Já aclamada como uma das melhores séries de 2024, encerrou-se a primeira temporada de “Pinguim” da Max, trazendo a história de um dos inimigos mais conhecidos do Batman, interpretado de forma magnética por Colin Farrel, diretamente do filme de Matt Reeves que inclusive é o produtor da empreitada.
A série se passa algumas semanas depois dos eventos ocorridos no filme “The Batman”, em que o maníaco Charada cometeu assassinatos de poderosos que considerava os responsáveis pelas mazelas da sua vida e de Gotham City, alagando a cidade em um ato insano de terrorismo.
E conforme o final do filme indica, ficou um vácuo de poder na bandidagem de Gotham, e os abutres e principalmente ele, o Pinguim estão de olho.
Para não entrar nos spoilers, a trama toda começa com um assassinato que aflora ainda mais a guerra de gang entre as famílias mafiosas dos Falcones e Marones, tríades chinesas, gangues diversas e todo tipo de escória que quer se aproveitar e reclamar os espólios da cidade caída.
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E nesse ponto nos questionamos onde está o Batman?
Se lá pelo sétimo episódio tem um grande acontecimento que é realizado à luz do dia como uma boa desculpa para o Morcego não aparecer, pouco se justifica a ausência desse personagem em toda série, pois a maioria da ação é realizada nas noites de Gotham e tratam justamente das pessoas de interesse dele em termos da sucessão criminosa além do Pinguim e pelo menos as duas famílias mafiosas, pois era de se esperar que pelo menos essa nata da bandidagem ele deveria estar vigiando.
Claro que há a dificuldade ou até impossibilidade do Batpattinson participar de uma série de tv por conta do starpower, mas estamos falando de um universo que sem ele não existiria e não há nem menção ao personagem, porém as qualidades se destacam e no final é o que nos resta para se apegar, começando pelo elenco que é excelente.
Rhenzy Feliz interpreta o doce e inocente Victor Aguilar, um verdadeiro “aprendiz de feiticeiro” (pois o Pinguim também é chamado de “Oz” como mágico dos livros e filmes), recrutado para o crime vejam só, após tentar roubas as calotas do carro do vilão, num nítido aceno às histórias em quadrinhos quando Jason Todd o segundo Robin, foi encontrado pelo Batman justamente fazendo a mesma coisa com o batmóvel.
Esse garoto é um verdadeiro achado que se não chega no nível de Colin e dos demais que mencionaremos a seguir, é os nossos olhos dentro daquele caos que se levanta em sua vida através de uma tragédia pessoal.
E do personagem dele vem uma das grandes lições da série e da vida: jovens, jamais confiem em criminosos!
Temos a mãe que diretamente impulsiona toda avidez e ganância do Pinguim, Francis Cobb interpretada pela estupenda Deirdre O’Connel com uma postura castradora, ameaçadora, ao mesmo tempo frágil por sua condição, mas um vulcão prestes a explodir e a única que tem o poder de congelar a veias de Oswald “Oz” Cobblepot, pois sabe quem é o seu filho.
Toda vez que ela olha para ele, não sabemos o que vai acontecer e isso é incrível.
E temos a grande revelação que é a atriz Cristin Milioti que passa por diversas transformações na série como Sofia Falcone, sua fama como a Carrasca (e que história triste) e termina como Sofia Gigante, o maior obstáculo do Pinguim para conseguir tudo o que deseja.
Nas suas metamorfoses, Cristin é uma força da natureza que merece todos os elogios por sua performance cheia de nuances, sofrimento, revolta e alcance dramático, pois que personagem sofrida e ferida.
Quanto ao dono da festa, Colin Farrell já tinha impressionado com sua performance no filme com a pesada maquiagem, mudança de voz e a transformação física para andar igual o animal de que é constantemente chamado, mas agora está em outro nível!
Podendo explorar todas as facetas do personagem como seu perigoso complexo de édipo junto a sua mãe, sua autoestima inabalável e a fé de que a vida de crime lhe reserva a grandeza que sempre almejou, dá um show conseguindo passar a perna em diversas pessoas, tendo de pensar rápido, improvisar bastante e às vezes contar com algo parecido com sorte (se é que tal coisa existe) porque olha, esse Pinguim é um sobrevivente.
Não há elogios suficientes para dispensar a ele que abraçou com garra, fanfarronice e alegria um personagem tão perigoso e magnético mostrando que é um ator diverso e comprometido com o projeto desde o começo, desaparecendo no personagem e trazendo à vida o que poderia perigosamente se tornar uma caricatura.
Você consegue entender todas as suas motivações, seus traumas, de onde tirou o dom que tem de se livrar das piores enrascadas como sua lábia e sua tenacidade, acreditando piamente que é um “cuidador” das pessoas ao seu redor, um guardião que merece respeito e admiração, mesmo perpetrando as maiores barbaridades.
Em alguns momentos você se pega torcendo por ele, mesmo sendo um vilão e não é qualquer um que consegue esse feito.
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Quanto à forma da série, segue a mesma linha artística que lhe deu origem, escura, mas dessa vez melhor fotografada e mais nítida do que o filme de Matt Reeves que tinha muitos borrões ininteligíveis.
Aqui é bem mais fácil entender a geometria das cenas, as situações e principalmente as atuações compensam a falta do que seria o convidado especial que eventualmente sentimos, mas estamos tão envolvidos nessa saga de crime que tememos sua chegada com sua capa e heroísmo para acabar com os planos de um vilão delicioso que amamos odiar, mesmo que em algumas situações de que o Pinguim escapa, são simplesmente pelo “poder do roteiro” e isso acontece mais de uma vez.
Valeu a pena esperar e coloca mais expectativa em “The Batman 2”, que conforme entrevistas de Colin Farrell, o Pinguim deve aparecer em quatro ou cinco cenas.
Já estamos esperando!
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