Banda tem histórico de críticas aos governos norte-americanos
O Rage Against the Machine entrou em um hiato, mas o icônico guitarrista Tom Morello vem ocupando os holofotes após liderar protestos em Los Angeles contra políticas do governo de norte-americano. Agora a banda se reuniu para manifestar sua crítica contra a deportação em massa de imigrantes ilegais, uma das principais promessas eleitorais de Donald Trump prontamente cumprida.
Em sua conta no Instagram, a banda compartilhou uma série de imagens com mensagens críticas às ações do governo liderado por Trump. No entanto, destacou que essa postura não é exclusiva do atual presidente ou de seu partido, já que os adversários políticos também adotam atitudes semelhantes.
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No carrossel se lê:
“Nos EUA, ambos os grandes partidos são responsáveis pelas políticas de fronteira militarizadas que miram e criminalizam migrantes e refugiados.”
“Ambos fazem guerras e impõem políticas econômicas destrutivas que resultam diretamente na migração de pessoas buscando segurança e asilo.”
“Depois do 11 de setembro, o orçamento para o ICE e a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) aumentou em quase 300%.”
“Isso intensificou o terror racista para comunidades que já estavam sofrendo por separações familiares, detenção, deportação e o uso de ‘prisões digitais’ via monitoramento eletrônico.”
“Nenhum governo em terras roubadas deve ter o poder de decidir quem é ‘legal’ e quem é ‘ilegal’, ou quem vive e quem morre.”
Protesto em Los Angeles e a resistência ao ICE
De acordo com o Los Angeles Times, no dia 8 de junho, Tom Morello participou de protestos em Los Angeles, mais especificamente no centro da cidade e em Boyle Heights, em resposta às ações de deportação em massa promovidas pelo ICE. Usando uma camiseta com os dizeres “destrua o fascismo americano”, o guitarrista afirmou que a pressão exercida pelos manifestantes obrigou a polícia a recuar. As manifestações resultaram em medidas drásticas, como a convocação da Guarda Nacional — solicitada pelo então presidente Donald Trump — e a imposição de toque de recolher na cidade. Morello também utilizou suas redes sociais para compartilhar imagens dos atos e incentivar a mobilização popular.
O ataque a Trump no Boston Calling Festival
No Boston Calling Music Festival, em maio, Morello fez um discurso inflamado abordando Trump como “Chefe do Ódio” e o chamou de “tirano”. Usando bottons com mensagens do tipo “F#d@‑se Trump”, ele acrescentou que aquele poderia ser seu “último grande evento antes que nos joguem na cadeia”. Ao interpretar “The Ghost of Tom Joad”, de Bruce Springsteen, reforçou a solidariedade com o Boss e evidenciou que a luta por justiça e igualdade estava na agenda.
A luta contra o ICE e políticas imigratórias
Morello não limitou sua crítica ao vocal sobre Trump: ele também expressou repúdio à atuação do ICE. Na mesma performance, fixou na guitarra a frase “F#d@‑se o ICE”. Isso se soma a sua participação ativa nos protestos, levantando pautas contra pronúncias autoritárias do governo norte-americano
Vozes unidas contra Trump: eco da resistência mundial
A posição de Morello encontra eco em outros nomes do rock político. Bruce Springsteen já havia condenado as ações e retórica governistas de Trump, e Neil Young também entrou no debate, em defesa de imigrantes e criticando a gestão presidencial . O ambiente musical se tornou palco de articulações políticas, consolidando a música como forma de protesto e resistência coletiva.
Rage e a crítica histórica ao militarismo dos EUA
Embora a banda não esteja atualmente ativa, sua herança permanece marcada por críticas contundentes às intervenções militares dos EUA. Em 2021 criticaram a guerra do Afeganistão como “vil e racista”, destacando gastos de US$ 2,3 trilhões que teriam beneficiado indústrias bélicas. O legado anti-imperialista do Rage segue forte, com a música como ferramenta de denúncia.
O fim da banda para turnês não retirou os integrantes — especialmente Morello — do engajamento em causas políticas. O compromisso com pautas sociais se mantém vivo, mesmo sem novas músicas ou turnês. Ele não deixou suas convicções adormecerem: arma manifestações e fala alto. Seu posicionamento é um chamado para que a arte continue confrontando o poder.
Apesar do exílio musical dos palcos, Rage Against the Machine nunca deixou de ser um nome central no debate político-cultural. Tom Morello segue usando seu prestígio para questionar Trump, o ICE, e a condução da guerra e das fronteiras nos EUA, mantendo a inspiração de lutas históricas e a música como plataforma para protestar. O retorno simbólico da banda às discussões políticas atuais reforça que arte e atitude ainda caminham juntas contra o autoritarismo.
Imagem: Divulgação/Rage Against The Machine (via Instagram, Fotografia: Lindsay Brice)
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