Uma comédia romântica que é uma exceção dentro da regra.
“Ele Não Está Tão A Fim de Você” (“He’s Just Not That Into You”) dirigido por Ken Kwapis (“Licença para Casar”) e baseado no livro de Greg Behrendt e Liz Tuccillo, começa sem rodeios: desde pequenas, as meninas são condicionadas a acreditar que quando um menino a maltrata é porque ele gosta dela – “E aí começa o nosso problema” – segundo um trecho do próprio filme. Seguindo esse raciocínio, as mulheres são condicionadas a acreditar que se ele não ligar de volta depois de um primeiro encontro é porque ele gostou de você. E por aí se seguem os dilemas: ligar para ele? Mas aí você não vai parecer desesperada? Não ligar para ele? Mas esperar por aquela ligação dia após dia é de enlouquecer!
Logo na primeira sequência do filme, há uma identificação imediata do público-alvo com aquelas personagens da tela. Difícil encontrar uma mulher que nunca passou por isso ou que pelo menos conhece alguma amiga que passou. Não só mulheres, como também qualquer outra pessoa considerando as formas de se relacionar da atual geração. O desinteresse parece ter se tornado o maior atrativo para conquistar alguém – que jogue a primeira pedra aquele que nunca esperou algumas horas a mais para responder uma mensagem do crush no whatsapp – mas, como tudo na vida, há regras e exceções dentro do jogo, e é nisso que o filme é centrado.
O personagem de Justin Long entra em cena para esfregar a verdade na cara da sociedade lançando a frase que dá título ao filme: “Ele não está tão afim de você” Todas as desculpas possíveis são pensadas por Ginnifer Goodwin para fugir desta dura realidade. A personagem está desesperada para encontrar um namorado – e quem não está quando todo final de filme e música romântica enfia goela abaixo do público o tão aguardado “final feliz”? Um cara quando quer, ele vai fazer acontecer, segundo Long, e assim seguimos a grande protagonista na sua jornada com esta nova descoberta.
A história é centrada nas peripécias de Gigi (Ginnifer Goodwin – que está, como sempre, arrasadora em cena) seguindo os conselhos amorosos de Alex (Justin Long), que, por sua vez, está bem parecido com ele próprio. Entrelaçadas a trama central, assistimos a outras histórias contadas por um grande elenco – todas elas conectadas de alguma forma. Kevin Connolly interpreta Conor, o cara que que não liga de volta para Gigi após um primeiro encontro porque, na verdade, é apaixonado por Anna (Scarlett Johansson), que faz uma professora de yoga que só fica com ele quando não tem mais opção. É então que ela se encanta por Ben, vivido por Bradley Cooper, um bonitão casado com Janine (Jennifer Connelly) que trabalha com a protagonista e Beth
(Jennifer Aniston) na mesma agência – esta última já namora Neil (Ben Affleck) há 7 anos e aguarda ansiosamente por um pedido de casamento, enquanto ele não acredita no sagrado matrimônio. Além disso ainda tem a amiga da professora de yoga (Drew Barrymore) que vive a fundo a era das relações digitais.
Parece confuso, mas o roteiro e a montagem deixam tudo bem compreensível. O elenco está confortável em seus personagens, claro que é um pouco frustrante ver bons atores contando histórias tão medíocres como a da personagem interpretada por Drew Barrymore, mas dá para superar. É de fato uma comédia romântica com vários elementos clássicos, mas vale a pena assistir por conter um quê de bastante realidade, uma exceção a regra.
Por Rayza Noiá
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