Já pensou juntar dança, teatro, acrobacia, música, luz, água, fumaça e papéis? De início, pode parecer que essa combinação não dá certo, mas ela dá e muito. Essa mistura é o “Fuerza Bruta”, companhia argentina que se apresentou no último mês no Metropolitan, Barra da Tijuca.
Criado em 2003 por Diqui James e Gaby Kerpel, o espetáculo já foi assistido por mais de cinco milhões de espectadores, passando por 29 países e 56 cidades e, aqui no Rio de Janeiro, ainda contou com a banda “AfroReggae”, que garantiu que a performance virasse uma grande festa.
Sem diálogos, Fuerza Bruta apresenta através de esquetes diferentes, uma grande crítica social a efemeridade cotidiana atual. Após a abertura, na qual cantam e dançam, o primeiro quadro mostra um homem caminhando por uma esteira. A partir de um tempo, ele começa a correr e então, é baleado. Ele continua a andar, a correr, é baleado novamente, quebra muros, outras pessoas começam a andar em sua direção (mas ele parece não enxergá-las) e, por fim, ele dorme. Enquanto dorme, ele sonha com duas mulheres que pulam de um lado para o outro em um fundo prateado brilhante. Elas correm, andam, rolam, gritam e fazem várias acrobacias. Ao acordar e voltar a andar, os objetos de cena começam a cair e ele tenta, insistentemente, fazer com que eles permaneçam no cenário.
Esse quadro passou, para mim, a maior crítica social que o espetáculo se permite fazer, que fala sobre a vida enquanto rotina, essa caminhada diária. Seja em momentos de calmaria (andar) ou momentos de agitação (correr), estamos sujeitos a nos surpreender (o tiro) de maneira positiva ou negativa e, caminhamos diariamente para superar obstáculos (o muro). A queda dos objetos parece criticar esse apego material que construímos e no fim, com tanto acúmulo acabamos não conseguindo lidar com outras questões mais prioritárias.
Divergindo opiniões, o sonho do rapaz pode ser interpretado de duas maneiras: a primeira, como um sonho mesmo. A segunda, criticaria essa obsessão tão grande por rotina, hábitos e costumes, não permitindo às vezes viver outras experiências que seriam inesquecíveis, por não conseguirmos apenas “olhar para fora da caixa”.
Após esse quadro, a banda Afroreggae volta a tocar com os bailarinos mas, fora do palco, interagindo com a plateia. Papéis voam por todos os lados e o público participa de uma grande festa, dançando com os artistas e se molhando também. A “carta na manga” do Fuerza Bruta é o jogo de luzes que permite suspense e ansiedade, afinal, o espetáculo é todo móvel e nunca se sabe de que lado vai começar a próxima atração.
Após danças e interação com o público, chega o quadro mais aguardado da noite, o aquário humano. Uma piscina gigante onde os bailarinos pulam de um lado para o outro, nadam, fazem acrobacias, socam o recipiente (às vezes dá a impressão de que o espaço irá se partir, todo mundo ficará molhado e acidentes podem acontecer, mas é só impressão mesmo, porque o espetáculo é belíssimo e bem preparado); e também interagem com o público, conforme esse aquário vai descendo, é possível tocar nos atores, basta esticar a palma da mão.
No fim, o mesmo rapaz do primeiro quadro volta a andar, dessa vez acompanhado, sobe escadas e se lança com seus parceiros em vários “muros” que explodem e transformam o ambiente em um mundo mágico de papéis que voam.
No fim, a banda retorna ao palco com todos os artistas e ainda possuem fôlego para uma sessão de fotos com o público que se encontra ávido por aquele momento.
Fuerza Bruta é mais do que um espetáculo. É maior que um espetáculo comum e tem toda uma construção crítica como composição. Talvez, o único defeito, seja permitir o uso de câmeras fotográficas durante a performance, o que descaracteriza toda a magia que o espetáculo permite a quem assiste. No mais, vale a pena assistir Fuerza Bruta e viver, cada vez, uma nova experiência.
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Quero assistir, socorro! Que coisa mais linda e encantadora! Amo esse tipo de espetáculo e a proposta parece ser bem diferente. Juro pra você que consegui me arrepiar só de ver as fotos e imaginar as cenas que você presenciou! Acho que não vou ter esse oportunidade, oque é uma pena, mas quem sabe?!
Lorena, o espetáculo proporciona um momento único para cada um. Isso eu tenho certeza. É muito bem feito. Caso algum dia vá à sua cidade ou se você tiver a oportunidade de presenciar isso tudo, não pense duas vezes. Se jogue.
Eu adoro muito esses espetáculos que tem embutido uma critica social, no entanto eu moro no interior de GO então quase nunca tenho a oportunidade de ver coisas tão magnificas assim, e juro com a sua resenha tive a sensação de estar presente no espetáculo, foi uma sensação muito boa ler sua matéria, se eu tiver a oportunidade com toda a certeza eu irei ♥
Lorena, que bom que gostou da resenha. Tentei trazer um pouquinho da emoção que eu senti assistindo a esse espetáculo para os leitores. Se um dia você tiver a oportunidade de assistir, vá sim e aproveite.
Espetacular, fiquei até sem palavras essa mistura de dança, água e o melhor de todos acrobacia deixa qualquer um sem fôlego e com certeza é a melhor coisa. Os fãs vão loucamente ao delírio.
É incrível mesmo, Mylena, embora pareça que essa mistura pode não dar certo, ela funciona super bem.
Olá Julia Cruz! Estou morrendo aqui em casa, como assim perdi um evento tão maravilhoso, as fotos aumentou a minha vontade, já entrou na minha wishlist de coisas que tenho que assistir ou visitar!
Nathália, eu espero que eles voltem pro Rio com o espetáculo e, se eles voltarem, não perde a chance de ir não. Vale super a pena ir.
Estou simplesmente encantada com esse espetáculo. Eu gosto dessas narrativas que nos fazem refletir sobre algo. Fiquei imaginando esse aquário humano, ele é apresentado por cima da platéia? Uma pena eu não estar no Rio para poder assistir.
Oi Ariadne. Esse aquário humano é por cima do público sim. Inclusive, podemos tocar nas bailarinas e conseguimos sentir enquanto elas nadam ou pisam no aquário.
Uauu que massa eu sou louca por espetáculos, amo circo se pudesse morava dentro de um, eu vi na televisão uma reportagem que mostra uma piscina igual a essa e tinha uma atris dançando muito massa amei amei amei
Fernanda, eu também gosto bastante de espetáculos assim. Acho que fogem de tudo que estamos acostumados. Acho que essa reportagem foi a do Fantástico, né? Eu também gostei bastante.
Adorei a ideia desse espetáculo, eu particularmente adoro muito espetáculos, nunca vi nenhum com acrobacias, já vi com danças, musicas e vários espetáculos de contos…. A proposta é bem diferente espero encontrar uns como esses.
A proposta é bem diferente mesmo e por isso funciona. Se um dia você puder ir, compareça. Vale a pena.
Acho o trabalho desse grupo sensacional, mas… Infelizmente, mais fácil chover no deserto que eles virem aqui na minha cidade… Então, o que me resta é ver quando passa reportagens ou em matérias assim! kkkkk
Inajara, de fato espetáculos com esse porte não costumam ir em cidades pequenas (não sei se é o seu caso), mas, se um dia você puder ir, vá e aproveite. Acompanhe sempre aqui na Woo, temos várias matérias com eventos diferentes e tentamos fazer uma cobertura que agrade a todos.
Um verdadeiro show, as imagens falm por si só. Adoro coisas dessa tipo, nunca presenciei um, mas depois desse post eu quero un ora ontem!
É um show mesmo, muito bom, Cleópatra. Se um dia você tiver a oportunidade, compareça ao espetáculo. Tenho certeza que você vai gostar.
Quero muito veeer <3 Que espetáculo! Mas assim, ele está em turnê pelo Brasil ou só no Rio de Janeiro? Eles vão passar por SP?
Bárbara, a temporada já acabou e se eu não me engano, foi só no Rio de Janeiro. Se você for na página deles no facebook, acho que lá podem te falar mais.
Que massa esse espetáculo, só pela história é bem cativante, eu adoraria ir, mas infelizmente não posso! Mas amei, as imagens já falam por si!
É muito bom mesmo, Thamires. Se um dia você puder ir, compareça. Você certamente vai gostar.
Obrigada pelo seu comentário.
Deu vontade de ir. Muito boa a sua matéria.
Obrigada, Juliana.