“Mergulho Noturno” é o perfeito exemplo do por quê se faz necessário contratar um bom roteirista
E mais uma vez, a Blumhouse traz para o circuito comercial um filme de terror de baixo orçamento, e de baixíssima qualidade. Com o diretor estreante encabeçando a produção, Bryce McGuire lança “Mergulho Noturno”.
No longa-metragem, acompanhamos mais uma mudança da família Waller. O patriarca da família é jogador de beisebol, e sempre que outro time o contratava, eles eram obrigados a ir para outra cidade. Agora, sofrendo de uma doença degenerativa e afastado do esporte, os Wallers tem a oportunidade de criar raízes em um bairro residencial, e claro, eles optam por uma casa com uma grande piscina e de preço questionavelmente baixo.
Durante as exatas uma hora e meia de duração, a sensação que fiquei na sala de cinema era a de que essa coisa era, na verdade, um curta metragem que tentaram fazer com que tivesse história o suficiente para preencher o mínimo requerido pelo circuito comercial, o que acaba sendo a realidade! O conceito da piscina mal assombrada é ótimo para um filme de menor duração, mas quando uma piscina começa a atormentar uma família, por dias a fio, a ideia se torna risória, se não, somente genérica, se apropriando de filmes de casa mal assombrada…, mas o fazendo de forma bem menos interessante.
Bem, o que eu quero dizer é, se o seu monstro é uma piscina imóvel, saia da porcaria da água. Pra quê você vai perambular perto do possível espaço de uma entidade maligna? Você já sabe do quê ela é capaz. O quê se passa, depois dos (atenção) quatro membros da família terem testemunhado eventos absurdos em relação ao espaço, é um clímax ridículo. Em volto de perseguições sem sentido, manifestações espirituais que não despertam medo, e linhas de diálogos extremamente vergonhosas.
Alias, o fator medo é inexistente. Munido dos jumpscares mais genéricos de toda indústria americana, a Blumhouse entrega o quê já pode ser cotado como o pior filme de 2024, e o ano mal começou. Tendo uma estrutura narrativa bem desenhada, seguindo uma estrutura clássica de alguns filmes de suspense que se pautam na dúvida e se o que está acontecendo é realidade ou não, ele ainda consegue ser mal escrito. A sensação é que o diretor precisava tirar do curta metragem original uma história suficientemente grande para poder ser produzido e distribuído, e pediu ajuda de uma inteligência artificial. O que explicaria perfeitamente bem os problemas desse filme.
As atuações são rasas, mas como exigir mais do que isso dos atores tendo em vista o roteiro sem graça? Diversos arcos narrativos são abertos ao longo da uma hora e meia de duração do filme e nenhum deles é concluido. Simplesmente são deixados de lado por não ter a mínima importância para o desfecho do filme, que é extremamente óbvio e não tem o menor impacto, já que em nenhum momento criamos afeição pelos personagens.
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A fotografia pelo menos não deixa a desejar. A cinematografia se passa majoritariamente no cenário do quintal da casa dos Wallers, e dentro da sua piscina amaldiçoada. Ali se tornou um verdadeiro playground para os diretores, e temos diversos ângulos do infinito azul das águas. Seja de cima, de baixo, até de cabeça pra baixo. Nesse quesito, não podemos tirar o mérito do filme.
Em resumo, assista o curta metragem de cinco minutos de mesmo título. É melhor escrito, melhor dirigido, e só não é mais assustador do que perder tempo vendo essa bizarrice.
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