O que aconteceu de mais importante na música no ano que termina hoje?
Os hits
No início do ano, aquecendo para o carnaval, as paradas de sucesso foram tomadas por “Zona de perigo”, de Léo Santana. “Lovezinho”, outro hit do verão, da funkeira Treyce, acabou enfrentando processo da autora da versão original em inglês, Nelly Furtado. Taylor Swift bombou com uma faixa de 4 anos atrás, enquanto Miley Cyrus estourou com “Flowers”. Não podíamos esquecer da polêmica de Luísa Sonza que fez a música Chico dedicada ao namorado que pouco tempo depois de a faixa tomar as paradas de sucesso foi pego traindo a cantora em um banheiro de bar. E o sucesso só aumentou…
As dez mais tocadas de 2023
- 10. “un x100to” (Bad Bunny e Grupo Frontera)
- 9. “Zona de perigo” (Leo Santana)
- 8. “BZRP Music Sessions #53” (Shakira e Bizarrap)
- 7. “Flowers” (Miley Cyrus)
- 6. “Chico” (Luísa Sonza)
- 5. “Lovezinho” (Treyce)
- 4. “Cruel summer” (Taylor Swift)
- 3. “Nosso quadro” (Ana Castela)
- 2. “Tá ok” (Kevin O Chris e Dennis DJ)
- 1. “Erro gostoso” (Simone Mendes)
A volta dos gigantes
Foo Fighters lançaram em 2023 seu primeiro disco sem o baterista Taylor Hawkins, “But We Are Here”. Rolling Stones, faltando apenas um mês, fizeram um anúncio misterioso para o que poderia ser um novo álbum e de fato era. O primeiro trabalho de inéditas da lendária banda em 18 anos, “Hackney Diamonds”. Peter Gabriel retornou, após um longo período, com o inédito “I/O”. Roger Waters gerou muita controvérsia com sua versão “particular” do clássico do Pink Floyd “The Dark Side of the Moon”. Já Depeche Mode e Blur, lançaram seus melhores discos em muito tempo: “Memento Mori” e “The Ballad of Darren”, respectivamente. E a faixa inédita dos Beatles “Now and Then”, demo de John Lennon finalizada por Paul McCartney e Ringo Starr com ajuda de inteligência artificial, finalmente veio à luz.
Os que nos deixaram
2023 vai ficar lembrado como o ano em que perdemos a rainha do Rock Brasil Rita Lee, que faria hoje (31) 76 anos. O crooner Tony Bennett se foi, assim como Sinéad O’Connor, que tirou sua própria vida. Tina Turner um dos maiores ícones do pop feminino foi outra grande perda, assim como o mestre da guitarra Jeff Beck.
Dóris Monteiro e Leny Andrade se foram no mesmo dia. O lendário David Crosby, da banda Crosby Stills & Nash fez sua partida. Carlos Lyra, Astrud Gilberto deixaram a nossa música menos rica, o mesmo ocorreu com o jazz que sofreu as partidas de Wayne Shorter e Ryuichi Sakamoto.
O sonho (mesmo que improvável) do retorno de duas bandas queridas com suas formações originais foi ceifado devido aos falecimentos de Canisso, baixista dos Raimundos, e Andy Rourke, o ex-baixista do The Smiths. Por mais difícil que fosse a reunião do grupo de Brasília com seu vocalista original, hoje evangélico, Rodolfo (embora tenham feito as pazes), e praticamente impossível uma volta de Morrissey com sua antiga banda, ficava a esperança…
Fim?
Sepultura e Kiss anunciaram o fim de suas carreiras. A banda mineira fez um comunicado em dezembro, aproveitando para divulgar a turnê de despedida no Brasil e no exterior entre 2024 e 2025. Já os mascarados fizeram em dezembro, no Madison Square Garden, em Nova York, o derradeiro show da End of the Road Tour, que prometia ser a última excursão do quarteto. A princípio foi e já está divulgado que os shows continuarão a acontecer, mas com avatares. Contudo, isso só deverá acontecer em 2027.
Os shows
2023 parece ter sido o ano em que os festivais se consolidaram de vez no Brasil. Se há pouco tempo atrás tínhamos Rock In Rio e Lollapalooza, com um ou outro se aventurando (e se extinguindo). Nesse ano tivemos, entre os maiores, o Summer Breeze, focado no rock pesado, o Best of Blues and Rock, que trouxe o ícone Buddy Guy em sua turnê de despedida, o The Town, dos mesmos organizadores do Rock In Rio, com dois shows de Bruno Mars que conquistaram os brasileiros e a segunda edição brasileira do Primavera Sound, que contou com um line-up de peso incluindo The Killers, Pet Shop Boys, Beck e The Cure, que fez um show épico. Em comum, esses festivais tem o fato de acontecerem em São Paulo, ou seja, as outras grandes capitais precisam se mobilizar para entrarem no circuito desse tipo de evento.
O Imagine Dragons se apresentou e já confirmou presença no Rock In Rio. O Coldplay lotou estádios no Brasil com seu megashow que tem como a marca registrada as luzes das pulseirinhas que são distribuídas para o público. Foram 11 shows no total, seis em São Paulo, dois em Curitiba e três no Rio. The Weeknd trouxe sua turnê ao Brasil, Roger Waters fez a que foi anunciado como turnê de despedida, mas disse que voltaria em breve. Red Hot Chili Peppers também excursionaram pelo Brasil, com a volta do guitarrista John Frusciante, mas os fãs reclamaram da duração dos shows, em torno de 1h40, considerada curta.
Não se pode falar de shows em 2023 sem mencionar a histórica volta dos Titãs com a formação clássica (menos Marcelo Fromer, falecido em 2001, que foi substituído por Liminha). Devido ao grande sucesso, a turnê, que deveria se restringir ao segundo semestre, retornou no final do ano e o sucesso mais uma vez foi absoluto.
Também não se pode deixar de mencionar a tragédia ocorrida no show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro, em que uma fã morreu vitima do forte calor que fazia no dia, agravada pela instalação de tapumes no estádio do Engenhão (elevando ainda mais a temperatura) e a inacreditável proibição de entrada com água. O fato fez com que o Ministro da Justiça Flávio Dino assinasse decreto liberando o porte de garrafas de plástico nos estádios no Brasil e distribuição de água em temperaturas extremas. Vamos ver se isso será cumprido. No palco, os fãs foram ao delírio com as quase três horas e meia cobrindo todas as fases da cantora (daí o nome The Eras Tour), nessa que é a turnê de maior arrecadação de todos os tempos. O filme da turnê, que estreou nos cinemas pouco antes do furacão Taylor chegar ao Brasil, também fez um grande sucesso de bilheteria
Fechando o ano o eterno Beatle Paul McCartney fez mais uma turnê no Brasil, que muitos acreditavam ser a última. O boato ganhou tanta força que chegou a ser divulgado na grande mídia que havia a possibilidade de ele anunciar no palco do show no Rio, o último da passagem por aqui, que estaria se aposentando. Havia quem dissesse que até Ringo viria dar uma canja no show, possivelmente tocando “Now and Then”. Nada disso aconteceu. O que se viu foi mais um show inesquecível de Sir Paul, marcando sua volta ao Maracanã onde, há 33 anos, bateu o recorde de maior público pagante para o show de um único artista (185 mil pessoas).
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