Cantora Taylor Swift não terá mais que fazer regravações de seus primeiros álbuns

Aquela longa disputa iniciada em junho de 2019 parece que chegou ao fim: Taylor Swift conseguiu comprar seus masters de volta, os direitos sobre seus primeiros seis álbuns de estúdio. Para quem não se lembra, devido a um imbróglio com sua primeira gravadora, a Big Machine Records, que culminou com a venda dos direitos sobre seu catálogo para o empresário Scooter Braun por cerca de 140 milhões de dólares.

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Isso levou a artista a uma nova estratégia: regravar seus antigos trabalhos para que tivesse direito sobre a própria música. Assim, saíram as “Taylor’s Versions” (TV), até o momento tendo sido lançadas quatro de seis: “Fearless” (2008) e “Red” (2012) em 2021, e “Speak Now” (2010) e “1989” (2014) em 2023, incluindo novas faixas escritas, mas não incluídas no lançamento dos álbuns originais.

Não houve envolvimento de Scooter neste negócio, e o valor da transação não será divulgado, mas informações de insiders, asseguradas pela Variety, apontam que a compra ficou na casa dos 300 milhões de dólares. Braun vendera as masters através de sua companhia, Ithaca Holdings, para a Shamrock Holdings, um braço das empresas Disney, por 405 milhões de dólares. Ainda sobre o empresário, que recebera até ameaças de morte por parte de alguns fãs, ele comentou que “estava feliz por ela”, referindo-se a compra do catálogo por parte de Taylor.

E o “Reputation TV”?

Restam apenas dois albuns de estúdio não regravados, o self-titled “Taylor Swift” (2006), seu título de de estreia, e o último sob o selo da BMR, “Reputation” (2017).

Sobre o assunto, ela postou em seu instagram uma foto sentada em um fundo branco cercada por seus primeiros discos, com a legenda “You belong with me” (‘o seu lugar é comigo’), em referência a uma de suas canções mais famosas, além de indicar para uma carta postada em seu site. Leia-a traduzida na íntegra ao fim da matéria, mas, em resumo, a cantora comentou que o TSTV está pronto para ser lançado, enquanto o “Reputation” não está nem 25% gravado, e tem tido dificuldades de aperfeiçoá-lo. Agora, porém, que se esses novos trabalhos forem lançados, que fosse de um lugar de alegria, e não de tristeza e ressentimento.

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Olá,

Estou tentando organizar meus pensamentos em algo coerente, mas agora minha mente é apenas uma apresentação de slides. Uma sequência de flashbacks de todas as vezes em que sonhei acordada, desejei e ansiei por uma chance de contar a vocês esta notícia. Todas as vezes em que estive tãããããããão perto, tentando alcançá-la, apenas para que ela escorresse de minhas mãos. Quase parei de pensar que isso poderia acontecer, depois de 20 anos tendo a cenoura balançada e depois arrancada. Mas isso tudo é passado agora. Tenho chorado de alegria em intervalos aleatórios desde que descobri que isso está realmente acontecendo. Eu realmente posso dizer estas palavras:

Todas as músicas que já fiz… agora pertencem… a mim.

E todos os meus videoclipes.
Todos os filmes de shows.
A arte do álbum e a fotografia.
As músicas inéditas.
As memórias. A magia. A loucura.
Cada era.
O trabalho de toda a minha vida.

Dizer que este é o meu maior sonho realizado é, na verdade, ser bem bastante contida em relação a isso. Para os meus fãs, vocês sabem o quão importante isso foi para mim — tanto que regravei e lancei meticulosamente quatro dos meus álbuns, chamando-os de Taylor’s Version. O apoio apaixonado que vocês demonstraram a esses álbuns e a história de sucesso em que transformaram a The Eras Tour me fizeram comprar minha música de volta. Não tenho palavras para agradecer por me ajudarem a me reunir com esta arte à qual dediquei minha vida, mas que nunca possuí até agora.

Tudo o que eu sempre quis foi a oportunidade de trabalhar duro o suficiente para um dia poder comprar minha música à vista, sem compromisso, sem parceria, com total autonomia. Serei eternamente grata a todos da Shamrock Capital por serem os primeiros a me oferecer isso. A maneira como eles lidaram com cada interação que tivemos foi honesta, justa e respeitosa. Para eles, era um negócio, mas eu realmente sentia que eles viam aquilo como era para mim: minhas memórias, meu suor, minha letra e minhas décadas de sonhos. Sou infinitamente grata. Minha primeira tatuagem pode ser um trevo enorme no meio da minha testa.

Eu sei, eu sei. E quanto ao Rep TV? Transparência total: eu nem regravei um quarto dele. O álbum Reputation era tão específico para aquela época da minha vida, e eu sempre chegava a um ponto crítico quando tentava refazê-lo. Todo aquele desafio, aquele anseio por ser compreendida enquanto me sentia propositalmente incompreendida, aquela esperança desesperada, aquele rosnado e aquela travessura nascidos da vergonha. Para ser bem honesta, é o único álbum dos seis primeiros que eu achei que não poderia ser melhorado se fosse refeito. Nem a música, nem as fotos, nem os vídeos. Então, continuei adiando. Haverá um momento (se você gostar da ideia) para as faixas inéditas do Vault daquele álbum eclodirem. Já regravei completamente meu álbum de estreia e adoro como ele soa agora. Esses dois álbuns ainda podem ter seus momentos de ressurgir quando chegar a hora certa, se isso for algo que deixe vocês animados. Mas se acontecer, não será de tristeza e saudade do que eu gostaria de ter. Será apenas uma celebração agora.

Estou extremamente animada com as conversas que essa saga reacendeu na minha indústria entre artistas e fãs. Toda vez que um novo artista me diz que negociou a posse das gravações originais em seu contrato de gravação por causa dessa briga, lembro-me de como foi importante que tudo isso acontecesse. Obrigada por se interessarem por algo que costumava ser considerado muito centrado na indústria para uma discussão ampla. Vocês nunca saberão o quanto significa para mim o fato de vocês se importarem. Cada detalhe contou e nos trouxe até aqui.

Graças a vocês e à sua boa vontade, trabalho em equipe e incentivo, as melhores coisas que já foram minhas… finalmente são de verdade.

Exultante e maravilhada,

Taylor

_{Imagem Destacada: Divulgação/Taylor Swift (via Instagram)}