O tapete vermelho do Globo de Ouro certamente se destacou esse ano. Quem assistiu, percebeu que o preto foi escolhido como dress code, para homens e para mulheres. O motivo? Protesto. A celebridades ali presentes se juntaram a favor do Time’s Up, um movimento contra o assédio sexual em Hollywood. Várias pessoas de preto pode parecer inofensivo, mas quem acompanhou, sentiu o impacto causado pelo figurino e pelo mar de pins mencionando o movimento. Em 2018, o tapete vermelho deixou de ser um desfile fashion, e uma disputa de glamour, e se transformou numa passarela de solidarização e de poder feminino.
Essa edição do Globo de Ouro mostrou que o figurino tem muito poder e pode ser usado para chamar atenção para uma causa. A maioria das mulheres escolheu vestidos pretos relativamente básicos. Se destacavam mais por serem acinturados e estruturados. Os homens também aderiram, trocaram a clássica camisa branca por uma preta. Pins do movimento também marcaram o tapete vermelho. Em meio ao blackout, também vemos algumas produções não tão habituais. Claire Foy e Mat Smith, do elenco de “The Crown”, se apresentaram com smokings combinado. Gal Gadot usou um vestido do estilista Tom Ford, o complementando com um blazer mais curtinho.
Na entrada, a maioria das mulheres presentes preferiu ser fotografada ao lado de outras mulheres, ao invés do convencional, que seria ao lado dos maridos. Além disso, muitas atrizes deixaram claro em seus discursos que o assédio não será mais tratado como era antes. Ainda, reforçaram que todas as mulheres vão se unir, se apoiar e lutar juntas. Foi uma cerimônia muito poderosa. Oprah Winfrey falou sobre violência contra mulher e racismo em seu discurso, um dos mais emocionantes da noite. “E eu estou especialmente orgulhosa e inspirada por todas as mulheres que se sentiram fortes o suficiente e empoderadas o suficiente para falar e compartilhar suas histórias pessoais. Cada um de nós nesta sala é celebrado por causa das histórias que contamos, e este ano nós nos tornamos a história”, disse Winfrey, “Então eu quero todas as garotas assistindo aqui, agora, saibam que um novo dia está no horizonte”.
Também como parte do protesto contra o assédio sexual, algumas atrizes chegaram no tapete vermelho junto a ativistas. Laura Dern, uma das protagonistas de “Big Little Lies”, chegou acompanhada de Mónica Ramírez, que combate a violência sexual contra trabalhadoras rurais. Meryl Streep apareceu com Ai-Jen Poo, defensora dos direitos das trabalhadoras domésticas. Emma Stone foi ao evento junto a Billie Jean King, a esportista que ela interpretou e que lhe rendeu a nominação ao Globo de Ouro. Billie também é a fundadora da Associação de Tênis Feminino. Emma Watson chegou com a diretora executiva da Imkaan, uma rede de organizações que luta contra a violência contra mulheres negras e minorias, Marai Larasi. Michelle Williams estava com Tarana Burke, fundadora do movimento #MeToo e diretora da organização sem fins lucrativos Garotas pela Equidade de Gênero. Shailene Woodley foi acompanhada com Calina Lawrence, ativista de causas relacionadas aos nativos americanos. Amy Poehler apareceu ao lado de Saru Jayaraman, defensora dos direitos de funcionários de restaurantes E por fim, Susan Sarandon chegou junto com Rosa Clemente, ativista focada em prisioneiros políticos e na independência de Porto Rico.
“Nosso objetivo em participar do Globo de Ouro é colocar o foco nas sobreviventes e em soluções sistêmicas e duradouras. Este momento nos pede que usemos o poder de nossas vozes coletivas para encontrar soluções que não deixem a mulher para trás. Queremos encorajar todas as mulheres – desde aquelas que vivem na sombra até aquelas que estão no centro das atenções, de todos os setores da vida e de várias gerações – a continuar a avançar e saber que serão apoiadas quando fizerem isso.”
Por Marcela Riedel
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