Rock In Rio 2022: Maneskin mostra por que é a sensação do rock com show vigoroso

Banda se apresentou antes do Guns N’ Roses e conquistou novos fãs

O Maneskin vem sendo festejado como a nova “salvação do rock” (há trinta anos esse rótulo surge quando uma banda estoura como se o gênero estivesse na UTI), e a curiosidade em relação ao show dos italianos no Rock In Rio Brasil 2022 era, naturalmente, grande.

Na plateia, em meio a hordas de camisetas do Guns N’ Roses e um contingente até bem numeroso de fãs do Offspring, banda que se apresentou logo antes no mesmo Palco Mundo, os fãs de Maneskin não eram facilmente vistos, pelo menos a olho nu.

Para quem achava que se tratava de um grupo dependente de apenas um sucesso, veio a surpresa: um show intenso e vigoroso como um show de rock deve ser. A apresentação já se iniciou com o pé na porta com a pesadona “ZITTI E BUONI” e o vocalista Damiano David gritando “caralho, porra!”. Na segunda faixa, “IN NOME DEL PADRE” quem não conhecia a banda já se inclinava a entrar para o fã-clube. “MAMMAMIA”, essa mais conhecida, foi acompanhada com entusiasmo. Mas foi na música seguinte que até quem nunca tinha ouvido falar no Maneskin vibrou, a onipresente “Begging”, cover do The Four Season que já se tornou um daqueles casos de apropriação devida na música, quando o cover ultrapassa o original em popularidade.

E se engana quem pensa que o show “acabou”. David anunciou que tocaria uma música qe não estava no setlist, mas atendendo a pedidos, incluiu, que foi a faixa “Coraline”. Em “Close to the Top” a baixista Victoria De Angelis (que roubou a cena com seu look composto por um cropped prateado, um short preto e meias arrastão) desceu do palco para um corpo-a-corpo com os fãs.

Como era Rock In Rio, David disse que a banda preparou uma surpresa para a ocasião, que era um cover de “Love of My Life” do Queen, fazendo o público repetir o coro da plateia de 37 anos atrás sendo regida por Freddie Mercury. Depois, o vocalista contou que eles estavam “se cagando de medo” para fazer isso.

O repertório Maneskin também incluiu outros covers como “Womanizer” da Britney Spears, uma versão de “My Genaration” do The Who, e “I Wanna Be Your Dog” dos Stooges. Nessa música o guitarrista Thomas Raggi desceu para ter contato com a plateia junto com Victoria, que dessa vez se jogou na plateia, tocando seu baixo nos braços do povo.

Na última música, “LIVIDI SUI GOMITI”, (que David ironicamente anunciou como uma boa notícia para os fãs de Guns N’ Roses) como tem sido comum nos shows da banda, pessoas do público foram convidadas a entrar no palco, num clima de algazarra semelhante aos dos shows do Iggy Pop.

O Maneskin mostrou no Rock In Rio que sua alcunha de sensação do momento não é um exagero desesperado da indústria fonográfica ávida por salvar o rock. Tiveram a tarefa ingrata de abrir para o Guns N’ Roses em um palco enorme e mostraram que podem sem dúvidas voltarem ao próximo Rock In Rio como headliners. Os fãs recém-conquistados no potente show de ontem terão presença garantida.