Godzilla Minus One | Um Gigante no Oscar 2024

Na 96ª edição do Oscar, o mundo otaku foi representado por uma improvável e agradável surpresa na premiação mais famosa do mundo!

“Godzilla Minus One”, feito com orçamento total de U$15 milhões de dólares foi o grande vencedor do Oscar de Efeitos Visuais.

Frente a orçamentos milionários de filmes como “Guardiões da Galáxia – Volume 3”, que custou U$250 milhões; “Missão: Impossível – Acerto de Contas | parte um”, custando U$290 milhões; “Napoleão” cerca de U$200 milhões e, por último, “Resistência”, o mais modesto, ao custo de U$80 milhões, Godzilla, o filme mais barato dos concorrentes, custou 5 vezes menos.

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Um verdadeiro triunfo de técnica, talento e concisão em um filme emocionante, que mereceu ser visto em tela grande em 2023, quando sair em streaming e pelo boca a boca deve futuramente ser mais conhecido e apreciado.

Ver um dos monstros mais conhecidos do Cinema em seu 38º filme, em uma obra realizada com uma paixão e dedicação que aparentemente só os japoneses conseguem, realmente é de admirar.

Claro, nada contra grandes orçamentos, pois cada um usa as armas que tem e os efeitos de todos os citados eram ótimos, conforme o clipe exibido na cerimônia. Porém, parece ter sido um recado dos próprios votantes sobre a criatividade e o volume, a mais nova máquina de fazer sonhos em Hollywood, utilizada em larga escala e popularizada pela série “O Mandaloriano”, aquela de “Star Wars”, com Pedro Pascal e baby Yoda, do streaming Disney+, em que as cenas já estão todas renderizadas no telão, ao invés daquele característico telão verde em que nada aparece e só posteriormente as cenas são inseridas.

A modernidade e avanços tecnológicos existem em termos de cinema, podem e devem ser aplicadas o som e cor por exemplo, mas devem ser sempre a serviço da história e de boa qualidade.

Haja vista produções que, anteriormente, eram referências no setor (certo Marvel?), mas ultimamente tem caído de qualidade que é cada vez mais perceptível tanto na tela grande, quanto em uma televisão com definição 4k e 85 polegadas.

Inclusive, ultimamente, diversos profissionais da indústria de efeitos especiais fizeram reclamações públicas sobre a alta demanda, falta de tempo para cumpri-las e prazos cada vez mais impossíveis pela quantidade absurda de filmes de super heróis para finalizar, o que levava os estúdios a descentralizar os profissionais em uma verdadeira legião estrangeira, com partes de uma única cena sendo renderizada e finalizada por diversos estúdios em diversas partes do mundo.

Efeitos esses, que em algumas vezes não conversam entre si, gerando verdadeiras bizarrices como as cenas dos bebês e as surpresas finais no filme “Flash”, para deixar em um exemplo prático da diferença dos milhões entre a Warner Bros. e a equipe japonesa de “Godzilla Minus One”.

Onde inclusive o diretor também foi agraciado com o Oscar, pois ele também fazia parte dos 35 profissionais envolvidos nos trabalhos.

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Seria essa a nova tendência de planejar para executar?

Será que Hollywood e os estúdios aprenderão alguma lição nesse assunto em particular, que envolve orçamentos cada vez mais mastodônticos?

Lembrando que após a vitória exuberante de “Parasita” , do sul coreano Bong Joon-ho, e com novos membros votantes, este ano houve uma verdadeira invasão, no bom sentindo, de filmes de outros países e de ótima qualidade.

Claro que o triunfo de “Godzilla Minus One”, além dos seus efeitos, é o seu roteiro, personagens, mesmo que alguns sejam clichês, com que todos se importam, todo um conceito referente ao monstro retornando-o as suas origens, cenas de covardia, de coragem, sacrifício, sentimentos.

Seres humanos, lutando contra algo além das suas possibilidades, contra uma nova derrota, após a explosão das bombas atômicas de “Oppenheimer” (olha aí a dica de filme).

A lenda voltou! Godzilla está vivo! Minus One, claro.

_{Imagem: Divulgação/Godzilla Official by TOHO/Sato Company}