Woo! Magazine

Menu

  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar

Siga nas Redes

Woo! Magazine

A imaginação ao seu alcance

Digite e pressione Enter para pesquisar

Woo! Magazine
  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar
Instagram Tiktok X-twitter Facebook Pinterest
CríticaFilmes

Crítica: A Gente

Avatar de Rita Constantino
Rita Constantino
11 de setembro de 2017 3 Mins Read

A Gente posterEm um dos episódios de conflito em “A Gente”, o inspetor penitenciário faz um comentário revelador ao discutir com um dos presos. “Essas coisas são necessárias, se não você daqui a pouco está de colete e eu andando com a mão para trás”, observa o homem.

Estar encarcerado sem ser preso. Esse é um sentimento constante no último documentário Aly Muritiba, que, colocando a lente de aumento sobre o cotidiano de uma penitenciária no interior do Paraná, consegue dizer muito sobre o sistema penal do próprio Brasil. O momento não poderia ser mais oportuno: com mais de 100 mortos, 2017 começou com uma violenta crise prisional, sintoma de uma estrutura carcerária precária, superlotada e ineficiente.

Explorando um tema com que tem intimidade, o cineasta, que trabalhou por sete anos na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, acompanha Jefferson Walkiu, inspetor-chefe dessa mesma instituição, que se divide entre o trabalho na prisão e a pregação em uma igreja batista nas horas vagas.  Em seu dia a dia, testemunhamos a dificuldades de ser agente penitenciário no país e todos os obstáculos que precisam ser superados; problemas que vão de falta de chaves para as algemas ao fato de existir apenas uma enfermeira para atender mais de 900 detentos. “Aqui é assim meu jovem, só Jesus na causa”, em um instante ele ressalta. Observação corriqueira, mas que está longe de representar um contexto isolado.A Gente 1

Para tornar pública essa realidade, Muritiba é certeiro na abordagem. Bebendo na água do Cinema Direto, escola que modificou as formas de fazer documentário nos anos 50, ele opta por observar os acontecimentos à distância, com o mínimo de interferência o possível, dando ao espectador a oportunidade de mergulhar na rotina, pouco conhecida, desses profissionais.     

Como uma mosca, ora observando pousada na parede, ora de seu sobrevoo, a câmera oscila entre a inquietude e a estaticidade: inquieta quando se propõe a seguir os passos dos agentes, colocando-se no centro da tensão, e estática quando se permite parar por um tempo e deixar que eventos imprevistos sejam capturados por suas lentes, como o ir e vir de apenados e carcereiros.

Assim, no calor da vida real proporcionado pela estética do diretor, passamos por um processo de familiarização. Acompanhamos de perto as reuniões dos agentes e diante da burocracia do dia a dia, aprendemos suas alternativas para driblar a precariedade, o abandono do estado. Situações para eles, banais, como discutir o que será feito com a quantidade limitada de café ou o procedimento de revista íntima, têm impacto no espectador.

E são as minúcias da realidade, difíceis de emular na ficção, que trazem força ao projeto. Cumprindo a missão de humanizar esses homens – vide o trocadilho no título -, entre episódios preocupantes, como a conversa entre a psicóloga e um jovem que cometeu latrocínio, há momentos curiosos, típicos do cotidiano, como quando uma singela comemoração de aniversário de um colega de trabalho é interrompida por um chamado de urgência. Interessante também é a intimidade que eles desenvolvem com alguns dos detentos, porém sempre com o lugar de punidor e punido bem estabelecidos. “Arrependimento sem mudanças não vale nada”, frisa um dos agentes a um dos presos.

Concentrar a narrativa na figura de Jefferson, também é um dos acertos de Muritiba. Se a Casa de Custódia de São José dos Pinhais no interior do Paraná tem a capacidade de refletir os fenômenos do sistema penitenciário nacional, o inspetor, por sua vez, dá um rosto aos dramas vividos por outros trabalhadores. Figura de autoridade na prisão e na igreja, ele surpreende pela dedicação a seu ofício, mas é perceptível o seu desgaste. Com dificuldade de desempenhar o seu papel com tamanha falta de estrutura e descaso do poder público, sua decisão final é mais do que justificável.

Em um país que a proporção é de oito presos para cada agente penitenciário – quando o recomendado é cinco para um – “A Gente” é um filme necessário. Sólido tanto em ideia quanto em execução, o projeto merece atenção. Cinema também é política e se chegasse a todos, com certeza teríamos uma população preocupada em cobrar políticas públicas eficientes. Uma pena não ser assim.

 

Reader Rating0 Votes
0
7.5

Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso  CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.

Tags:

DocumentárioFestival do RioFestival do Rio 2017

Compartilhar artigo

Avatar de Rita Constantino
Me siga Escrito por

Rita Constantino

1995. Cobra criada em Volta Redonda. Um dia acordou e queria ser jornalista, não sabia onde estava se metendo. Hoje em dia quer falar sobre os filmes que vê e, se ficar sabendo, ajudar o Truffaut a descobrir com que sonham os críticos.

Outros Artigos

cauiNyT e1504981681637
Anterior

Resenha: Poesias que escrevi com fome, de André D’Soares

noora e eva
Próximo

“SKAM”, eu escolhi te maratonar

Próximo
noora e eva
11 de setembro de 2017

“SKAM”, eu escolhi te maratonar

Anterior
11 de setembro de 2017

Resenha: Poesias que escrevi com fome, de André D’Soares

cauiNyT e1504981681637

Sem comentários! Seja o primeiro.

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Publicidade

    Posts Recentes

    Taylor Hawkins em ângulo plongée, de regata preta e jeans, apontando com o indicador para a plateia com o braço direito levantado e o esquero segurando o microfone em apresentação.
    Amante Declarado de Prog Rock, Taylor Hawkins foi Repreendido Pelos Integrantes do Rush
    Cesar Monteiro
    O Agente Secreto
    O Agente Secreto | Rumo ao Bi Campeonato No Oscar
    Roberto Rezende
    Desenho no estilo mural com tons de aquarela azul e amarelo e músicos de uma orquestra em traços de storyboard tocando.
    XI Festival Musimagem Celebra Trilhas Sonoras e Chega em SP em Setembro
    Nick de Angelo
    The Town 2025 está chegando!
    The Town 2025 | As Ativações Mais Criativas e a Presença das Marcas no Festival
    Nick de Angelo
    Ludmilla de olhos fechados, microfone na mão esquerda, e braços estendidos ao alto semidobrados, em show no The Town 2025.
    The Town 2025 | Ludmilla Encerra o The Town 2025 no The One Com Energia e Coesão
    Nick de Angelo

    Posts Relacionados

    O Agente Secreto

    O Agente Secreto | Rumo ao Bi Campeonato No Oscar

    Roberto Rezende
    16 de setembro de 2025
    Desenho no estilo mural com tons de aquarela azul e amarelo e músicos de uma orquestra em traços de storyboard tocando.

    XI Festival Musimagem Celebra Trilhas Sonoras e Chega em SP em Setembro

    Nick de Angelo
    15 de setembro de 2025
    Atores de "Deuses da Peça" caracterizados em uma das imagens promocionais, com destaque a seus bustos, com várias roupas estereotipicamente teatrais.

    Deuses da Peste | Quando a Ignorância é a Pior das Pragas

    Roberto Rezende
    10 de setembro de 2025
    Mauro Sousa, filho de Maurício de Sousa, interpretando o pai mais jovem, sentado em um banco de madeira pintado em verde, ao lado de um garoto lendo um gibi do Bidu.

    Mauricio de Sousa Celebrado na 49ª Mostra de Cinema em São Paulo

    Rodrigo Chinchio
    8 de setembro de 2025
    • Sobre
    • Contato
    • Collabs
    • Políticas
    Woo! Magazine
    Instagram Tiktok X-twitter Facebook
    Woo! Magazine ©2024 All Rights Reserved | Developed by WooMaxx
    Banner novidades amazon