Continuação de “Nosso Lar”, o longa de Wagner de Assis trata de temas universais
“Nosso Lar 2 – Os Mensageiros” chegou aos cinemas dia 25 de janeiro. Em 10 dias alcançou 1 milhão de espectadores e é a melhor estreia nacional desde “Minha Mãe é uma Peça 3”, de Paulo Gustavo.
“Nosso Lar” e os “Mensageiros” são dois livros escritos de forma sequencial pelo autor espiritual André Luiz, recebido pelo médium Chico Xavier.
O livro “Mensageiros” é formado por várias histórias de ajuda espiritual. Em comum, ambos são ambientados na cidade de Nosso Lar e a relação dos espíritos com as pessoas encarnadas.
Em “Nosso Lar 2 – Os Mensageiros”, várias histórias do livro foram reunidas para construir o argumento e roteiro do filme: as tramas de Otávio, Isidoro e Fernando estão no livro, porém são independentes.
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Nosso Lar 2: Os Mensageiros fala de temas universais
Conforme palavras do diretor Wagner Assis, em entrevista ao Metrópole, o diferencial do filme é tratar de temas universais:
“Quando a gente apresenta uma história que não faz parte de um nicho, não é uma história direcionada, mas sim uma história universal, isso nos permite acreditar que estamos contando a história da forma como ela deve ser contada”, avalia.
“Falar de questões que envolvem amor, perdão, capacidade de redenção, a ideia de que nunca estamos sozinhos e de que a vida continua, como foi no primeiro filme, é interessante para todas as pessoas. Se estiver bem tende a ser interessante no cinema, em uma série de TV, no streaming… onde quer que seja”, completa.
5 motivos que fizeram “Nosso Lar 2 – Os Mensageiros” ser um sucesso
1 – Adaptação do roteiro
No livro, os Mensageiros são os espíritos, liderados por Aniceto, que ajudam as pessoas em dificuldades:
- Otávio faz más escolhas que o atrapalham na sua missão.
- Isidoro já é apresentado após a morte: como espírito, ajuda a mulher e os filhos na manutenção doméstica e administração da casa espírita.
- Fernando aparece como um homem abastado que morre.
A união dessas histórias deu origem a um roteiro estruturado de fácil compreensão:
Aniceto, mentor espiritual e sua equipe, vem à Terra para ajudar os protagonistas. Otávio, Isidoro e Fernando fazem parte de um plano do mentor Aniceto para abrirem um posto de socorro de Nosso Lar, que seria um centro espírita.
Antes de nascer, planejam juntos se ajudarem mutuamente, porém suas escolhas os levam a caminhos inesperados, principalmente a Otávio. Esses fatos levam à necessidade da vinda da equipe de Aniceto.
Destaque para a atuação de Felipe de Carolis, como Otávio e Fernanda Rodrigues como Ísis.
2 – Reflexão sobre escolhas
A reflexão promovida pelo “Nosso Lar 2: Os Mensageiros” é sobre a liberdade de escolha e as consequências. Isso fica claro no enredo, nas falas de Aniceto e de André Luiz, narrador e coadjuvante.
3 – Voluntariado
Seja de cunho religioso ou não, as provocações sobre voluntariado são: qual o objetivo de estar envolvido na causa, a importância que cada um dá ao trabalho e na relação dele com os próprios interesses pessoais. Otávio e Isidoro mostram isso nas suas histórias.
4 – Relações Familiares
As tramas das personagens ocorrem de forma paralela e simultânea, tanto no plano físico quanto no espiritual. As escolhas dos protagonistas são propositalmente interligadas. Por isso, afetam diretamente seus familiares, assim como aos dos demais. Com isso vemos as relações pessoais e familiares como uma “teia”:
- Isidoro é um homem reto que apesar de falar sobre práticas de amor e do bem, nem sempre consegue aplicar na sua vida familiar, o que causa desconforto na esposa e filhos e afeta Otávio;
- Otávio ao se ver diante do papel de provedor com a morte do pai faz outras escolhas, que afetam Isidoro e Fernando;
- Fernando é materialista e isso afeta sua esposa que vê o dinheiro como meio e não como fim. As escolhas dele afetam Otávio e Isidoro.
5 – Minha vida é minha mensagem
A célebre frase de Ghandi se encaixa perfeitamente aqui. Em “Nosso Lar 2: Os Mensageiros”. Todos somos apresentados como mensageiros e por isso precisamos ter consciência sobre as escolhas.
Não à toa o vocativo mensageiro é usado várias vezes e apesar de não haver quebra de parede ( os atores olharem para a câmera e falar com o público) fica claro ser um chamamento.
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