Sequência de “Os Caras Malvados” traz história dinâmica, ácida e crítica
Dirigido por Pierre Perifel, “Os Caras Malvados 2” teve pré-estreia no último sábado em um shopping da Zona Oeste do Rio de Janeiro. O longa estreia na próxima quinta 14 de agosto. Não é mais uma daquelas sequências desnecessárias que vemos aos montes nas telas, tampouco uma continuação direta do primeiro filme. É um daqueles raros casos em que a sequência surpreende ao superar o original, expandindo com ousadia, humor e crítica ácida a complexidade dos conflitos.
No segundo filme, encontramos novos personagens que trazem frescor e dinamismo ao enredo, além do retorno de figuras marcantes do primeiro longa. Além, claro, do quinteto principal: Lobo, Tubarão, Cobra, Piranha e Redinha, temos de volta Diane, a raposa governadora e ex-Pata Escarlate, e o Doutor Marmelada. Aliás, qualquer ironia com a tradução do nome dessa personagem não é mera coincidência. Agora preso, ele ainda tem participação fundamental na nova trama. Os Caras Malvados 2 também mistura estilos de animação, criando uma estética vibrante e dinâmica.

A narrativa começa com um breve resumo dos eventos anteriores e mostra a busca do bando por uma nova vida. Após saírem da prisão, eles tentam se reinserir na sociedade, tarefa complicada por dois motivos: o histórico criminal e a desconfiança geral de que tenham realmente mudado, tornando-se “caras legais”.
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Ao enfrentar essas dificuldades, Lobo procura a Comissária para ajudá-la a desvendar a identidade do misterioso Criminoso Fantasma. Cobra, Tubarão, Piranha e Redinha aceitam a proposta de Lobo, mas tudo muda quando eles são capturados pela quadrilha do Criminoso Fantasma. O plano? Executar o maior roubo da história da humanidade, usando um foguete recém-desenvolvido.
A partir daí, o roteiro mergulha em reviravoltas que deixam Lobo dividido entre voltar ao crime ou se manter no caminho certo — dilema no qual recebe o apoio dos amigos. Ao tentar expor a verdade, todos se veem envolvidos em circunstâncias imprevisíveis. Em certo momento, é impossível não lembrar de “La Casa de Papel”. O final encerra bem a história, mas já deixa um gancho claro para um possível terceiro filme.
Os Caras Malvados 2 combina aventura, dilemas éticos e humor. Cobra e Piranha são responsáveis pelos momentos mais engraçados, especialmente em uma cena em que o réptil quase é sufocado pelos gases do amigo. O romance de Cobra com sua namorada e a forma como ele interpreta as ações dela rendem boas risadas.
O carisma dos personagens, especialmente do bando protagonista, se deve tanto ao roteiro quanto à qualidade da dublagem. A direção se destaca ao explorar constantemente os dilemas morais e éticos, evitando soluções fáceis e aprofundando discussões sobre valores.
Há críticas inteligentes aos estereótipos, questionamentos sobre a ambiguidade humana e uso criativo de metáforas: Lobo não é mau o tempo todo; Cobra pode ser confiável; Tubarão revela-se afetuoso; Piranha surpreende; e Aranha, com seu papel peculiar, quebra expectativas. Cada animal representa comportamentos humanos e, ao mesmo tempo, desconstrói clichês. Afinal, ninguém é completamente bom ou mau o tempo todo.
No fim, trata-se de uma animação que diverte, emociona e provoca reflexão — mostrando que, talvez, Os Caras Malvados, assim como todos nós, não sejam tão malvados assim.
Imagem Destacada: Divulgação/Universal Pictures

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