A mítica passagem da lenda do blues pelo Brasil há 53 anos
Entre várias histórias míticas do mundo da música aqui no Brasil, uma das que encabeçam a lista é a passagem de Janis Joplin pelo Brasil.
Rio de Janeiro, verão de 1970, época em que o Brasil estava distante de fazer parte do circuito de turnês internacionais. Astros da música mundial por aqui eram como passagem do cometa.
O que pouca gente sabe é que o intuito dessa visita ao Brasil era, na verdade, um detox. Janis havia assistido a Orfeu Negro (1959) e ficou curiosa para conhecer aquele carnaval carioca retratado no filme. Daí, com sua estilista, Linda Gravenites, a tiracolo, a rainha do blues embarcou para o Brasil, chegando na sexta-feira logo antes do Carnaval de 1970.
A dupla se hospedou no Copacabana Palace, a princípio procurando passar despercebida, o que acabou não acontecendo. Foram expulsas do hotel depois que Janis criou caso para ficar nua na piscina e fez topless na praia em plena ditadura militar. Sem terem para onde ir, deram a sorte de serem salvas por uma funcionária do hotel, cujo namorado trabalhava para a revista Rolling Stones, garantindo-lhes guarita.
Na época não existia internet, mas as notícias se espalhavam. Logo tornou-se púbica a presença da estrela na cidade. Com isso, ela voltou ao Copacabana Palace para uma coletiva improvisada. De lá, foi convidada para um baile no Theatro Municipal – acabou impedida de entrar no camarote. Também assistiu ao desfile das escolas de samba em um lugar privilegiado. Apenas seu plano de organizar um festival “pós-Carnaval” foi frustrado. As autoridades do regime militar não acharam a menor graça em um encontro de milhares de “subversivos”. A essa altura o detox apenas serviu para as drogas. O álcool era consumido sem nenhuma moderação.
Claro, há as lendas relacionadas a essa passagem de Janis Joplin pelo Brasil. O caso com Serguei era sempre pauta nas entrevistas com o roqueiro. Mas em uma das inúmeras entrevistas que deu sobre o caso, nos anos 90, ele teria confessado que seu interesse maior foi no americano David Niehaus, que ela conhecera na praia de Copacabana, e com quem fizera uma viagem de moto de cinco dias até a Bahia – onde até sofreram um acidente de relativa seriedade (Janis ficou desacordada e precisou de socorro médico).
Outra lenda há registro e testemunhas. a apresentação em uma boate local, cantando “Summertime” a capella. Alcione e Tony Tornado, além de Serguei, estavam na companhia da cantora. Era nos botequins cariocas que Janis realmente se divertia.
Infelizmente, a cantora morreria oito meses depois, por conta de uma overdose acidental. A viagem ao Brasil marcou bastante Janis, e sem nenhuma dúvida ela retornaria, muito provavelmente para alguns shows, dessa vez profissionais. Essas peripécias no Brasil estão relatadas no livro “Joplin – Sua Vida, Sua Música”, escrito pela jornalista Holly George Warren.
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