Comédia Italiana do diretor, roteirista e ator Leonardo Pieraccioni espelha o resgate do afeto por quem nunca o teve com narrativa simples e direta
Já virou tradição as ácidas e divertidas comédias familiares italianas movidas a parentes interesseiros e/ou difíceis e rabugentos, herança do sangue quente mediterrâneo, e “Faz de Conta Que É Paris” é mais um exemplar do multifacetado artista italiano Leonardo Pieraccioni que tem a direção de quinze filmes no currículo.
A história que é levemente inspirada em um caso real, acompanha três irmãos que não poderiam ser mais diferentes entre si (com direito a um plot twist perto do final), que se reúnem a contragosto depois de cinco anos sem se verem após receberem a notícia que o pai, um professor ranzinza depois de um episódio médico, descobre que sua visão está comprometida por conta do diabetes, seu coração está falhando e não tem muito tempo de vida.
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O cara de pau Bernardo (Leonardo Pieraccioni), a esfuziante Giovanna (Chiara Franchini) e a workaholic Ivana (Giulia Bevilacqua) compõe o núcleo dos irmãos atrapalhados e comicamente amorosos, que têm a ideia de cumprir o que seria o último desejo do pai, uma viagem em família para Paris.
Porém isso não será fácil por uma série de motivos, pois além do impedimento das condições médicas do patriarca, o Sr. Arnaldo Canistraci além de grosseiro foi um pai totalmente ausente, ao ponto de nunca ter assistido sequer uma partida de futebol do filho ou apresentações artísticas e momentos de crescimento das filhas.
Isso criou adultos quando não inseguros meio neuróticos e que pouco se importam com eles mesmos, visto o abandono parental do pai, contando somente com o amor e apoio da mãe que é falecida.

O filme poderia ser um estudo interessante mesmo que cômico sobre recomeço e redescoberta do amor entre parentes, porém fora algumas cenas que comovem pela simplicidade e pelo esforço dos atores ao demonstrar emoções ao simples aceno da aprovação do pai distante, é um pouco apressado e às vezes caricato, beirando ao mambembe.
Pode ter sido a intenção do diretor, roteirista e ator principal, mas, fora a caricatura, falta profundidade emocional aos personagens principais, só havendo algum destaque para Nino Frassica que interpreta o patriarca e tem alguns pequenos momentos com nuances reveladoras do que ocorre ao seu redor, principalmente quando está chegando o final do filme.
Não que falte momentos bobos, divertidos e que precisam de uma grande suspensão de descrença pelo elenco que em sua maioria é muito carismático, pois o plano consiste em alugar um trailer e dar voltas no haras do filho Bernardo, emulando uma viagem que seria de doze horas até Paris, pois o pai quase cego não consegue identificar onde está.
E o fato de durante o filme Bernardo estar narrando a história em uma viagem de avião com muita turbulência na cabine do piloto, dizendo que não pode morrer no voo, levanta a curiosidade sobre qual seria o motivo daquela ansiedade.
Ainda há os malabarismos e trapalhadas dos funcionários da engenheira Ivana que os “contrata” para por vezes se fantasiarem de animais das montanhas ou se passarem por guardas das fronteiras europeias e, hilariamente, levando os personagens muito mais longe do que deveriam.
Como não pode deixar de ser em uma história que se passa em tempos modernos, entra em cena a questão da mídia que, ao descobrir a história, começa a viralizar a “viagem” preocupando os irmãos que passam a ter a possibilidade cada vez mais real de terem sua tramoia descoberta pelo pai.
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O filme Faz de Conta Que É Paris, poderia ser um estudo mesmo que bem humorado da superação de traumas, abandono e descoberta do sentido de família, mas por sua simplicidade excessiva e sem um objetivo claro, além da tentativa de ser minimamente engraçado, acaba se tornando um filme que se assiste e se diverte, mas esquecível.
Imagem Destacada: Divulgação/Pandora Filmes

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