A receita é muito simples: Um pequeno elenco, alguns adereços, uma campainha e o público. Com esses itens o espetáculo de improviso “Impromédia” vem há 6 anos arrancando gargalhadas e trazendo ao público cada dia um espetáculo totalmente diferente. Criado em 2011 o projeto já contou com diversas configurações cênicas e de elenco, caminhando para o atual formato que alterna números de stand up comedy, esquetes e (a melhor parte) jogos de improviso.
Iniciando com uma breve e bem-humorada apresentação em vídeo do que a plateia estava prestes a vivenciar, o espetáculo começa com piadas piegas junto a um desejo de boa sorte ao público. A exposição dos artistas em cena é grande, não havendo distinção entre ator e personagem na maior parte dos números, os aproximando dos expectadores que por vezes partilham de suas inseguranças e comemoravam suas tiradas inteligentes. De uma forma geral, o ritmo em cena é intenso, passando longe da monotonia.
A opção de organização dos números também é responsável pelo bom andamento: Abrindo com jogos de improviso, se estabelece uma relação mais próxima com o público, que já embarca mais facilmente no número de stand-up que vem na sequência. Amarrando “rendondinho” com esquetes de humor levinho, que, no fim das contas, deixa uma sensação de que passou muito rápido.
Espetáculos neste formato trazem consigo um elevado risco, que é também a melhor parte do seu acerto: a plateia como centro do jogo. O trabalho com uma estrutura tão flexível faz com que o público seja o termômetro do desempenho dos atores, e também definam o caminho que eles seguirão em cena. Assim, ainda que parte do conjunto seja composto por esquetes e piadas prontas, o risco que os jogos de improviso trazem são grandes, mas neste caso bem aproveitados, sendo abraçados pelo público e um dos pontos altos da noite.
E por falar em melhores momentos, a participação de pessoas da plateia em um dos jogos é a cereja (no meio) do bolo. Do lado de quem está fora do palco o sentimento é um misto de vergonha alheia com boas energias encorajando os novos participantes. Do lado de quem sobe no palco a sensação é de timidez que aos poucos vai dando lugar a descontração. E nessa brincadeira os novos jogadores vão mostrando (e percebendo) seus talentos (ou não).
O elenco já teve diferentes composições ao longo dos anos, tendo sem seu time nomes como Marcos Wainberg e Paulinho Serra, além de receber convidados de peso como Bemvindo Sequeira, Hélio de La Peña e Marcelo Madureira. Inclusive a direção do espetáculo já foi assinada pelo Casseta Claúdio Manoel. O elenco atual é composto pelo Trio Bayron Alencar, Cristiano Lopes e André Lamare. Três artistas com características cênicas distintas e que se complementam em diversos momentos, trazendo um conjunto harmônico, inteligente e com potencialidades que não se restringem às piadas e ao raciocínio ágil.
E nessa tomada a identificação é inevitável, pois sempre se aborda um tema ao qual somos sensíveis… Ninguém sai ileso (e por vezes uma gargalhada destoa do quórum, atestando a dita “culpa no cartório”). Justamente por encontrar a graça de situações embaraçosas ou mesmo difíceis que essa experiência nos devolve mais leves à nossa rotina.
Na apresentação que assistimos algumas críticas podem ser feitas (e aqui se deve lembrar que por ser tão vinculada ao público, cada espetáculo se desenvolve de forma diferente). O encadeamento do número de Stand-up, ainda que acompanhado de boas risadas, não foi bem fechado, variando por temas não tão bem amarrados. Ainda nesse aspecto, dentro do produto final, talvez coubesse um pouco mais de apresentações solo.
O grupo que já se apresentou em diversas cidades, segue excursionando dentro do Estado do Rio de Janeiro ao longo do mês de agosto. Então se eles passarem perto da sua casa, não se faça de besta: Vá e se divirta! A gente garante!
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