Do início da popularização dos animes até a era dos streaming, são umas belas décadas corridas.
Nesse meio tempo, várias produções fizeram sucesso e marcaram a história da indústria, mas um grupo um pouco mais seleto é responsável por moldar e ditar as regras de tudo o que viria depois.
A lista abaixo tenta fazer jus a essa diversidade e representar alguns daqueles que mais impactaram os seus sucessores (independente de favoritismo e, em modo geral, popularidade), então venha conhecer quais são esses 11 Animes que mudaram a história!
Akira: uma nova ficção científica
Muito além das cenas icônicas parodiando momentos do filme, como a moto a frear, “Akira” é um criador de tendências natural.
Não é exagero dizer que uma parte considerável da cena cyberpunk construiu suas fundações com o longa de 1988, seja pelos visuais ou o tom sombrio e distópico, porém não só.
Um dos maiores êxitos do filme é o esforço de criação de cada um de suas dezenas de milhares de painéis de animação, feitos cuidadosamente à mão, tal como as técnicas de luz e sombra e os jogos de câmera; uma verdadeira aula sobre cinema.
No distante futuro de 2020, a sociedade japonesa colapsa em revolta ao que as autoridades dirigem as atenções para um importante evento: As Olimpíadas de Verão.
Meio a tanta desigualdade, Akira é a história de um garoto às margens da sociedade que ganha poderes psíquicos através de eventos improváveis. Em razão disso, o governo procura aprisioná-lo para manter a ordem e explorar seu potencial destrutivo.
Vindo de um mundo dividido em dois, Akira é também uma trama sobre rebeldia, inconformismo, status quo e, mais nas entrelinhas, da ética do uso de armamentos nucleares.
Astro Boy: o pai do Shounen
Na distante década de 60 uma estrela brilha solitária: “Astro Boy” é o primeiro anime a ir ao ar nos hoje tradicionais blocos de 30 minutos.
Sendo um dos mais reconhecidos trabalhos de Osamu Tezuka, creditado como o “pai do mangá moderno”, é o primeiro em muitas coisas, como: Ser a primeira grande animação japonesa exportado para o ocidente, tal como parte da obra do homem responsável por criar a tendência dos olhos de anime que conhecemos hoje, além de, claro, demarcar características das narrativas para garotos jovem, o shounen, que seriam reinventadas ainda outras tantas vezes.
É muito provável que seus pais e avós, e até você, já tenham tido contato com alguma das inúmeras versões que foram ao ar desse sucesso, sem o qual o anime não poderia ser o mesmo.
“Tetsuwan Atomu” (Atom, o do braço de ferro), no original, conta a jornada de Atom, um garoto robô criado pelo Professor Tenma.
Quando Tenma perde seu filho Tobio num acidente de carro, decide criar um garoto perfeito, dde coração puro e imortal.
Diante do fato que nunca conseguirá ver sua criação envelhecer, transtornado, o vende para o sinistro Hamegg, um criminoso circense que controla para satisfazer seus interesses pessoais, mas isso irá mudar, pois Atom encontrará o Dr. Ochanomizu, seu pai de criação, quem o motivará para lutar e se tornar um símbolo da paz e justiça.
Dragon Ball: o pai do Shounen moderno
Dispensaria-se aqui quaisquer apresentações. Akira Toriyama fez um milagre que é reinventar sozinho todo um gênero, o shounen, dar-lhe as características atuais e engrossar o caldo com toda uma nova geração que seguiu seus passos.
Goku é comilão, luta contra o mal, malandro e disposto a superar seus limites através do esforço pessoal; várias características encontradas em protagonistas de outros sucessos posteriores, como One Piece, Naruto e Gintama.
Além disso, há uma leva de arcos narrativos que as histórias de depois, mesmo algumas mais recentes e que buscam se desprender disso em algum nível, como Boku no Hero Academia, possuem, como são os arcos de torneio — já pensou quantas de suas histórias favoritas usam desse recurso? — Fairy Tail, Hunter x Hunter, Yu Yu Hakusho, Black Clover, etc.
Goku também foi um dos mascotes das Olimpíadas de 2020 e tem seu próprio feriado no Japão — precisa de mais?
“Dragon Ball” é a aventura saga de Son Goku desde seu nascimento, como órfão da poderosa raça alienígena saiyajin, até sua chegada e infância cheia de de contratempos pela terra, onde irá fazer amigos e lutar pela paz do planeta — e eventualmente do universo — tudo com seu carismático jeito malandro e senso de justiça irretocável.
A série já constitui uma sólida franquia com três sequências — duas canônicas para série principal — e um remake, além de 23 filmes até o presente momento.
Sailor Moon: o florescer do shoujo e das garotas mágicas
“Pelo poder do Prisma Lunar!”. “Sailor Moon” pode não ter sido o primeiro anime voltado para garotas, tampouco o primeiro da leva de garotas mágicas, mas encapsulou tudo o que foi feito antes em uma microesfera que é também síntese do espírito de anime nos anos 90.
Sailor Moon é sem dúvidas o mais célebre anime de seu tipo, também responsável por fazer possível toda uma subcultura de Mahou Shoujo que se estende até o ocidente — já ouviram falar de W.I.T.C.H. e Winx?
Usagi Tsukino é uma colegial comum — e deslumbrada — de quatorze anos, que vê sua vida virar de cabeça para baixo ao encontrar um gato preto com uma marca lunar na testa.
A partir desse encontro, Usagi ganha os poderes de Guardiã da Luta e se torna a lendária Sailor Moon, e com seu uniforme escolar estilo de marinheira, irá se juntar com as outras Sailors e salvar o planeta de um destino cruel.
Sword Art Online: o responsável pela onda isekai
O ano é de 2012 e não se fala de outra coisa senão da febre que foi “Sword Art Online“.
Essa jornada de encher os olhos, com uma produção de arte impecável, deu muito gás para toda uma leva de animes que viriam depois dentro do gênero de viagem para outro mundo.
Toda temporada saem uns três isekai novos, ao ponto do próprio tema “subversão” e autocrítica do gênero já até ser visto como batido para alguns. Deve-se citar, por exemplo, Re:Zero e KonoSuba.
Dez anos antes, veio “.hack//SIGN“, que, entretanto, não criou a mesma euforia que a franquia que aqui mencionamos.
SAO pode não ser uma unanimidade, mas gostando ou não, criou um subnicho poderoso que extrapolou até mesmo os limites japoneses.
No ano de 2022 o assunto do momento é o RPG de imersão online “Sword Art Online”, onde o jogador pode se transportar para o outro mundo através de um console especial.
Kirigaya Kazuto, Kirito, é um dos testadores beta que agora poderão aproveitar a inauguração oficial do jogo — destarte isso, um estudante normal.
É, para surpresa de todos, que os jogadores se veem propositalmente presos dentro do jogo, incapazes de deslogar.
A única chance de escape é, conforme diz o Game Master, finalizar os 100 “andares” do mundo de Aincrad — e a morte dentro do videogame implicará na morte cerebral na vida real.
O que há por trás dessa brincadeira sádica? Kirito agora deve dar tudo de si pela sobrevivência ao que luta na vanguarda pela libertação de seus companheiros, ao que irá encontrar no caminho a perda, a saudade e até o amor.
Gundam: pai do gênero Mecha
Uma das coisas mais associadas com a cultura pop japonesa são os robôs gigantes. O responsável? Gundam, sem dúvidas.
Um conto sobre guerra, humanidade, traição e que também atravessa gerações.
Ao que Evangelion utiliza robôs como plano de fundo para tratar sobre trauma e transtornos psíquicos, Gundam trata sobre as consequências da guerra e é um dos primeiros a provar que animes podem tratar também de temas mais sérios.
Em “Mobile Suit Gundam“, a humanidade está em contenda com si mesma.
Já vivendo em um tempo em que a viagem espacial é uma realidade e os homens vivem em comunidades autônomas pelo universo, a divisão dá margem para que o chamado Principado de Zeon declare guerra à Federação da Terra.
Meio ao conflito, Amuro Ray, de apenas 15 anos. se tornará o piloto da grande promessa da Federação para virar as marés ao seu favor: o poderoso mecha Gundam.
Nausicaä do Vale do Vento: simplesmente Ghibli
A segunda obra do final da guerra fria da lista também versa sobre o conflito armado e o ciclo da violência, mas o motivo de Nausicaä estar aqui é justamente por ser o primeiro trabalho do Estúdio Ghibli.
Dirigido pelo aclamadíssimo Hayao Miyazaki, o longa faz parte do início de uma série de filmes com o imenso e nostálgico céu azul que só o Ghibli sabe produzir, afinal, essa aflituosa esperança é também um ato político.
Conhecido como a Disney oriental, o estúdio Ghibli é uma das casas de animação mais tradicionais e prestigiadas no mundo.
Em “Nausicaä do Vale do Vento“, o mundo ainda se recupera dos chamados “Sete Dias de Fogo”, um período de guerra nuclear que dizimou quase toda a vida no planeta.
Passado um milênio do fatídico evento, a princesa Nausicaä reina sobre o pacífico Vale do Vento e deverá achar uma maneira de impedir uma ameaça iminente;
Quando uma aeronave do Reino de Tolmekia colide em seus domínios, o refúgio de paz se vê invadido pelo exército estrangeiro, agora em busca de uma poderosa arma que poderá trazer de volta os Sete Dias de Fogo.
Pokémon: a maior franquia de todos os tempos
Como explicar o surto que foi a Pokémania dos anos 90? Pokémon é uma das primeiras adaptações de videogame para anime e sem dúvida a mais bem sucedida.
Sendo a maior franquia de todos os tempos, Pokémon já tem uma ligação profunda com a cultura pop japonesa, e reina soberano como um modelo de marketing e licenciamento de produtos que transborda os limites das telinhas.
Em “Pokémon”, Ash Ketchum da cidade de Pallet é um garoto de — eternos — dez anos que tem como objetivo se tornar um Mestre Pokémon.
Para isso, irá viajar por esse mundo cheio de estranhas criaturinhas com poderes especiais, entrar em batalhas e se opor ao mal, materializado quase sempre na atrapalhada Equipe Rocket.
A Rosa de Versalhes: uma joia de seu tempo que continua a ecoar no futuro
O que seria do shounen sem “A Rosa de Versalhes“? Além de apresentar uma versão mais madura e autoconsciente quanto ao mundo, o show de 40 episódios do final dos anos 70 é também um ensaio para dramas mais maduros, como, por exemplo “Revolutionary Girl Utena” e mesmo “Orange“.
Se soa trivial ou até vago pontuar sua importância, bastaria verificar como, para além da animação, o anime não envelheceu em nada nessas mais de quatro décadas.
“Versailles no Bara” retoma a Europa a beira da Revolução Francesa, quando a princesa austríaca Maria Antonieta é prometida ao futuro rei da França, Luís XVI.
Apesar de não ser protagonista, o romance dá luz à Oscar, comandante da Guarda Real, com quem Maria Antonieta passa a ter profunda conexão.
Oscar, na verdade, é uma garota, mas que vive sob disfarce masculino pelo insucesso dos pais em ter um herdeiro homem.
A despeito do aspecto de fantasia, a audiência pode ter um vislumbre das tensões entre a espetacularidade de Antonieta e o clamor de um povo empobrecido — e furioso.
Yuri!! On Ice: o abre alas para o gênero BL no mainstream
Ao que a Woo já tratou brevemente de como “Yuri!! On Ice” impactou a indústria, é conveniente outra vez mencionar, a despeito do nicho, de como essa aposta — com tanto investimento, deve-se dizer — abriu portas para mais narrativas LGBT, sendo específico, as entre dois rapazes.
YoI foi um fenômeno dentro de seu próprio ano e foi capaz de romper tanto o nicho de um público heterossexual a acompanhar um anime com alguma temática homo, quanto de um público que não consome anime tendo a imersão em um dos mais árduos trabalhos do estúdio MAPPA.
A história segue a vida de Yuri Katsuki, um patinador de gelo que está envelhecendo e se vê frustrado por não conseguir destaque.
Todavia, sua sorte muda quando vaza um vídeo seu executando uma rotina de seu ídolo, o ex-patinador e campeão mundial, Victor Nikoforov.
O vídeo chega até Victor que, impressionado, viaja até o Japão atrás do homem do vídeo, o qual decide treinar até o estrelato — e quem sabe ser ensinado uma coisa ou duas sobre o amor.
Do outro lado, a série tem um contraponto com a rivalidade de Katsuki com o prodígio Yuri Plisetsky, que não tornará nada fácil a vida do rapaz.
Knights of Sidonia: a entrada dos streamings no mercado
Certamente o menos famoso e aclamado anime dessa lista, mas o que “Knights of Sidonia” esconde é um detalhe crucial de sua produção: é o primeiro anime original Netflix.
De tantos outros que ainda viriam, como o queridinho “Carole & Tuestday“, KoS se provou uma tentativa suficientemente exitosa dentro do esperado para os executivos da empresa, o que se percebe pelas tantas obras que vieram depois.
Sidonia recebeu alguns prêmios importantes também, como anime do ano do Tokyo Anime Award Festival.
Condenados a viverem as sombras do que um dia foram, a humanidade está dispersa pelo universo em espaçonaves a preservar os sobreviventes de um massacre ancestral: A passagem dos aliens Gauna pela Terra.
Nagate é um desses herdeiros da autopreservação dos homens, que agora têm que enfrentar um futuro incerto e hostil caso queira despertar no outro dia.
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