3º e último filme da Marvel Studios a estrear no ano, novo longa do Quarteto Fantástico prepara o futuro para saga dos Vingadores

Durante os últimos anos logo após a conclusão da Saga do Infinito (com os filmes dos “Vingadores: Guerra Infinita” e a conclusão em “Ultimato”), a Marvel Studios entrou em um período de contestação ao qual não estava acostumada, acumulando fracassos ou bilheteiras bem menores que anos anteriores e críticas que apontava a diminuição da qualidade dos produtos entregues.

Eis que a esperança do estúdio reside no lançamento do seu último filme neste ano, “Quarteto Fantástico – Primeiros Passos”, que apresenta aos fãs do cinema a quarta tentativa (que ironia) de apresentar a primeira família de Marvel, importantíssima no processo de consolidar a marca nas histórias em quadrinhos e, ao mesmo tempo, gerar expectativas acerca dos dois filmes vindouros dos Vingadores para finalizar essa e reiniciar uma nova fase, resetando elencos e conceitos do controverso multiverso com a promessa de velhas novidades nesse filão dos filmes de super heróis.

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Há ultimamente discussões se o subgênero desses filmes esgotou seu apelo ou se há algo mais para apresentar ao público que justifique o envolvimento emocional e, claro, o financeiro, em sagas que envolvem muitos personagens, muitos efeitos especiais e a suspensão de descrença necessária para acompanhar essas aventuras.

E bem, Quarteto Fantástico – Primeiros Passos não será o filme que responderá essas perguntas, porém traz algumas inovações que valem a pena acompanhar após as tentativas anteriores de adaptação.

A começar certamente pelo elenco, e isso a Marvel na grande maioria das vezes dá show!

Com o onipresente Pedro Pascal (você com certeza o conhece como protagonista ou participante de uma ou mais franquias famosas da cultura pop) como o gênio Reed Richards, o elástico Sr. Fantástico e líder do grupo, apesar de brilhante, apresentando um interessante estado de ansiedade com situações que não consegue controlar, e que está em um momento de profundas mudanças em sua vida após a notícia que será pai (não se trata de spoilers, pois estão em diversos trailers).

O ator Ebon Moss-Bachrach (“The Bear”), traz simpatia e segurança emocional com o seu Coisa sendo os músculos do grupo e o porto seguro em cada crise que se avizinha aos seus melhores amigos.

Já Joseph Quinn (“Stranger Things”) é uma boa surpresa como o “pegador” Johnny Storm, o Tocha Humana, que como suas outras versões tem sim uma parte galanteadora, mas nessa primeira aparição, bem respeitoso, é quem consegue em relativamente resolver grande parte do problema causado pelo vilão da vez.

Mas é Vanessa Kirby (série “The Crown”) com sua Sue Storm, esposa de Reed e a Mulher Invisível, que se torna o maior trunfo do filme!

Uma leoa defendendo seu filho e sua família, é quem tem mais nuances e camadas para apresentar uma personagem criada nas páginas de uma história em quadrinhos e que toda hora que aparece, rouba a cena e os olhares da plateia, protagonizando uma das cenas mais emocionantes do filme, que mostra um caminho diferente do que temos acompanhado até o momento que é o seu primoroso visual retrofuturista em uma terra paralela, no universo 828 (lembrando que o universo do qual os Vingadores fazem parte, é o 616).

Embora há outros personagens importantes na trama como a Surfista Prateado de Julia Garner (série “Ozark”) e o monstruoso vilão Galactus com a cavernosa voz de Ralph Ineson (filme “A Bruxa”), o foco é na interação do quarteto de heróis que poderia e deveria ser melhor.

Não que eles não tenham química, mas falta mais situações que confirmem o quanto eles são unidos como família, pois o sentimento está lá, porém como houve cortes no filme que inclusive limaram o personagem do ator John Malkovich, que está nos trailers, algo deve ter ficado no chão da ilha de edição.

A fotografia, ou como filme salta ou não ao olhos dos espectadores, é inspirada com cores e formas em desenhos antigos como os “Jetsons” (da empresa Hanna-Barbera). Aqui os objetos de cena são palpáveis e levam nossos olhos a contemplar um tempo em que os aparelhos e facilidades eram mais visíveis, não tanto virtuais, e o diretor Matt Shakman amplia de forma esperta o trabalho de programas de tv de outras eras que ele já havia utilizado na série “Wanda/Vision”.

Painéis imensos de LED são substituídos por lousas com escritos em giz.

Precisa implementar uma nova rotina em um robô? Não há teclas a apertar, e sim trocar uma fita que lembra muito um antigo formato VHS. Há nas lojas Tvs de tubo e tudo mais que se imagina em universo calcado nos anos 60 e que traz um charme especial à produção.

Quantos aos efeitos especiais em CGI, hoje em dia é mandatório que sejam de alto nível e não que não haja algumas falhas (às vezes o bebê Fantástico tem a aparência de um reborn), mas na maioria das vezes são muito eficientes, somado ao inspirado e excelente tema musical dos heróis que permanece na mente mesmo após o apagar das luzes, cortesia de Michael Giachinno (da animação “Os Incríveis”, vejam só, um “primo espiritual” do Quarteto Fantástico e “The Batman”), que difere de diversas trilhas sonoras genéricas que inundam esse tipo de obra, ajudando na imersão do filme.

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Com essa pegada retrô, Quarteto Fantástico – Primeiros Passos apresenta em sua forma uma possibilidade da continuidade na proposta de filmes de heróis, mas, apesar de seu potencial, não vai muito além apostando no seguro e limitando seu alcance (por exemplo, os poderes do elástico Sr. Fantástico, por incrível que pareça, são usados de forma mais criativas nos filmes dos anos 2005 e 2007) a uma aventura meio ficção-científica, meio heróis da semana que em alguns momentos encanta, cativa, mas em nenhum momento excede o potencial do gênero.

_{“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”. Imagem Destacada: Divulgação/Marvel}

Quarteto Fantástico – Primeiros Passos | Nova Fase, Em Busca de Diferentes Resultados

Sinopse

No vibrante cenário de um mundo retrofuturista inspirado nos anos 1960, a Primeira Família da Marvel é forçada a equilibrar seus papéis como heróis com a força de seus laços familiares, enquanto defendem a Terra de um deus espacial voraz chamado Galactus e sua enigmática arauta, a Surfista Prateada.

Prós

Elenco excelente e carismático o suficiente para ajudar na imersão de aventura;

Estética retrofuturista que se destaca ao visual dos filmes de super-heróis;

Efeitos caprichados e trama que cativa pelo envolvimento emocional que se cria pelos personagens;

Tema principal dos heróis marcante e diferenciado, e que continua com os espectadores após o final da sessão.

Contras

Falta ao filme ir além do seu visual estiloso e escolha acertada do elenco, com soluções menos formulaicas e maior interação entre os personagens.

3.5

Nota