Flausino e Sideral cantam Cazuza. O dia em que este colunista mostrou-se estúpido!

2 de outubro de 2016
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Toda vez que alguém anuncia um projeto cantando e homenageando um grande ícone da música eu fico com um certo receio. Alguns artistas tem uma característica tão própria e única que quando interpretados acaba saindo esquisito aos ouvidos do público. Cazuza, na minha opinião, é um artista único. Dificilmente veremos alguém como ele. Seu trabalho como um todo tem algo só dele.

Apesar de não ter um vozeirão, Cazuza cantava muito bem e suas letras e interpretações são inquestionáveis. Um artista sem regras, sem rótulos, capaz de mexer com a emoção e transformar os sentimentos do ouvinte em segundos. As músicas de Cazuza tocam diretamente no âmago das pessoas, as fazem pensar, questionar e sentir. Uma energia fora do comum. Poeta do mais altíssimo nível!

Cazuza dava aula de como viver intensamente. Curtiu cada minuto dos seus 32 anos. Amava tudo por inteiro. Não sabia ser metade de nada. Era puro amor. Exalava paixão pela vida. Por isso, pra mim um dos meus grandes ídolos da música.

Meu medo aumentou ainda mais pela homenagem ser feita por dois artistas que também admiro muito e acompanho os trabalhos. A chance de decepção era enorme.  Dois grandes nomes que sou fã, homenageando um ícone que idolatro.

Os irmãos Rogério Flausino e Wilson Sideral começaram a carreira musical juntos, na banda Contacto Imediato. Em 1993, no entanto, apostaram em rumos próprios, com Flausino assumindo o vocal do Jota Quest e Sideral partindo para a carreira solo. Continuaram compondo juntos, e agora estão em meio a sua primeira turnê em dupla.

O espetáculo intitula-se ‘Flausino e Sideral Cantam Cazuza’, e nele, interpretam algumas de suas melhores músicas de seus tempos de Barão Vermelho e também da carreira solo. Passando por todas as fases.

O projeto ganhou um apoio especial da Lucinha, mãe de Cazuza, que esteve presente assistindo esse dia tão especial.

Ao chegar no Teatro Bradesco, que eu ainda não conhecia, fui surpreendido com uma estrutura e atendimento incríveis. A equipe toda bastante simpática e competente e a sala do espetáculo me fez imaginar diversas produções minhas lá. Adorei!

O show começou e as musicas tocadas fiéis as gravações foram me levando a uma volta ao passado. E não foi só isso que foi fiel ao trabalho de Cazuza. Flausino e Sideral estavam totalmente a vontade no palco sem preocupações com regras e roteiros. Tocavam sentindo o público e o conduzindo a um carrossel de emoções.

Chegaram a admitir que não ensaiaram as falas entre as músicas. E não é que isso deu um toque incrível no show?! Criou uma proximidade com o público e não tornou o show mecânico como já vimos muitas homenagens por aí.

Os dois esbanjaram o talento já conhecido com uma presença de palco contagiante, uma energia imensa. Passaram para nós toda emoção que eles sentiam ao realizarem esse sonho de tocarem novamente juntos homenageando um ídolo que os inspirou.

Para completar o espetáculo prepararam algumas surpresas como uma versão incrível moderna de “Exagerado” e uma inédita “Não Reclamo” poesia de Cazuza musicada por Sideral em 2015. Que momento foi esse?! Parecia algo musicado pelo próprio Cazuza. Algo original dele.

O show foi um retrato fiel e tocante de Cazuza. Energia, intensidade, paixão e emoção. Uma das maiores homenagens que já vi a essa grande obra. Arrisco dizer que talvez a melhor.

Sai de lá emocionado e ainda mais fã dos dois e ao mesmo tempo me sentindo estupido por ter pensado que em algum momento poderia dar algo errado. Dois grandes artistas e ídolos da nova geração, um ícone da música é um local impecável. Como dar errado, Gustavo?!

Obrigado Flausino e Sideral por isso! Obrigado Teatro Bradesco pela recepção.

Viva Cazuza!

Por Gustavo Sanna

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