Trazido pela Warner Bros., “A Hora do Mal” é um dos filmes de terror/suspense mais esperados do ano e a consagração de Zach Cregger como realizador
Não é todo roteirista/diretor ainda mais do gênero terror que consegue capturar as expectativas do público que adora esse tipo de filme, pois nomes como John Carpenter, Wes Craven, George A. Romero, David Cronenberg e o italiano Dario Argento infelizmente não estão mais vivos ou estão fora do circuito de realizadores cinematográficos, porém suas obras eternas estão à disposição do público, pois eles e alguns outros na era “moderna” moldaram todo o gênero que é o mais prolífico em Hollywood por ser barato, com a maior possibilidade/necessidade de criatividade e raramente dão prejuízo, mesmo que a cada semana, pelo menos no Brasil, haja um exemplar lançado nos cinemas ou direto no streaming.
Um que gerava grande expectativas em seus lançamentos era James Wan, criador/diretor da franquia Jogos Mortais e Invocação do Mal, mas que no meio do caminho conseguiu se desvencilhar do terror e navegar pela seara dos blockbusters de encomenda com filmes como “Aquaman”, sua sequência e um exemplar da franquia “Velozes & Furiosos”.
Agora temos Zach Cregger no seu segundo filme após “Noites Brutais” de 2022, que gerou grande repercussão entre a crítica e os amantes do terror. E eis que agora surge “A Hora do Mal”.
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Criado a partir de uma ideia original, mas que por conta da greve de roteiristas e demais categorias de Hollywood teve que mudar todo o elenco escalado que inclusive contava com o onipresente Pedro Pascal — no que seria seu 4º filme no verão americano deste ano —, escavou os escombros e jogou a bola pro alto para entregar um dos melhores filmes do ano.

Com uma premissa intrigante com semelhanças das tramas do mestre do terror Stephen King, Zach constrói sua narrativa a partir de uma fatídica noite em que, numa cidadezinha, 17 crianças saem de suas casas às 02h17 (por isso o bem sacado e oportuno título A Hora do Mal substituindo “Armas” ou Weapons no original) e ninguém sabe o que ocorreu ou onde elas estão, exceto um garoto.
Uma vez que todas as crianças são da sala de uma única professora da 5ª série, Justine Gandy em grande performance da atriz Julia Garner (série “Ozark”), como uma pessoa boa com falhas como qualquer pessoa, dá vida à protagonista acusada por todos — inclusive o mais vocal e combativo de todos os pais, Archer interpretado por Josh Brolin (o Thanos dos Vingadores) — pois em situações limites numa sociedade cada vez mais egoísta e menos empática alguém tem pagar.
E nesse clima de paranoia, violência velada e desconfiança geral se desenrola essa história com uma premissa assustadora atingindo justamente os seres que mais precisam de proteção, as crianças.
Sejam predadores, monstros, bruxas, fantasmas, em se tratando de crianças sempre há um nervo exposto, uma sensação maior de desespero, pois os adultos responsáveis se preocupam e fazem de tudo para proteger a fragilidade da infância.
E o diretor/roteirista é muito sagaz em desenvolver essa premissa, primeiro porque o filme é dividido em capítulos que acompanham alguns personagens, com mudanças pontuais de ponto de vista e ação que se conecta ao todo da trama, o que gera camadas a mais e os torna indispensáveis e não somente a manjada próxima vítima.
O público se conecta com eles e a forma cadenciada, mas sempre em movimento, que Zach Cregger filma envolve o(a) espectador, pois sempre parece ter algo a se revelar, algo à espreita, algo que espera e independe da quantidade de sustos que a audiência tomará e serão alguns (mas não muitos). O cinema dele não se pauta em jump scares ou o terror pelo terror, mas sim na atmosfera da trama que vai se revelando.

Quanto ao roteiro, é fascinante e muito divertido a forma particularmente inteligente de descobrir o quanto cineasta tem o domínio da sua obra ao nos dar logo de cara a chave do mistério para solução da trama e só quase no final temos a percepção de que a solução estava logo ali, na nossa frente.
Pode dividir a audiência principalmente pela virada de tom bem no final do filme, mas quem se deixar levar pela viagem e pelas interpretações além de competentes e o assombro da caracterização da atriz Amy Magidan vai gostar demais da obra e pensar nela além da sala do cinema.
Ajuda a referência e toques a filmes como “O Iluminado”, “It, a Coisa” e, vejam só, até o clima de perplexidade e perda de rumo dos pais tão bem explanados na minissérie “Adolescência”.
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Bem filmado, antenado com seu tempo e com os temas atuais, inclusive com a triste constatação em filmes de terror de que coisas ruins acontecem com pessoas boas, é um convite tanto à diversão quanto à reflexão.
O próximo projeto de Zach Cregger será uma adaptação de Resident Evil e, pelos resultados de A Hora do Mal, a franquia de jogos/filmes está em boas mãos.
Imagem Destacada: Divulgação/Warner Bros. Pictures

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