ocorreu um protesto e um evento promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais para pedir mais participação das mulheres nas atividades públicas.
Espanha
A mobilização espanhola foi muito intensa e repercutiu no mundo inteiro. Centenas de atos ocorreram em todo o país, incluindo greves gerais, paralisações e manifestações em peso. “Paramos para mudar o mundo” ouviu-se em coro durante uma passeata que reuniu mais de 200.000 pessoas em Barcelona. Em Madrid, a capital, o protesto teve apoio dos principais partidos políticos do país e reuniu um número de pessoas similar ao de Barcelona. Em Sevilha, 120.000 pessoas participaram de uma manifestação na cidade.
Argentina
O movimento no país também foi intenso, o maior da América Latina. Milhares de mulheres pararam o centro de Buenos Aires. Entre as principais reivindicações, estava o pedido de igualdade entre homens e mulheres. O presidente do país anunciou uma lei contra disparidade salarial. “Não podemos permitir que uma mulher ganhe menos que um homem. Não faz sentido e nem explicação para aqueles que trabalham dia a dia com elas”, disse.
Coreia do Sul
Centenas de coreanas protestaram pelo centro de Seul segurando plaquinhas escritas “Me Too”, uma referência ao movimento que começou em Hollywood. Estatísticas do Ministério de Igualdade de Gênero e Família da Coreia do Sul de 2016 mostraram que 80% das mulheres já sofreram assédio no trabalho, mas apenas 10% denunciou. As outras, alegam que sentiram medo de represálias.
França
A manifestação na França tinha uma hora exata marcada: 15h40. Curioso, não é mesmo? Segundo cálculos das organizações realizadoras do ato, está é a hora em que as mulheres deixam de receber durante a jornada de trabalho em comparação aos homens. Ou seja, se o período de trabalho for das 9h às 17h, a mulher fica sem receber o salário equivalente à 1h20 de trabalho, enquanto o homem recebe o valor completo. Diversas paralisações ocorreram. Em Paris, a concentração aconteceu na Praça da República. Na noite anterior a data, a Torre Eiffel foi iluminada com a frase “Agora agimos”.
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Paquistão
Em várias cidades paquistanesas centenas de mulheres saíram para protestar, reivindicando seus direitos e independência. A presidente da Frente Democrática de Mulheres, Ismat Shahjahan, disse que no país, diversas mulheres não têm liberdade para frequentas lugares públicos, explicando o motivo do baixo envolvimento na manifestação. “O que quer uma mulher? Independência”, gritavam em coro nas ruas de Islamabad. Isso já diz tudo sobre a situação feminina no país.
México
A Cidade do México foi palco de uma passeata que tinha como principais reivindicações o fim da disparidade salarial, da violência e a favor da liberdade. As mexicanas mostraram que estão cansadas de julgar como tarefa de risco se locomover de transporte público.
Filipinas
Centenas de ativistas vestidas com camisetas rosas e roxas, protestaram contra Rodrigo Duterte, o presidente do país, acusado de ser um dos maiores violadores dos direitos das mulheres na Ásia.
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Os protestos aconteceram em tantos lugares que fica bem difícil listá-los em um único post. Entretanto, já deu para perceber que o movimento está crescendo muito e que as vozes femininas estão mais altas e evidentes. Esse dia da mulher ficou como um lembrete, não se pode parar de lutar. Pode ter ainda um longo caminho pela frente, mas a luta para a mudança necessita ser diária.
Por Marcela Riedel
