Veteranos das telelonas leva smituação de confinamento quase ao limite em “Sem Saída”
Considerando que hoje, por conta de alguns eventos catastróficos de guerras em algumas partes do mundo, voltamos a vislumbrar a sombra de algum conflito que pode ser escalado a um nível absurdo e desproporcional, temos mais um exemplar de filmes de confinamento, onde o risco é um vazamento nuclear em uma estação com um perigo aparentemente intransponível, com um componente regado à paranoia e suspeitas de que talvez o que esteja ocorrendo não seja o que realmente importa e sim as circunstâncias que levaram até esse evento, na típica história de paranoia americana.
Em “Sem Saída”, essa suspeita acomete os personagens principais, que estão em um bunker aguardando a chegada do protagonista para comemoração do seu aniversário, um militar e, de repente, alarmes soam e buzinas gritam anunciando uma possível catástrofe.
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Quanto ao elenco, tem alguns nomes conhecidos, é bom ver de volta o ator canadense Devon Sawa, que foi o herói do primeiro filme da cinesérie “Premonição”, de 2000, anos depois ainda fazendo filmes, mesmo que esses esporadicamente cheguem por aqui no Brasil e, claro, Tyrese Gibson num registro bem diferente do seu personagem mais conhecido no cinema, o fanfarrão Roman, da franquia “Velozes & Furiosos”, embora haja pelos streamings por aí mais registros dele como durão em filmes de drama e de a ação fora dessa grande franquia blockbuster.
Sem Saída, como o próprio título já sugere, confina personagens que representam alguns arquétipos recorrentes: o herói amargurado, a grávida prestes a entrar em trabalho de parto, o melhor amigo que pode estar escondendo algo e alguns coadjuvantes que, além de tomarem decisões, digamos, longe de serem sábias, estão claramente destinados — como sabe quem tem certa experiência com obras do gênero — a morrer ou serem descartados sem cerimônia pelo roteiro, que não apresenta grandes novidades à trama.
Enredo esse que até se desenvolve em certos pontos e tem seus momentos de suspenses quando as revelações e os embates entre os presentes vão se avolumando, pois geralmente nessas situações de confinamento tem-se os recorrentes desdobramentos de praxe, o ar é rarefeito, as pessoas começam a desconfiar umas das outras e o instinto de sobrevivência se sobrepõe à razão e à civilidade.
Momentos esses que não são muito originais nem quando há indicação de que o personagem principal pode ou não ter armado aquilo ou estar alucinando.
É um filme modesto, realizado principalmente em um único cenário mas com momentos de uma eficiente direção de arte, fotografia funcional que varia do claro para o escuro dependendo da situação da tensão e de onde a trama quer levar os espectadores e, no final, se tem a revelação que, se alguns não esperavam, para alguns pode ser satisfatória e para outros bem da óbvia, dependendo da sua experiência com filmes desse gênero.
Em termos de atuação, Devon Sawa tenta invocar uma gama maior de sentimentos, mas não consegue em todas as cenas, ficando num registro às vezes caricato que pode entregar os motivos do seu personagem.
Já Tyrese Gibson é um pouco mais eficiente, pois como não é o protagonista e não tem os holofotes em cima dele na maioria do tempo, quando aparece se destaca. Sem Saída tem uma situação que a princípio engaja, mas a resolução pode no fim do filme pode não aguardar a todos.
Porém os outros coadjuvantes não acompanham o carisma dos dois protagonistas.
É uma boa adição de catálogo, do streaming da plataforma Telefilms Plus e uma opção válida para uma diversão moderada, além de alertar para os perigos dos novos tempos, mesmo que seja em uma situação que não é tão criativa.
Imagem Destacada: Divulgação/TeleFilms Plus

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