Dos criadores de Noites Brutais, Zach Cregger entrega um novo filme de terror inquietante com atuações marcantes de Julia Garner e Josh Brolin
Às 2h17 da madrugada, várias crianças de uma mesma turma correm desgovernadamente pelas ruas, saindo de suas casas em completo silêncio. O desaparecimento coletivo gera pânico na pequena cidade, enquanto os pais exigem respostas imediatas. As únicas pessoas capazes de fornecer alguma explicação são Justine (interpretada por Julia Garner), a professora da turma, e uma única criança que não desapareceu.
O que acontece após os breves minutos iniciais em que o filme nos apresenta o caos implantado nessa pequena cidade é uma trama a lá “Magnolia”, de Paul Thomas Anderson. A cada capítulo seguimos um personagem chave, revelando gradualmente os horrores ocultos naquela comunidade.
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E aqui, Zach Cregger não tem a menor pressa para te amedrontar. Assim como em “Noites Brutais”, o diretor prepara o terreno com interações que te deixam extremamente desconfortável, seja com discussões entre os adultos, a conturbada vida pessoal deles e pequenas sequências de sonhos, com direito a alguns jumpscares. Tudo isso para te deixar na pontinha da cadeira e, sempre que uma nova pista é descoberta pela audiência, ele te deixa completamente boquiaberto com a mais vil brutalidade.

“A Hora do Mal” mistura horror e humor com maestria
É incrível que em dois filmes o cineasta tenha criado uma identidade tão própria. Em 2022, muitas pessoas usaram o termo “terror urbano” para se referir a “Noites Brutais”, e a neologia cai como uma luva no seu mais novo projeto. Zach reutiliza recursos para a ambientação de “A Hora do Mal”, e podemos traçar até mesmo planos parecidos entre as duas películas. Mas é inegável o salto de um roteiro para outro, onde no primeiro, existe uma sensação de descontinuidade da história. E agora, temos uma trama muito mais fluida e madura.
Para além da genial direção, o filme é dotado de interpretações ímpares. Julia Garner é primorosa na sua interpretação da ansiosa professora Justine. A atriz que chama a atenção desde seu papel como Ruth em “Ozark” consegue transpor para o público o medo e a paranoia com facilidade. O trabalho de casting feito para o projeto é de altíssimo nível. E o que mais me impressiona para além dos adultos são as crianças em tela… eu não sei o que deram pra elas nos bastidores, mas quando elas aparecem é certo que irão fazer você perder a cabeça.
Um ótimo terror com final ao mesmo tempo satisfatório e perturbador, “A Hora do Mal” te afoga numa trama sobre controle, manipulação e violência, que não só assusta, como também diverte.
Imagem Destacada: Divulgação/Warner Bros.

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