Sonza trouxe repertório variado para marcar transição na carreira
Desde que estreou em 2017, Luísa Sonza não saiu mais da boca do brasileiro, figurando com colaborações com grandes nomes da música brasileira e internacional. Seu show no The Town 2025 é um pouco dessa história, ao menos da fase mais recente, e, como anunciado, deveria marcar a sua transição para sua nova era.
Deveria porque, ao menos no plano prático, a apresentação da gaúcha não contou com alguma novidade explícita, senão no repertório de covers. Em retrospectiva da história recente, Luísa lançou o seu terceiro álbum de estúdio em 2023, o “Escândalo Íntimo”, batendo todos os recordes que tinha direito, inclusive o de estreia na plataforma, anteriormente (dias antes) quebrado pelo Jão — e daí foi fandom war (por algum motivo), backlash pela letra explícita de “Campo de Morango” logo após falar que os fãs precisavam escutar mais Cássia Eller e Cazuza para entenderem suas composições, mais xingamentos por causa de seu ex, e daí toda a trama do balança caixão pela traição do seu então namorado com a dedicatória faixa “Chico” e…
Ufa. Calma, respira.
Embora afirme, inclusive nesta ocasião, estar tomando as coisas com mais leveza, Sonza é do tipo de artista que se leva bem a sério, e talvez por isso ajude a se tornar um para-raios em forma de ragebait humano — o que, na nossa visão, está corretíssimo; tem algo inerentemente errado em ir de “O barquinho” a “bota minha calcinha de lado”? Calma lá, porque rock e MPB não são superiores a pop e funk, e vice-versa, claro.
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O que se seguiu, nesse sentido, foi uma performance que trouxe seus hits mais marcantes a partir do segundo álbum, “Doce 22” (2021), focando mesmo no Escândalo Íntimo — quem já viu outros shows de sua turnê atual, incluindo no The Town 2023, Rock in Rio e Lollapalooza 2024, sentiu algum déjà vu, desses que não dizem apenas respeito à coreografia, como também nos momentos de interação com o público.
A novidade, porém não surpresa, foi a introdução com alguns clássicos da nossa música nacional. Além de Roberto Menescal, teve RPM com “Louras Geladas”, Rita Lee com “Amor e Sexo” — a base estava um pouco alta e a cantora se atrapalhou na letra (trocando ‘latifúndio’ por ‘latifundo’, duas vezes) — e “Folhetim” de Chico Buarque, emendando e ressignificando a faixa “Chico” — na oportunidade, ela discursou ao público:
“Muita gente vai contar muita história da sua vida e sobre você, mas eu quero que vocês saibam que só existe uma história que é verdadeira: e essa história só você sabe, só você viveu. Então, para todos os cantores, todos os artistas que sonham um dia, que vão estar aqui, que cantam nos lugares… mais inóspitos às vezes, com muita dificuldade, saiba que a história é você que faz, e você vai fazer, e você não precisa escutar ninguém, você só precisa de você mesmo. E você é capaz de tudo isso e muito mais, e não importa o que os outros acham de você e da sua história; você sabe da sua história.”
Se podemos tirar algo disso é que é provável que seu novo trabalho busque se aventurar ainda mais na mistura de gêneros com o MPB e o rock, com toques de “Kill Bill” — palavras da própria. O balé estava lindíssimo, tal como a produção, e segurou com fôlego a sequência de hits emendada “Iguaria”, “Carnificina”, “A Dona Aranha”, “MULHER DO ANO XD”, “ANACONDA *o* ~~~”, “Modo Turbo”, “MOTINHA 2.0 (Mete Marcha)”, e “Luísa Manequim” —, porém Sonza demorou para engatar (a base alta às vezes até atrapalhava), mas entregou vocais a partir da segunda metade, com até mais energia depois da parte mais pop da setlist.
De forma energética, o concerto encerrou-se com a loira indo à plateia, como já virou tradição, para encerrar com “Lança Menina”, com público diminuto — concentrado no outro palco à espera dos Backstreet Boys — mas sem perder o balanceio de showgirl, porque seja com uma ou mil pessoas, vai derrubar tudo enquanto tiver palco.
Confira setlist completa
- Principalmente me sinto arrasada
- Sagrado profano
- Louras geladas (cover do RPM)
- Campo de morango
- Amor e sexo (cover da Rita Lee)
- Iguaria
- Carnificina
- A dona aranha
- MULHER DO ANO XD
- ANACONDA *o* ~~~
- MODO TURBO
- MOTINHA 2.0 (Mete Marcha)
- Luísa manequim
- Folhetim (cover do Chico Buarque)
- Chico
- O barquinho (cover Nara Leão/Elis Regina)
- Sou musa do verão
- Surreal
- penhasco.
- Penhasco2
- Lança menina
Imagem Destacada: Divulgação/The Town 2025 (Moriva/Fotografia: Alex Woloch)
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