Mambembe, Documentário que mescla ficção com realidade, revela as dificuldade do fazer cinematográfico e circense
O Brasil já é conhecido mundialmente por seus documentários de grande valor. Tendo como expoentes cineasta como Coutinho, a nossa forma de montar e gravar histórias é única. E mais uma vez, nos deparamos com uma obra também única dentro do gênero.
Mambembe, por definição, significa “conjunto teatral ambulante, pobre e de má qualidade, ger. formado por atores amadores, que percorre cidades do interior.” Você já deve ter se deparado com exemplares em beiras de estradas e parques em sua cidade. O espetáculo circense composto por pessoas de diversas origens encanta muitas crianças e gera nos adultos nostalgia pelas épocas de menino. E graças a “Mambembe” nós podemos conhecer melhor algumas personas que compõem a apresentação.
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Originalmente, “Mambembe” seria uma ficção. Um engenheiro de estradas, também ambulante por natureza, se encontraria com um circo. Nele, três mulheres de distintas personalidades o fariam questionar seu modo de viver e a forma como se relaciona.
Fábio Meira se empossa da difícil tarefa de equilibrar a ficção com a realidade
Essas três personagens são interpretadas por circenses de verdade: Índia Morena, Madonna Show e Dandara Ohana. Por motivos financeiros e de força maior, as filmagens não foram concluídas. O diretor Fábio Meira revisita essas filmagens 10 anos depois, e decide que a história dessas mulheres deveria ser contada de um jeito ou de outro. E acaba por fundir ficção e documentário em seu filme. Com histórias incríveis e problemas pessoais conturbadíssimos, as atrizes principais se tornam o centro do longa metragem. É impossível não rir e se emocionar com as situações que elas passam.
Além de demonstrar as dificuldades da vida de circo, o documentário também demonstra os desafios de se fazer um projeto cinematográfico sem verba e com uma equipe extremamente reduzida.
Talvez, por ser um filme composto por diversos fragmentos de bastidores, entrevistas e o filme em si, o ritmo é descompassado, e por muitas vezes nos perdemos entre as duas linhas narrativas. O que não é demérito, afinal a dificuldade de executar uma ideia tão ambiciosa era de se esperar. O que de forma alguma afeta a mensagem do projeto.
Prestigiem esse incrível documentário e os circos mambembes!
*Este filme foi assistido durante o Festival do Rio 2024.
**Até o lançamento desta crítica, a produção não havia disponibilizado o cartaz e o trailer.
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