A lenda de Leeroy Jenkins completa 12 anos

Em novembro de 2004, foi lançado “World of Warcraft”, jogadores do mundo todo se renderam ao fascínio criado pelo ambicioso projeto da Blizzard Entertainment – Empresa responsável pelo MMORPG (massive multiplayer online role playing game). “World of Warcraft” não contava apenas com gráficos revolucionários para a época, mas também com uma variedade de opções de customização de personagens bem como a possibilidade de se aventurar em um mundo aberto habitado por diversas criaturas fantásticas.

Pouco tempo depois de seu lançamento, o jogo havia se tornado uma febre no mundo todo e teria despertado em diversas pessoas os heróis que nelas viviam. Guildas foram criadas para que seus participantes se conhecessem e colaborassem para enfrentar diversos desafios e o nível de técnica dos jogadores cresceu à medida que o jogo apresentava inimigos cada vez mais difíceis de se derrotar. “World of Warcraft” ficou famoso pelo nível de dificuldade de suas raides – grupos de até 40 jogadores que enfrentavam inimigos muito poderosos – que exigiam dos jogadores muito conhecimento sobre as mecânicas do jogo e a capacidade de criar estratégias específicas para cada inimigo enfrentado.

É nesse contexto que surge a guilda “Pals for Life” (Amigos para sempre) e seu ilustre paladino Leeroy Jenkins, personagem criado pelo americano Ben Schultz.

No dia 11 de maio de 2005, a guilda “Pals for Life” estava reunida em círculo discutindo em uma das salas de Black Rock Spire sobre como avançar e enfrentar os monstros que estavam diante deles, enquanto isso Leeroy se encontrava sentado virado para a direção contrária obviamente sinalizando que Ben estava AFK (Longe do teclado).

Acontece que Ben havia se levantado para requentar frango frito no microondas e não ouviu uma palavra da complexa estratégia criada pela sua guilda para enfrentar o enorme número de dragões filhotes da sala adjacente a eles.

Eis que Leeroy volta ao computador e imortaliza a frase: “Alright, times up, let’s do this. Leeeeeeeeeeeeeroy Jenkinsss” (Certo, chegou a hora, vamos fazer isso). E acaba sendo o responsável pela morte de todos os personagens de seus companheiros de guilda. Mesmo que não tenha sido uma morte definitiva, reviver todos os jogadores, consertar seus equipamentos e trazê-los de volta para o mesmo lugar (sem que algum deles desistisse pelo desgaste causado por ter que realizar os passos anteriores) seria algo que tomaria muito tempo.

O vídeo acabou sendo gravado e pode ser visto aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=LkCNJRfSZBU

O vídeo foi visto mais de 10 milhões de vezes e Ben Schultz tornou-se mundialmente conhecido por causa dele, e isso fez de Leeroy Jenkins um dos primeiros memes de que se tem notícia. As ações de Leeroy fizeram com que ele se tornasse um símbolo de qualquer ação que poderia ser potencialmente perigosa/ou incrivelmente estúpida.

Diversos filmes, programas de televisão, jogos eletrônicos já fizeram referência entre eles: “Bordelands 2”, “Darksouls”, “South Park”, “The Cleveland Show’, O jogo “Hearthstone” – onde Jenkins ganhou uma carta lendária com seu nome- , “World of Warcraft”  – Onde ele se tornou um NPC (non player character) , “Detona Ralph”, etc.

Leeroy Jenkins já foi usado como referência até mesmo em um artigo publicado pelas forças armadas norte americanas, o artigo foi publicado em 2009 e era intitulado: “Leeroy Jenkins and the American way of advising”.

Muitas pessoas apontam que o vídeo é um exemplo de como “World of Warcraft” se tornou extremamente sério, acabando com a diversão e transformando os jogadores em estudantes das mecânicas e da matemática do jogo. Outras pessoas defendem que o vídeo demonstra a efetividade de jogadores quando enfrentam um desafio em comum, espelhando a sua capacidade de organização mostrando como o trabalho de equipe e o planejamento cuidadoso podem levar um grupo ao sucesso. De qualquer forma, o vídeo de Leeroy é divertido e popular e adivinhem só? Leeroy continua sendo parte da mesma guilda até hoje mesmo tendo deixado seus amigos extremamente irritados.

Por Raoni Vidal