Chega aos cinemas na próxima semana o filme “O Convento“, que conta a história de uma mulher em busca de respostas para a morte de seu irmão, um padre em atividade num convento na Escócia. Temos aqui um filme mediano, indeciso entre o terror e o suspense, mas que apresenta uma visão interessante sobre o bem e o mal. Confira a crítica a seguir com alguns spoilers:
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Na trama de “O Convento”, a oftalmologista Grace (Jena Malone) viaja até o Convento Mount Saviour, na Escócia, para conhecer as circunstâncias da morte de seu irmão, um padre. Uma vez lá, ela descobre assassinato, sacrilégio e uma verdade perturbadora sobre seu próprio passado.
O principal problema do filme é que ele não consegue decidir se é um filme de terror ou suspense. As poucas cenas violentas e com muito sangue parecem estar ali exatamente para justificar a classificação como terror. Mas elas estão longe de causar qualquer impacto nos fãs do gênero.
O diretor Christopher Smith (“Triângulo do Medo”, “O Ritual”) faz um bom trabalho criando a atmosfera de mistério, aliada a tomadas que valorizam as belas paisagens da Escócia. Contudo, investe em cortes rápidos demais de alguns flashbacks, que atrapalham muito o desenvolvimento da História. O roteiro poderia explorar um pouco melhor o histórico de Grace, que remonta a Idade Média. Aliás, nenhuma personagem recebe um desenvolvimento satisfatório. A certo ponto, você abandona o interesse nelas em função da solução do crime.
“O Convento” não é sobre freiras
O ponto de acerto da narrativa é que ela não é sobre o bem e o mal, mas sobre o exercício do poder para controlar essas forças pela Igreja Católica. O filme até aponta um vilão, mas não é maniqueísta ao ponto de induzir seu ponto de vista. O marketing do filme é em cima da imagem da freira maligna, isto é, pessoas gostam de consumir mulheres como vilãs. No entanto, as freiras são nada mais que a massa de manobra da estrutura patriarcal do catolicismo. Em uma passagem, o padre Romero, dirigente do convento, chega a dizer “Deus está acima de nós e eu, depois dele”.
Os atores fazem um bom trabalho, mas nada excepcional a ponto de salvar as personagens. A protagonista Jena Malone, encarna uma Grace fria e cética, que funciona bem no início, mas perde fôlego à medida que suas visões a conduzem para quem realmente é. Coadjuvante de luxo, Danny Huston como o padre Romero faz um bom trabalho mas não chega a roubar a cena no pouco tempo de tela que tem. A madre superiora Janet Suzman e Eilidh Fisher como a freira Meg, fazem um grande trabalho, e mereciam um destaque maior na trama.
Por fim, “O Convento” é um filme mediano, com pontos altos e baixos de roteiro e que peca pela indecisão entre o suspense e o terror. Embora não seja um filme ruim, a interessante crítica ao poder da Igreja Católica não é suficiente para que ele se destaque entre obras com a mesma temática.
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