Para começar Hollywood, você tem um diretor que obteve algum sucesso com outra dessas cinebiografias e o fez repetir quase quadro a quadro o conceito estético de seu filme anterior. O roteiro também se repete em sua estrutura, basta analisar o arco do personagem principal para perceber que seus anseios, desejos, erros e obstáculos são narrativamente apresentados da mesma forma que no filme sobre um tal de Fred Mercury. Hollywood, agora você até pode dizer: “Espera! Os roteiros são escritos com base em artistas com vidas parecidas”. Dá para entender essa sua justificativa Hollywood, mas será que outros pontos relevantes da extensa carreira de Elton John não poderiam ter sido confeccionados além do comum? Você precisava ser tão preguiçosa ao mostrar os problemas do cantor com os pais, com a homossexualidade prestes as aflorar e com vício em drogas e bebidas? “Bohemian Rhapsody” chegou antes e já contou essa história. Um desavisado defensor de Hollywood pode entrar na discussão e perguntar: “Se trata de um filme sobre um Rockstar. O que esperava?” Bom, sempre se espera algo que faça a plateia se emocionar, e o artista Elton John emociona o mundo todo, há muito tempo, sem precisar do cinema para lhe dar uma força.
Infelizmente Hollywood, esses são apenas alguns desvios na rota traçada por você, e não são suficientes para elevar o nível da produção ao ponto de evitar seu completo esquecimento com o passar dos anos. É certo que aquele defensor de Hollywood poderia voltar afirmando: “Mas, o próprio Elton John está envolvido na produção. Então, é uma adaptação mais do que fiel”. Ele de fato faz parte da produção, que a serve como uma espécie de diário filmado. Isso não significa que teve controle sobre todo o processo “criativo” por trás do espetáculo.
Fotos e Vídeo: Divulgação/ Paramount Pictures Brasil
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