No último sábado foi celebrado o Dia do Amigo e nada mais justo do que dedicar esse texto à essas pessoas tão importantes em nossas vidas. Amigos que são aquela extensão da família que nós escolhemos, que nos aturam, nos amam, nos contam segredos, em quem confiamos e queremos ter em nossas vidas para sempre. Muitos filmes mostram diversos tipos de amizades, mas existe uma trama que precisa ter sim o seu destaque: “O Cão e a Raposa”. Sério, uma simples animação? Bem, se este é o pensamento no momento, é porque esse longa não foi assistido da maneira correta. Fato que muitos viram o filme quando ainda eram crianças e talvez nem lembrem do enredo. Então aí vai tudo sobre esse clássico dos anos 80 da Disney.
A animação foi feita numa época em que o estúdio Disney não passava por uma boa fase e produções como “Robin Hood”, “Aristogatas” e “Bernardo e Bianca” não fizeram boas bilheterias e nem são tão lembradas como outros nomes. Mas apesar disso “O Cão e a Raposa” conseguiu destacar-se nesse cenário, principalmente por ser um filme tocante e que aborda muitos assuntos dentro de uma mesma situação. A força da amizade e os preconceitos retratados no longa são essenciais para que a geração da época colocasse a produção numa lista de importantes dentro do quesito “moral da história”. Então, o que esse filme aborda para ser tão relevante?
A trama conta a história de Dodó e Toby. Dodó é um filhote de raposa que é adotado pela senhora Tita logo depois que um caçador mata a mãe dele. Na casa ao lado mora Samuel, um caçador que tem dois cães, um de caça, Chefe, e um filhote que vai ser treinado para acompanhá-lo nas caças também, o Toby. Dodó e Toby ficam amigos rapidamente e juram amizade eterna. Apenas a Mamãe Coruja percebe a cumplicidade e parceria inocente que surge entre os dois, mas em uma canção ela também enfatiza que ao longo dos anos o destino dos amigos vai fazer com que eles entrem em conflitos. E, além de todo esse cenário os seus donos, Tita e Samuel, são vizinhos há anos e vivem em pé de guerra.
O primeiro atrito por causa da amizade é causado pelo fato de Dodó irritar o cão Chefe, o que faz com que Samuel abra fogo contra a raposa e ameace Tita. Logo depois chega o inverno e Toby é levado pelo dono junto com o outro cachorro para um lugar distante para ser treinado, afim de que se torne um caçador. No retorno, quando os dois amigos se reencontram, Chefe entrando em uma perseguição contra Dodó e acaba caindo de uma ponte e é atropelado por um trem. Pelo menos nada grave acontece com o cão de caça e ele apenas fica com uma das patas enfaixadas, mas isso é suficiente para que Samuel queira vingança contra a pequena raposa, e para que Toby e Dodó enfraqueçam laços, já que o cão de caça acidentado é uma espécie de irmão mais velho do iniciante.
No ápice da animação, a senhora Tita precisa abandonar Dodó na floresta para que ele possa se adaptar ao seu habitat natural e para que não corra risco de vida morando ao lado de Samuel. É uma das cenas mais tristes do longa, tocante e emocionante, pois apesar de não ter filhos, aquela senhora teve a raposa ao seu lado e o animal perdeu a mãe biológica assassinada e sua única figura materna foi Tita. Em paralelo o Samuel planeja a primeira caçada com Toby, já que Chefe está machucado. O que Toby não esperava era ter que caçar o seu melhor amigo e causador do acidente do seu irmão. Chocante não é?
Sim, é notável que o enredo em si não deveria estar em uma animação voltada para o público infantil, porém existe a sua importância. O cão e raposa são “inimigos” desde o momento que nascem, assim a natureza determina, um é caça e o outro caçador. Da mesma forma acontece na realidade, quando a sociedade determina que grupos de pessoas não devem ou não podem ter uma amizade verdadeira pelo simples fato de pertencerem a “mundos diferentes”. Em “O Cão e a Raposa” aprende-se a respeitar as diferenças, pensar no próximo, colocar amizades em primeiro lugar, não julgar e que “destinos pré-determinados” podem e devem mudar para que haja um final feliz. Tudo isso em um único filme infantil pouco lembrado? Sim, tudo isso.
A trama é inspirada no romance de Daniel Pratt Mannix, mas o conto tem momentos mais trágicos. Apesar do momento em que foi produzido e da qualidade não muito boa da animação, existe uma continuação de 2006. Ela mostra que os obstáculos na amizade de Dodó e Toby nunca param de surgir. O importante é lembrar que apesar de todos os empecilho e tragédias, quando uma amizade é verdadeira, ela permanece durante anos, mesmo que não exista um contato diário. Valorize suas amizades e assista a filmes que façam o mesmo!
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