Sim e aqui vamos para o cinema francês! A paixão, toda aquele olhar sobre as coisas, o charme, a particularidade francesa. Mas, aqui, difere a intensidade com que vemos e no que mergulhamos.
Em Um Doce Refúgio acompanhamos a vida de Michel, um artista gráfico entediado com a vida que esta levando, que têm achado tudo nela realmente ruim. Seu sonho sempre foi pilotar um avião, mas isso acaba mergulhado nas coisas corriqueiras de sua vida.
Ele acaba descobrindo, por acaso, que um caiaque tem uma estrutura muito parecida com os aviões e se interessa tanto que acaba comprando um e tendo uma aventura muito peculiar, que mesmo muito estranha, acaba sendo apoiada por seus amigos e sua mulher. Em sua aventura, acaba chegando ao restaurante onde encontra Laëtitia, dona do lugar, e Mila, uma jovem ajudante do lugar.
O interessante do filme é que ele é mais leve, mais fácil de se entregar a história sem grandes sofrimentos. A trama é uma comédia leve e despretensiosa, que acompanha um cara de meia idade e suas frustrações quanto a vida, mas que podia ser bem mais profundo do que realmente é.
Em um primeiro momento, é fácil fazer uma ligação com filmes como Livre, com Reese Whiterspoon, ou Na Natureza Selvagem, com Emile Hirsh, afinal há bastante em comum entre seus protagonistas: são pessoas que querem buscar a si mesmas, aquele pedaço de cada um que vai sendo perdido no dia a dia. Mas, as inquietações de Michel são menores e nem tão intensas. O roteiro se assume como uma comédia, então nunca entra pelos dramas dos personagens. Há, também, uma aceitação pacífica de todas as escolhas dos personagens.
Agnès Jaoui, com sua Laëtitia, entrega uma mulher madura, confortável consigo mesma e, aparentemente, independente. A atriz se mostra bastante a vontade no papel. Vimala Pons dá vida a Mila, jovem e impetuosa, que sofre por seu ex-namorado. Pons é outro destaque no filme, já que sua personagem, além de tirar alguns sorrisinhos, também acaba nos fazendo criar uma grande empatia com ela. Sandrine Kiberlain têm, possivelmente, a personagem feminina mais fraca de todas: não sabemos a que veio, simplesmente aparece ali concordando com tudo que o marido quer.
Bruno Podalydès é o protagonista, assim como roteirista e diretor do filme. Seu personagem é linear. Ele esta entediado, compra um caiaque e tenta se dar bem no meio da história. Seu roteiro também não ajuda muito, não é exatamente inspirador. E sua direção, algumas vezes, tende a ser lenta e não acrescenta muito.
Fotografia e trilha sonora trabalham bem. As imagens e enquadramentos funcionam, e até produzem lindas cenas. A trilha sonora também ajuda um pouco, com algumas músicas divertidas e que acabam por fazer uma boa composição em alguns momentos. Acaba que o projeto tem lá seu charme em algumas boas atuações, fotografia e música, e, talvez, isso faça o filme valer mais a pena.
Um Doce Refúgio estreia dia 6 de outubro nos cinemas nacionais.
https://www.youtube.com/watch?v=Jkh-KEJ2Vp4
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