E começou o primeiro dia do maior festival de música alternativa do Brasil, o Lollapalooza, nessa sexta dia 25. Com direito a muita música boa, energia acumulada pela quarentena, manifestações políticas e até polêmica judicial, fizemos um resumo de alguns dos destaques dos shows mais aguardados para esse primeiro dia; vem com a gente!
Uma pequena injustiça
Se o dia anterior já havia sido um fenômeno, Pabllo Vittar mostrou para que veio e segurou a plateia no alto do início ao fim, com uma setlist ainda mais completa e cheia de novidades, como, novamente, a promoção de material inédito com Rina Sawayama: “Follow Me”. O show também foi marcado por protestos a Bolsonaro, entre palavras de ordem, e uma bandeira com a face do ex-presidente, Lula, estampada. Esse pronunciamento que não era novidade entre os fãs da drag, viria a gerar reações que serão detalhadas ao fim da reportagem.
E por que injustiça? No mesmo horário, LP trouxe toda a raiz de Rock ao melhor que Lollapalooza pode oferecer. Embalando o público após uma chuva forte, porém breve, típica de São Paulo, Laura teve o imprevisto de um show reduzido mas não deixou a multidão abalada. Sempre impecável, trouxe desde o seu repertório clássico até as novas do álbum “Churches”. Não podia faltar, claro, “Lost On You”, seu maior sucesso. Assim como Pabllo, a cantora lembrou da necessidade de se engajar politicamente e, em português, pediu em bom som “vamos votar”.
Um furacão chamado Marina
Seis anos desde sua última apresentação no Brasil, também no Lollapalooza, Marina trouxe um show com escolhas de música muito semelhantes a outras apresentações recentes em festivais, mas se tratando de Diamandis, não há como se contagiar com seu carisma tão efusivo capaz de tornar cada apresentação algo único. Se no passado trouxe um show tripartido, representando cada “era”, dessa vez decidiu mesclar sucessos dos agora cinco álbuns de estúdio no que desembocou em um crescendo animado para as últimas três músicas: “How to Be a Hearbreaker”, “Bubblegum Bitch” e “Primadonna”.
Ao que Pabllo Vittar não veio ao palco para o dueto de “Man’s World”, a manifestação política de mais cedo também se fez presente. A galesa entoou gritos por mudança da juventude contra Vladimir Putin e o já mencionado presidente brasileiro.
De MGK à Ashnikko
Logo início da noite, dois artistas novatos em terras tupiniquins se apresentaram em palcos diferentes: Machine Gun Kelly, que já se eletrizou a plateia no dia anterior no Onix Day, e Ashnikko, uma das revelações do período pré-pandemia.
Com muita intimidade com o público, MGK se emocionou, escalou o palco, e se declarou a dois amores: Brasil e a noiva, Meghan Fox. O público não parou por um instante de cantar os sucessos, mesmo diante recentíssimo lançamento do álbum “Mainstream Sellout”, dia 25. E o que dizer da intrigante Ashnikko? Além de apresentar um pouco dos seus principais sucessos, teve alguns dos momentos mais curiosos de conversa com os fãs, como quando, antes de cantar “Working Bitch”, leu um cartaz na plateia a divulgar a própria conta em um site adulto — um poço de carisma e espontaneidade.
Por mais uma vez: Doja Cat
A noite não podia ser de mais ninguém. Doja Cat retornou ao festival após uma semana complicada, para se dizer no mínimo. Nas redes sociais, recebeu ataques — incluindo ofensas racistas — de fãs após cancelamento no show no Paraguai em virtude de uma tempestade. Soma-se a isso uma decepção pessoal com sua performance no Onix Day, quando afirmou ainda no Twitter que sentia não ter dado o melhor de si, mas prometeu entregar mais no dia seguinte. E conseguiu!
Ainda mais desenvolta que antes, Doja é mais uma de um grupo de artistas cujo público sabe as letras de cabo a rabo, o que contribuiu para tornar o clima ainda mais especial para todos. Mesmo que com uma produção mais simples, a californiana contagiava com as melodias dançantes e a coreografia que mais parecia uma extensão do próprio corpo. Encerrando com “Say So”, teve fim a noite no palco Onix.
Um encerramento para ficar na memória
De volta ao palco Budweiser, The Strokes era a atração principal para muitos, e o seu aconchegante rock de garagem concluiria o dia de apresentações paralelamente a “Jack Harlow” e “Alan Walker”, nada novatos na questão de festivais. Por causa disso, pode-se dizer que a concorrência ficou complicada, mas mesmo com público menor, a mistura de ritmos pôs abaixo o Autódromo — que durante esse fim de sexta se fez ouvir por toda a vizinhança.
A todo momento interagindo com a plateia, o vocalista debochou das luzes, foi carinhoso e entre velhos e novos sucessos, o público podia se sentir confortável de ter Julian e sua usual loucura de volta ao Lolla. Ao fim do show, como outros artistas, manifestaram-se contra o presidente, através da voz do baterista brasileiro, Fabrizio Moretti.
Rescaldo
Bem, nem tudo são flores. Em resposta às manifestações políticas nas apresentações, o Partido Liberal (PL), acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a síntese de vedar o que chamou de propaganda eleitoral irregular. No pedido, a representação do partido anexou prints com notícias de Pabllo e Marina — ainda que não tenham sido essas as únicas a se manifestar — e exigiu imediatas providências. Ao que não houve manifestação da corte até o presente momento, o pedido deve ser negado.
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.