Vamos viajar para o nosso vizinho próximo, nos aventuramos nas terras que vão muito além do vinho, do tango e do bom churrasco. Se no futebol eles são nossos adversários, no cinema nós tiramos o chapéu para eles. Para começar a mergulhar dentro desse universo, segue a dica de 5 filmes argentinos para se introduzir – e se apaixonar – pelo cinema dos nossos hermanos.
O segredo dos Seus Olhos (2010)
Aclamado pela crítica, o filme venceu o Oscar de 2010 na categoria de melhor filme estrangeiro. No elenco, a estrela do cinema latino-americano, Ricardo Darin. Na trama, depois de um crime ocorrido há 25 anos, Benjamin Esposito (Ricardo Darin) acaba marcado pelo fato. Reformado da polícia, Benjamin vaga sem rumo, aparentando todo cansaço de uma vida. Para tentar superar esse vazio, Esposito decide escrever um romance sobre os acontecimentos e as consequências do crime. Nessa releitura da própria vida, Benjamin vai avaliar tudo aquilo que aconteceu consigo depois do fato, e tentar uma maneira de mudar o passado e construir um novo futuro.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual (2011)
Este filme se aproxima muito da realidade, mas em especial dos jovens e “novos adultos”. Antes de falar sobre o filme, vale ressaltar o que são Medianeras. Elas são paredes sem janelas, muito comuns em prédios antigos da Argentina. No país vizinho, é proibida a construção de medianeras.
Agora, voltamos à trama. Na história, Martin é um fóbico em processo de recuperação. Pouco a pouco, ele consegue sair do isolamento de seu apartamento e de sua realidade virtual. Ele é um web designer. Já Mariana acabou de terminar um longo relacionamento. Sua cabeça é uma bagunça, assim como o apartamento onde ela se refugia. Martin e Mariana vivem no mesmo quarteirão, mas ainda que seus caminhos se cruzem eles não chegam a se encontrar. Eles caminham através dos mesmos lugares, mas não percebem um ao outro. Como podem se reunir em uma cidade com três milhões de pessoas? Eles vivem no centro de Buenos Aires, a metrópole que os une e também os separa.
Um conto chinês (2011)
Sem dúvidas, está entre os melhores filmes argentinos. “Um conto chinês” é uma aula de como se lidar com o diferente. É também um reflexo da sociedade argentina pós-Guerra das Malvinas. Um povo pragmático e de pouca relação interpessoal.
Na trama, Roberto (Ricardo Darin, de novo) é um argentino recluso e mau humorado. Ele leva a vida cuidando de uma pequena loja e tem o hobbie de colecionar notícias incomuns. A comodidade de sua vida é interrompida quando ele encontra um chinês (Ignacio Huang) que não fala uma palavra de espanhol. O imigrante acabara de ser assaltado e não tem lugar para ficar em Buenos Aires. Inicialmente relutante, Roberto acaba deixando o asiático viver com ele e aos poucos vai descobrindo fatos sobre o chinês. O mais interessante é ver como as diferentes culturas conseguem se relacionar. O orgulho argentino contra o pragmatismo asiático. E um detalhe é a falta de comunicação verbal clara entre os personagens, já que o chinês não fala espanhol.
O filho da noiva (2001)
“Ahhhh, lá vem mais um filme com Ricardo Darin”. Sim, mais uma obra com ele. E mais uma para ser levada como lição de vida. “O filho da noiva” é um sucesso por sua bela narrativa, a desenvolver com bastante detalhes os relacionamentos e personalidades dos personagens principais.
Agora, vamos à trama. Aos 42 anos, Rafael Belvedere (Ricardo Darin) está em crise, pois assumiu muitas responsabilidades e não tem mais tempo para qualquer tipo de diversão. Boa parte de seu tempo é gasto no gerenciamento do restaurante fundado por seu pai, no qual até tem um relativo sucesso, mas sem nunca conseguir escapar da sombra de seu pai. Rafael raramente visita sua mãe, Norma (Norma Aleandro), que está perdendo a memória, pois ela sempre implica com suas acompanhantes. Sua ex-esposa o acusa de não dar a devida atenção ao filho e ainda há Naty (Natalia Verbeke), atual namorada de Rafael, que sempre lhe exige atenção e comprometimento.
Em meio a todas estas responsabilidades Rafael sofre um ataque cardíaco, que faz com que se encontre novamente com Juan Carlos (Eduardo Blanco), um amigo de infância, que o ajuda a reconstruir seu passado e ver o presente com outros olhos.
Valentin (2004)
Outro filme que faz refletir sobre nossas relações cotidianas. “Valentin” consegue ilustrar bem o significado do papel materno na formação da criança. Qualquer relação com Freud é mera coincidência.
Dirigido, escrito e estrelado por Alejandro Agresti, “Valentin” conta a história de um jovem garoto de oito anos que vive com sua avó, uma vez que seu pai está sempre trabalhando. Ele não tem nenhum contato com a mãe e isso acaba interferindo no seu dia a dia. O garoto, que sonha em ser astronauta, procura por uma figura materna e idealiza a vontade de ter uma família tradicional. O longa recebeu prêmios nos festivais de Mar del Plata, Oslo e Newport, além de ter sido o grande vencedor da premiação da Associação de Críticos da Argentina em 2004.
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Ótimas dicas! Outros filmes com Darín que são muito bons: “Truman” e “Sétimo”.