Produção BBC, “Film Club” é nova série exclusiva do Filmelier+
A nova aposta para o público que ama histórias sensíveis temperadas com humor britânico acaba de chegar ao catálogo do Filmelier+. “Film Club” estreia como uma das séries com potencial para ser das mais comentadas da plataforma, e sua combinação de charme, referências cinematográficas e um tom afetivo discreto merece atenção. Confira nossa crítica a seguir, sem spoilers, da prévia que acompanhamos pelos seus primeiros dois capítulos.
Em algum lugar além do arco-íris
Muitos são os sentimentos sucitados por assistir Film Club pela primeira vez, uma bagunça relativamente bem-ordenada ao digeri-los com carinho. Com um começo um tanto caótico somos apresentados à igualmente desarranjada vida de Evie (Aimee Lou Wood) e sua tradição de realizar encontros semanais para um clube.
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Entre brincadeiras e guloseimas, o que chama a atenção é a dedicação: entre as regras estão o não uso de celular e vestir-se como personagens do filme, algo que ela e seu amigo de universidade Noa (Nabhaan Rizwan) levam bem a sério. Mas as coisas estão para mudar: advogado bem-sucedido, Noa conseguiu um emprego em Bristol, terá que se mudar e não poderão mais se ver.
Restam apenas algumas semanas juntos e Evie sente que está a beira de perder seu porto seguro: mudou-se há seis meses de seu apartamento após um surto e está levando uma vida reclusa, tem um namorado prestativo e adorável (à Golden Retriever) — mas com quem não se conecta —, e a família — embora sua mãe tente —, tem seus visíveis riscos de disfuncionalidade. Mas ela não pode ficar triste pela partida do amigo, pode?

Este é o ponto de partida para um novo começo, seja ele qual for. A estrutura da minissérie, de apenas 6 capítulos, é relativamente episódica com cada unidade inspirando-se em um clássico do cinema — esteticamente, de nossa opinião, uma graça. O capítulo um tem algumas cenas com um quê de didatismo, mas servem na apresentação do elenco — nenhum personagem despontando tanto em carisma quanto a dupla de protagonistas, o que intensifica no telespectador o empatizar pela sensação de desolamento de Evie.
Não nos foi uma surpresa, portanto, descobrir que a série foi escrita durante o lockdown; o humor britânico está lá, seco e desolador — com um visível tempero de busca existencial no sentido humano com a comunhão. Todos estão ótimos, Rizwan como um romântico icorrigível em tudo que faz, e Lou desoladamente enfadonha no melhor estilo Madame Bovary — ela é a boba clássica, impossível de não se relacionar — aliás, assinando também o roteiro.
Do primeiro terço que vimos a produção apresentou um bom crescendo e uma história de se aquecer o coração meio o sentimento de inflexão do mundo moderno; desejo de retorno a sentimentos simples como mecanismo de defesa e luta contra um mundo individualista e ultracomplicado; vale a assistida, principalmente àqueles que adoram caçar referências cinematográficas nas entrelinhas.
Imagem Destacada: Divulgação/Filmelier+

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