Show juntou os três grandes nomes da música made in gerais em noite inesquecível
O álbum Clube da Esquina lançado em 1972 é sem dúvidas uma das maiores referências da música brasileira, com aquela mistura então inusitada de música mineira, música caipira com um toque de rock psicodélico e sofisticação jazzistica. Os cabeças daquela turma, Milton Nascimento e Lo Borges ganharam projeção, desenvolveram sólidas carreiras mas nunca deixam de reverenciar o trabalho.
Milton se aposentou, mas Lô Borges continua na ativa para alegria dos fãs, realizando shows como o de ontem no Qualistage, no Rio, como parte do combo triplo que enfileirou três shows com nomes de peso da música mineira: Flávio Venturini, o próprio Lô e Beto Guedes, nessa ordem, em comemoração aos 50 anos do clássico disco, que, de fato, merece todo tipo de celebração .
Flávio é egresso do 14 Bis conjunto que formou no final dos anos 70 com o irmão, Cláudio, e até hoje é colaborador frequente. Sua ligação com o Clube é bastante estreita, uma vez que o 14 Bis foi apadrinhado por Milton.
Sua parte da apresentação se iniciou com Máquina do Tempo, bastante adequada, diga-se de passagem. Fênix, Andarilho de Luz e Pierrot se sucederam, enquanto Nascente arrancou o primeiro cor do público da noite. Besame, Espanhola, Um Violeiro, Todo Azul do Mar e Céu de Santo Amaro, completaram o show, e Flávio entregou para Lô Borges uma plateia devidamente no clima.
Daí ficou fácil para o companheiro, que concentrou em seu repertório a maior parte das músicas do Clube da Esquina. Abriu os trabalhos com Trem Azul acompanhada com entusiasmo pelo público. Em meio às clássicas Trem de Doido, Girassol da Cor do Seu Cabelo, couberam as mais recentes Dois Rios, que compôs com Samuel Rosa e Nando Reis para o Skank no final dos anos 90, e Dínamo, de 2019.
Ao introduzir Paisagem na janela brincou dizendo que a música foi feita na mesma época que o Parabéns Pra Você, e saudou o parceiro de composição, o saudoso Fernando Brant. O maior sucesso do artista, como era esperado, foi cantado pelo lotado Qualistage.
Para Lennon e McCartney é a música que ele recorda que compôs aos 17 anos, com seu irmão Márcio Borges. Ainda entre os clássicos, outra do clássico álbum de 1972, Nada Será Como Antes, que foi composta pr Milton Nascimento e dada a ele de presente, como ele lembra. O apoteótico show terminou com um bis Girassol da Cor dos Sues Cabelos, e a responsabilidade de Beto Guedes de manter o astral elevado da plateia.
Problema nenhum para o último mineiro a subir no palco, que também tem um repertório de peso. Abriu com a Balada dos 400 Galopes, emendando em Canção do Novo Mundo. Contos da Lua Vaga, de 1981 foi seguida de Espelhos D’Água, já de 1998 que deu lugar a outra clássica, Gabriel. Quando Te Vi foi o momento da plateia cantar junto. E vieram mais clássicos: Lumiar e Clube da Esquina 1.
No Céu Com Diamantes, Sol de Primavera Maria Solidária e Feira Moderna mantiveram as engrenagens da máquina do tempo a pleno funcionamento, para a reta fina da apresentação com Amor de Índio, Sal da Terra e Lágrima de Amor.
Quem esteve no Qualistage na sexta-feira, sem dúvidas presenciou uma noite inesquecível, que mostra o privilégio que é ainda ter esses gigantes da nossa música ainda caminhando entre nós.
*Fotos: Babi Furtado e Dantas Jr
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.