Em “Alien: Romulus”, um grupo de jovens mineradores lutam por suas vidas em uma estação espacial abandonada
Um dos mais aguardados lançamentos do ano! “Alien: Romulus” chega aos cinemas e já posso declarar de antemão que esse é um dos melhores filmes da franquia desde os dois primeiros longas. Federico Alvarez, diretor de “A Morte do Demônio: A Ascensão”, comanda esse projeto que referencia desde o original de 79 até os jogos de sucesso. O filme, contudo, não se apoia somente numa base sólida, como traz novas propostas interessantes para a saga.
Primeiro, vamos às semelhanças: O diretor respeita a mitologia pré-estabelecida e não traz nada que fuja do universo criado por Ridley Scott. Por exemplo, o roteiro traz elementos introduzidos em “Prometheus”, o quinto filme da série. Além disso, a campanha feita para o filme promete voltar às raízes dos dois primeiros longas, com uma atmosfera voltada para o terror que consolidou a franquia. E Federico Alvarez sabe muito bem o quê fez Alien ser o sucesso que é até os dias atuais, com a figura humanoide que se espreita por entre os corredores das naves, a sensação claustrofóbica, e o body-horror de arrepiar a espinha. O filme transparece uma paixão que só um verdadeiro fã da franquia poderia transmitir.
Mas Alvarez sabe também implementar as próprias ideias, trazendo novo oxigênio para a história. No primeiro Alien, os personagens possuem relações hierárquicas bem definidas, onde por exemplo Ripley possui embates para impor suas ideias quando confrontada por seu capitão. Já em Alien: Romulus, todos os personagens possuem relações familiares ou conexões profundas que impactam nas tomadas de decisões. Por exemplo, Andy é um androide com problemas operacionais, e que devido a relação dos outros personagens com tecnologia, isso os aproxima ou os afasta. Essas tensões entre os tripulantes é um ótimo jogo de dados para aumentar a tensão, adicionando uma camada de imprevisibilidade nas ações de cada.
Cailee Spaney e David Jonsonn entregam performances arrasadoras
E enquanto um ser intergaláctico de mais de dois metros assassina jovens que só queriam não respirar fumaça, Galo Olivares faz um trabalho excepcional na fotografia desses momentos mais intensos. Com o uso de cores vermelhas, alinhado com o design de produção capaz de criar um ambiente claustrofóbico, com personagens desmaiados, tremendo, vomitando, correndo por suas vidas. Que trabalho maravilhoso.
Outro ponto que é difícil de não comentar são as semelhanças entre esse e o trabalho anterior do diretor. E não digo somente na forma como ele encontra para construir a atmosfera aterrorizante, ou o elemento da conexão bem fundada entre os personagens, mas alguns elementos narrativos. E digo isso voltado para a questão do antagonista e como as proporções da “ameaça” flutuam ao longo do filme. Mas ainda o consegue fazer de forma que não se torne maçante ou mais do mesmo.. Só espero que ele não abuse do mesmo formato nos próximos projetos.
É perceptível a vontade dos produtores em continuar alimentando os fãs com novos filmes, e “Alien: Romulus” pode trazer uma direção interessante para um personagem que está na cultura pop desde os anos 70. E lembre-se, no espaço ninguém pode te ouvir gritar, mas no cinema pode.
Imagem Destacada: Divulgação/20th Century Studios
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