O Dia do Chacal | Classe, Elegância e Tensão da Série no Disney+

Séria no Streaming da Disney+ Prima Pela Classe, Elenco e Uma Ótima Trama

Logo nas primeiras cenas da série no streaming da Disney+ e produzida pela Star+, “O Dia do Chacal”, pelos primeiros acordes da música usada como tema, “This is Who I’Am” (vídeo abaixo) da esplêndida cantora Celeste, já se percebe um produto diferenciado, cadenciado, com raro cuidado estético e classe como as tramas mais tradicionais de suspense e aquela velha e segura história da caçada de gato e rato que tanto encanta os expectadores há décadas e, como cantado, os personagens são o que são e como são.

É exatamente nessa pegada meio James Bond que é criada essa 3ª versão do livro de Frederick Forsyth, escrito em 1971. Tendo sido filmada a primeira versão para o cinema em 1973, depois só teríamos outra em 1997, com Bruce Willis e Richard Gere, então agora esta série de 10 episódios com os astros Eddie Redmayne, como o Chacal, e Lashana Lynch, como Bianca, agente do MI6 (mesma agência de James Bond que a própria atriz substituiu no último filme da franquia com Daniel Craig) e sua obstinada perseguidora.

Tranquilo, focado, eficiente e mortal, o Chacal de Eddie Redmayne é o pior inimigo de qualquer um que entre na sua lista de assassino profissional, pois é praticamente indetectável e quando alguém o percebe, já é tarde demais.

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Começando pela preparação de um serviço praticamente impossível de realizar pela distância do alvo até as consequências em viver uma vida dupla, pois nessa versão Charles tem uma esposa e um filho pequeno, vamos conhecendo passo a passo a rotina desse profissional requisitado e meticuloso que faz questão de cumprir seu contrato e que as pessoas que o contrataram cumpram também sua parte no acordo.

Do outro lado temos sua nêmesis, Bianca Pullman, agente do MI6, especialista em armas e que é única a perceber a ameaça de um assassino com tanta destreza estar à solta sem que ninguém tenha a mínima ideia de quem seja. Pullman é tão decidida e manipuladora quanto o Chacal, mas sem os mesmos recursos financeiros.

É nas idas e vindas dos roteiros dos episódios que as distâncias entre os dois oponentes se encurtam, percebemos que os mais implacáveis tem sentimentos e, nessas singularidades que envolvem família e colegas de trabalho, a série se desenrola com suspense, tensão e a precisão das histórias de arquétipos que acompanhamos com tanta atenção ao longo anos.

Há sim alguns clichês como o cunhado do Chacal que no primeiro frame já se sabe que dará trabalho, bem como os chefes de Bianca onde sabemos que alguém está vazando informações e logo não tardamos a descobrir que tudo se trata de dinheiro e uma rixa entre bilionários.

“O Dia do Chacal” celebra com inteligência o próprio gênero

Quanto ao elenco, que acerto é Eddie Redmayne no papel principal!

Ele já tem uma vibe calma e contida, mas durante os episódios vai se transformando diante dos nossos olhos em um ser humano cheio de conflitos e exprimindo tudo o que reprimiu de uma forma que cativa e espanta tamanha sua destreza como ator.

É dele as melhores cenas e diálogos e elevam a série a outro patamar.

Já no papel de Bianca, a atriz Lashana Lynch não tem a precisão de seu colega e nem seu carisma, o que muitas vezes atrapalha a torcida por sua personagem, a policial e “mocinha”, pois falta substância e uma justificativa para que ela seja tão obstinada quanto seu inimigo.

Sabemos que o Chacal tem que ser preciso porque sua atividade e seus clientes assim exigem, mas não temos o motivo além do seu dever de agente, claro, de Bianca ser tão diligente e passar tanto tempo longe da família, torna-se somente obcecada em vencer e tudo bem, mas nesse registro da atriz sobra muita petulância e marra.

Agora falando da cinematografia da série, há anos não tínhamos um show internacional dessa natureza.

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Você realmente percebe que foram filmagens internacionais em países tão diferentes como Espanha e Ucrânia, por exemplo, com clima, luminosidade e ângulos de câmeras que favorecem os locais e a história, num primor técnico rigoroso e de muita elegância.

Um verdadeiro diamante raro que mesmo esbarrando em alguns clichês e estendendo algumas tramas pessoais sem muita importância para estender a narrativa e dar estofo humano aos dois personagens principais, compensa e vale muito a pena o tempo investido para assistir essa série acima da média, que tem mais cenas de tensão do que ação, mas quando acontecem, são de tirar o fôlego.

E com a segunda temporada já confirmada, já deixa saudades pela qualidade, o elenco e uma trama intrincada e elegante.

_{Imagem Destacada: Divulgação/Star Brasil}