Em uma sociedade que vive uma fase de transição entre o conservadorismo e o liberalismo, surge algo que chama bastante atenção e gera um grande debate: o poliamor.
O tema é polêmico e não cabe a esse colunista esmiuçar o tema, mas aposto que estão se perguntando ” por que esse maluco então está falando disso em uma coluna musical?”. Vou explicar tudo nos parágrafos seguintes. Espero que não me achem tão doido assim.
Até ontem, exatamente as 20:30h, eu admito que não tinha ideia do que falar na coluna de hoje. Estava no casamento de uma grande amiga e, tomado por todo aquele amor envolvido, veio um estalo na cabeça.
Não pareço estar ajudando muito né?! O que tem em comum entre poliamor, casamento e música? Vamos então definir alguns conceitos e irão entender.
Poliamor é a prática, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos. Frequentemente descrito como consensual, ético, responsável e não-monogâmico. A ênfase na ética, honestidade e transparência como um todo é amplamente considerada por seus defensores como crucial para definir sua característica.
No Brasil, especialistas dizem ser uma prática ainda nova e com alguns registros já reconhecendo essas relações. Porém, como um bom metido a entendedor das coisas e chato de plantão, vim hoje aqui discordar de todos.
Nosso país, e na verdade o mundo todo, já registra casos de Poliamor há muito tempo. Afinal, o que é optar por formar uma banda? Não seria decidir se relacionar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo de forma ética e responsável com o consentimento de todos?
O relacionamento entre integrantes de uma banda gera direitos e deveres, obrigações e exige acima de tudo uma coisa: muito amor. Para manter essa relação é preciso muito amor sobretudo pela consequência que é o futuro nascimento de um filho. A música, o fruto do trabalho deve ser tratado como tal.
Claro que a relação também possui diversos problemas e preocupações. Complicado achar um senso comum entre 4 cabeças, por exemplo, que pensam totalmente diferentes e possuem características individuais muito peculiares.
É preciso sempre colocar o bem maior acima dos problemas para que racionalmente encontrem formas de manter a relação. Assim como em um relacionamento, é preciso trabalhar na manutenção do amor e tesao.
A busca em crescer, somar, construir são elementos que ajudam nessa manutenção. Criar, ensaiar e tocar também. Temos que mostrar nossa nova casa. Mas, devemos ter cuidado ao convidar os amigos a visitarem essa nossa nova casa. Precisamos arrumar, pintar e deixá-la bem bonita para que todos queiram sempre voltar.
Trazer convidados para conhecer sem estar pronto pode causar desanimo e esfriar a relação. Pode afastar tudo à sua volta e começar achar que não tem futuro.
Caso a relação entre em crise podem procurar uma espécie de psicólogo e fazer uma terapia de casal, grupo etc. Esse profissional nada mais é que a figura do produtor. Muitas vezes responsável por acalmar e alinhar os ânimos através de uma visão super importante de fora. Mais importante ainda por cuidar de todas questões burocráticas e externas da relação, deixando-os focados no que são melhores e se entendem mais: na música.
Todavia, nem todo mundo é feliz com as mesmas coisas, nem tem a mesma forma de ver e viver as relações. Nem todos conseguem passar por cima dos seus orgulhos e vontades para construir em conjunto. Algumas pessoas são mais felizes sozinhas, sem se apegarem. Simplesmente não conseguem. Dessa forma preferem seguir sozinhas. É realmente muito difícil. Porém acredito, que quando conseguimos, o amor que cresce é lindo demais. É intenso.
Temos também a opção da carreira solo. Podendo contratar relações com outros músicos para dias e momentos específicos, do jeito e maneira que quiser. Sem ter que dividir opiniões e se estressar com alguns problemas aqui citados. Também é possível ser muito feliz assim. Vale também a dica do “psicólogo” para ajudar na questão da solidão e questões externas.
Existem muitas formas de amar e na música não podia ser diferente. O amor e a música estão intimamente relacionados. A questão é: com qual tipo de amor você se identifica? Como vocês fazem para mantê-lo vivo?
Por Gustavo Sanna
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