A 90° edição do Oscar aconteceu domingo passado (04/03) e como todas as premiações dessa temporada, não deixou de conter discursos sobre os movimentos em alta que estão ocorrendo no universo do cinema. Além disso, essa edição do Oscar contou com algumas “primeiras vezes”, e mostrou que estão seguindo em uma boa direção.
A atriz Frances McDormand, também vencedora do Globo de Ouro fez o discurso mais emocionante da noite. Após colocar a estatueta que ganhou na categoria de melhor atriz, pediu para todas as mulheres indicadas ficarem em pé. E assim foi feito, junto com uma chuva de aplausos. “Gostaria de convidar ao palco todas as mulheres indicadas ao prêmio esta noite, atrizes, compositoras, figurinistas. Olhem a sua volta. Nós temos histórias para contar e projetos para serem financiados. Não falem com a gente apenas na festa nesta hoje. Nos convidem para ir ao escritório de vocês. Vamos ser roteiristas de inclusão”, disse. A inclusão feminina já tinha sido tema de seu discurso em 1997, quando ganhou seu primeiro Oscar.
Outros discursos marcantes foram os de Rachel Shenton e Guillermo del Toro. A primeira, fez seu discurso de agradecimento ao prêmio de melhor curta-metragem de “The Silent Child” com um complemento especial, a linguagem de sinais. “Milhões de crianças em todo o mundo vivem em silêncio e enfrentam barreiras de comunicação e dificuldades no acesso à educação. A surdez é uma deficiência silenciosa, não coloca em perigo a vida e não conseguimos vê-la”.
Já o diretor, premiado pelo filme “A Forma da Água”, deu um recado durante sua fala: “Eu sou um imigrante. A melhor coisa que nossa indústria faz é apagar as linhas na areia quando o mundo tenta fazê-las mais profundas”, e ainda complementou, “A todos que sonham em usar a fantasia para contar histórias de coisas reais no mundo de hoje você pode“.
Ah, e não podemos esquecer do sortudo Mark Bridges. Em sua fala de abertura, Jimmy Kimmel prometeu que o discurso mais rápido da noite levaria um prêmio. E assim foi. O figurinista do filme a Trama Fantasma, fez um breve discurso de agradecimento ao prêmio de melhor figurino e acabou saindo do evento com um jet ski.
Além de todos esses discursos, essa edição também contou com algumas “primeiras vezes”. Pela primeira vez, um negro, Jordan Peele, levou o prêmio de melhor roteiro original pelo filme Corra!. Pela primeira vez também, o Oscar teve um prêmio apresentado por uma pessoa transexual. Daniela Vega, a protagonista de Uma mulher fantástica, que rendeu ao Chile o primeiro estatueta de melhor filme estrangeiro.
O vencedor da noite foi “A Forma da Água”, um filme que, de certo modo, resume bem a palavra-chave da premiação: inclusão.
“Todos somos capazes de ser amados. Somos bons o suficiente, não importa nossa aparência ou de onde viemos”.
Por Marcela Riedel
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