Longe de ser unanimidade, o novo filme do Capitão América, “Admirável Mundo Novo” entrega experiência mediana

A essa altura, milhões pessoas no mundo já assistiram ao mais novo filme da Marvel Studios, “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, estarão descrevendo suas sensações e impressões nas redes sociais sobre esse blockbuster e determinando, logo nesse primeiro fim de semana, se o filme é mediano como as críticas mundiais lançadas estão cravando.

E pelo lado que nos cabe da Woomagazine, podemos dizer que não é um filme ruim como justificaremos ao longo da crítica, mas está longe de se o “renascimento” que a Marvel imaginava ou precisava, visto os resultados dos últimos filmes do estúdio.

Fato é que esse novo filme de um novo Capitão América, agora interpretado com grande carisma e fisicalidade por Anthony Mackie, foi reescrito e refilmado diversas vezes, teve muitas versões que não teriam sido aprovadas pelos famosos e tradicionais testes audiência e isso causou toda uma preocupação com o resultado do produto (porque esse filme é isso) e, por conseguinte, nos temas a serem apresentados.

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Não sabemos exatamente o que foi alterado, mas o filme tem muitas tramas em que a grande maioria não é resolvida de forma satisfatória e, além disso, quis emular de forma bem mal ajambrada o melhor filme do herói — e um dos melhores de toda Marvel — quando era interpretado por Chris Evans, “Capitão América 2 — O Soldado Invernal”, com todo aquele clima de paranoia e conspiração dentro do governo americano, que foi muito bem fundamentado em uma corrida armamentista que poderia causar o colapso dos Estados Unidos como um todo.

Aqui, a trama também é referente uma corrida armamentista, que agora envolve outros países, no qual o recuso explorado não escreverei para não dar spoilers, mas é algo positivo, pois há muito tempo se imaginava como se abordaria essa situação gerada em um dos filmes menos apreciado pelo estúdio.

Capitaneando (não resisti) esses conflitos, estão o Capitão América contra o atual Presidente dos Estados Unidos, Thaddeus “Thunderbolt” Ross, ele mesmo, o vilão de o “Incrível Hulk” do longínquo ano de 2008, quando o Golias Verde era interpretado pelo ator Edward Norton e Ross pelo saudoso William Hurt, o que inclusive causa surpresa pela relação com um filme tão antigo. Já quem está no meio do caminho e não quer assistir mais de 20 filmes terá problema para entender algumas citações desse filme.

Só que agora o vilão é interpretado pelo astro Harrison Ford, um pouco mais interessado e que até exercita alguns dotes dramáticos insuspeitos do personagem e está muito bem, sendo um dos trunfos do filme, além de se transformar no poderoso e perigoso Hulk Vermelho, tão alardeado pelos trailers do filme.

Filme que, aliás, é muito interessante em seu meio, pois estabelece de vez o novo Capitão América e traz ao reboque um novo Falcão, que agora é defendido pelo excelente Danny Ramirez, o coração desse filme e que justifica todas as interações com o veterano Carl Lumbly, espetacular como Isaiah Bradley, o primeiro “Capitão América” apagado dos livros de história conforme foi muito bem mostrado na série “O Falcão e o Soldado Invernal”, no streaming da Disney+.

O longa coloca os atores no tabuleiro e traz como responsável pela segurança do presidente uma agente no mínimo desconexa da coisa toda e que, até agora, não entendi qual o contexto e o motivo daquela personagem — que tem relação com uma personagem saudosa e muito querida dos filmes, estar ali.

E esse é o ponto principal, a confusão de alguns temas e a indecisão do que fazer com a trama e manter um caminho coerente com o que foi estabelecido no próprio filme.

Quanto à realização técnica, está também na média das produções do estúdio, os momentos de batalhas aéreas dos dois heróis voadores são excelentes e empolgam quase no nível do último “Topgun” de Tom Cruise, as lutas quando são com atores e dublês são muito bem coreografadas e há pancadas que quem assiste até consegue sentir.

Mas os efeitos de CGI nem sempre são tão eficientes, quando necessários, e às vezes são nítidos o quanto de tela verde e Volume (nova tecnologia de efeitos visuais que consiste em uma gigantesca tela de led que mostra uma pré-configuração do cenário digital em que os atores estão inseridos e conseguem ver, por exemplo, um cenário de teatro) foram usados, nada tão pavoroso, mas quem tem familiaridade consegue notar a disparidade.

Ou seja, não é o pior filme dessa nova leva da Marvel, mas longe de empolgar.

Se apoia no carisma dos seus atores que realmente elevam o nível da diversão, mas é incapaz de dar um passo além do que teria possibilidade, visto os temas que tinha em mãos para trabalhar: um novo herói questionado um presidente belicoso transformado em pai carente e uma trama de intriga e conspiração internacional resolvida como uma fanfic do jogo de tabuleiro War.

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Ah, quanto à cena pós-créditos… Bom não serei eu a dizer se você deve ou não aguardar para ver, mas, sendo sincero, já sabia o que encontrar, pois já está em meio a toda internet. Eu não esperei para ver e não me arrependi.

Poderia e deveria ser melhor, mas é o que temos no momento e agora é aguardar o que “Thundebolts*” — que já parece um Esquadrão Suicida, só que feito pela Marvel — e a grande estreia do ano, “Quarteto Fantástico” nos trarão, apontando o velho/novo caminho do estúdio.

_{Imagem Destacada: Divulgação/Marvel}

Capitão América – Admirável Mundo Novo | Um Passo ao Lado da Marvel

Sinopse

Sam Wilson é o novo Capitão América, ex-Falcão, e que agora tem que lidar com uma conspiração internacional envolvendo o novo presidente dos EUA, Thaddeus Ross.

Prós

Carisma absurdo do elenco, com interações preciosas e divertidas entre os atores;

O filme tem alguns momentos de conspiração que são bons e cenas de ações divertidas e bem realizadas.

Contras

Trama que não é bem desenvolvida e ainda tenta emular de forma insatisfatória outro filme do herói;

Resolução que não condiz com o que foi monstrado ao longo do filme;

O filme não é tão bem resolvido como deveria e algumas situações são desconexas do que foi apresentado.

2.5

Nota