O esporte, mas que mero artificio de prática física, pode ser instrumento motivador, de luta, de resistência, parte uma cultura e fundamental a um povo. O mais popular dos esportes, o Futebol, é uma prova, aqui no Brasil, de como um esporte se atrela a cultura. Alguns menos afeiçoados podem dizer: “são apenas pessoas correndo atrás de uma bola”. Literalmente, não passa de uma verdade. Mas, verdadeiramente, não passa de um desconhecimento do que o espirito de equipe em uma prática esportiva pode despertar, e quão bem isso pode fazer, mais do que na parte física, também na mental.
Isto posto, o documentário “Eu Sou Alguém”, que quase pode-se confundir a uma matéria jornalística de programa esportivo ou de grandes reportagens, narra com delicadeza uma evento que mostra o futebol agindo em individualidades de diferentes nações. Mas, não são retratados grandes estádios, neste longa o lugar é reservado para o futebol agindo ruas, com as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
Acompanhando principalmente as histórias das equipes do Brasil, Paquistão e Palestina, somos levados a um universo que nos forçamos, de forma até inconsciente, a não vermos: as pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social, entre as quais. E, nos deparamos com agentes sociais como Drika, que com seu projeto no complexo da penha, tira os jovens das ruas e com uma bola e um campo, muda a perspectiva de vida deles.
A ideia, passa por narrar alguns personagens principais, de diferentes países em suas equipes. Mas, com um vasto conteúdo, não há tempo de se aprofundar o bastante para sabermos realmente mais, além do trivial para o filme de cada história. No entanto, os recortes escolhidos são agradáveis.
Como símbolo de união através do esporte, vemos jovens atletas de diversos países com culturas e cresças diferentes, conviver em comunhão. Com momentos de dança, música e, sobretudo, paz. Diferente da realidade cotidiana da maioria. É, como o próprio filme mostrar, uma das coisas que algumas dos jovens mais tinha curiosidade ou receio era saber como seria a recepção dos outros, para com eles, para com suas diferenças.
A primeiro momento, o foco principal está nas histórias de cada equipe. Mas, quando chegamos a Copa do Mundo das Crianças de Rua, a tela é dividida também com a vibração das conquistas e o drama da derrota.
As particularidades da vida de alguns personagens específicos ganham vez nesse caminho. Nesse lugar, estão as entrevistas, que, não são de perguntas e respostas. Na verdade, são sabemos que houve uma provocação ao assunto, mas só nos são dadas as respostas que formam as narrativas de cada vivência.
Não há nada de extraordinário na produção de “Eu Sou Alguém”. Em termos técnicos, o documentário, traz tudo em seu devido lugar. Existe uma boa montagem, um recorte bem definido, começo, meio e fim. Mas, o que realmente importa ao analisar uma obra como tal é entender que ela quer passar uma mensagem. Nesse caso a mensagem é passada por duas vias, o futebol e o cinema. Aqui, um impulsiona o outro como agente transformador.
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