Bem-vinda de volta, Bridget!
Depois do fiasco que foi o segundo filme, com direito a coro na cadeia e alguns anos ausentes da telona, Bridget Jones volta com tudo em 2016. Com um filme que
começa um tanto forçado, levando os espectadores mais céticos a se contorcerem na cadeira, mas que depois surpreende pela graça e dinâmica.
Em um novo triângulo amoroso, Bridget agora está grávida. Mas quem é o pai?
Ele pode ser tanto o McDreamy Jack (Patrick Dempsey) ou o bom e velho Mark Darcy (Colin Firth). Assim como com o falecido Daniel Cleaver (Hugh Grant), no triângulo amoroso um personagem é o extremo oposto do outro e obviamente um é muito mais compatível com a personagem de Renée Zellweger. Jack é leve e divertido, conhece Bridget em um festival de música —onde Mark nunca estaria — quando ela desastradamente cai numa poça de lama e ele a “salva”, em uma cena completamente clichê e típica da franquia. Depois disso, a mocinha entra inadvertidamente na tenda do cavaleiro e eles passam uma noite juntos.
Alguns dias depois desse encontro um tanto caótico, Bridget se vê fisgada novamente pelo seu antigo amor em um batizado bem incomum para os padrões brasileiros. Ela e Mark se reconectam e depois de uma noite juntos ela vai embora de manhã, deixando apenas um bilhete bem sincero de despedida, que explica para a audiência o porquê deles não terem continuado juntos após o final de Bridget Jones: No Limite da Razão.
Depois do clichê inicial, o filme realmente fica muito bom e os espectadores passam a fazer parte da vida dessa nova Bridget, que agora finalmente está magra e portanto não se autoflagela diariamente com seu peso e uma contagem excessiva de calorias, que não é exemplo para ninguém. Ela está feliz, tem um emprego que parece realmente agradável e novas amizades que a deixam renovada. Até mesmo sua mãe não é mais capaz de colocá-la para baixo e nesse novo longa vemos a personagem se defendendo sempre, não só quando a situação já está insuportável. Parece que a única coisa que a personagem mudaria nessa nova fase de sua vida é seu status de relacionamento.Com uma trilha sonora que acompanha muito bem o ritmo do filme e cenas que tiram uma gargalhada sincera do público, O Bebê de Bridget Jones é a salvação da franquia que ficou desgastada depois do segundo filme. A diretora do primeiro longa retorna nesse terceiro, para o bem da história, e fica palpável para o público o quanto essa direção foi importante no rumo da narrativa, que remete bastante ao primeiro filme, o melhor dos três. Já o roteiro ficou nas mãos da autora dos livros, Helen Fielding, da atriz Emma Thompson e do comediante Dan Mazer, o que foi realmente incrível para a história. Pois Emma Thompson, que também faz o papel da ginecologista da personagem grávida, conseguiu para si mesma cenas maravilhosas que tiram o peso da comédia do elenco principal.
No entanto, a história fica bastante repetitiva no final e um gancho para uma continuação é bastante preocupante. Pois a franquia que não é muito inovadora já está um pouco desgastada, mesmo com a repaginada da atriz principal e figurinos melhores.
O Bebê de Bridget Jones é importante, pois além de marcar o retorno da personagem para as telonas, o filme também é uma divisão da linha temporal da vida de Bridget. Isso porque o longa conta uma história totalmente diferente daquela que está no livro Louca Pelo Garoto, lançado pela autora e criadora da história em 2013. No terceiro livro o motivo da separação de Bridget e Mark é a morte dele e ela viúva com dois filhos precisa se readaptar à vida sem seu marido. Daniel Cleaver, por sua vez, está vivo e é um grande amigo da família, ajudando a personagem até na hora de ser babá das crianças. A história que está nos livros é maravilhosa, inédita e muito engraçada, mas as dificuldades de traze-la para a vida dos cinemas consiste na audácia de matar um personagem querido do público, que já havia criticado bastante a escritora com tal luto, e da recusa de um dos atores de voltar ao elenco. Sendo assim, é impossível negar que o roteiro mesmo sendo diferente dá à Bridget uma continuação digna e um final bastante satisfatório.
Por Mariana Baptista
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