Hellboy e o homem torto prova que sempre pode ficar pior
Sendo a terceira versão do personagem nos cinemas, “Hellboy e o homem torto” busca uma nova roupagem para o ‘homem’ de pele vermelha. Interpretado por Jack Kesy, o diabão ao lado de uma novata deve investigar uma comunidade que foi tomada por forças sombrias.
Com uma linha narrativa mais simples, o longa metragem aposta em uma atmosfera voltada para o Folk-horror. Ou seja, bruxas com magias satânicas se escondem na floresta, amaldiçoando a terra ao redor. O que se espera é então um filme de terror onde o protagonista é pertencente aquele mundo, natural ao mistério que se encobre por de trás das maldições e rituais. O que na realidade recebemos é um filme extremamente superficial quanto a sua construção, não nos apresentando absolutamente nada de interessante e que faz muito pouco uso do protagonista em si.
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O homem de chifres cerrados e mão enorme não possui um objetivo instigante, e a sua falta de cor reflete o apagão que ele tem no filme. Os personagens não possuem carisma. Na verdade, nenhum dos personagens ali tem qualquer motivo plausível para enfrentar o homem torto. Que, inclusive, é um dos antagonistas mais sem graça de todos os tempos. E nem posso me estender muito no comentário, o filme não me permite dizer qualquer coisa além disso. É um homem com o pescoço quebrado e só.
Um misto de confusão, o roteiro e a direção não conversam entre si
E se o roteiro é fraco a direção consegue ser pior. Com um design de produção terrível, a equipe de Hellboy se joga no meio de uma floresta com atores carregados com um sotaque caipira caricato e um uso preguiçoso de luz e cor. Bryan Taylor deixa tudo muito pior com seus ângulos de câmera ‘tortos’ e suas grande angulares desfocadas em cenas que serviriam muito bem para um clipe de nu-metal de alguma banda de garagem.
Mas se era isso que o autor dos quadrinhos Mike Mignola pretendia fazer com seu personagem nos cinemas ao integrar o roteiro da produção, talvez seja melhor manter a franquia nos quadrinhos. Lá ao menos o design dos personagens é interessante e possui espaço para trabalhar essas pequenas aparições… sabe aonde também isso funcionaria muito bem? Numa série! Por que ao invés de fazer algo medíocre para o cinema, não investiu em um piloto para a televisão?
E se esse Hellboy não funciona como terror, imagine como filme de ação. Os confrontos que acontecem no filme são muito mal feitos, em todos os aspectos. Seja a coreografia, a forma como foi filmada ou o uso de efeito especial. O longa deixa bem claro ter sido feito com um orçamento ridiculamente pequeno.
Fecho o texto comentando quanto a péssima montagem e sonoplastia. Meus ouvidos nunca foram tão maltratados por um cinema com sons agudos e aumentos repentinos na trilha sonora. Algo que acontece a cada cinco minutos das mais variadas formas. Se faça um favor e não passe pelo inferno que é assistir Hellboy.
Imagem Destacada: Divulgação/Ketchup Entertainment
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